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Resenha - A ética protestante e o espírito do capitalismo - Max Weber

Por:   •  17/7/2019  •  Resenha  •  1.224 Palavras (5 Páginas)  •  226 Visualizações

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Universidade de Pernambuco – UPE

Estudante: Danilo Diêgo de Lemos Belém

Disciplina: Teoria Sociológica Clássica

WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 1987.

Resenha bibliográfica, 2017.

Assim como outros estudiosos considerados como marcos teóricos da sociologia Weber se debruça em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo sobre a vida moderna e completamente nova que esse modelo econômico trouxe, mais precisamente no papel que a religião tem na vida econômica, focando para a vertente protestante do cristianismo e consequentemente nas diferenças que tem com o catolicismo no que diz respeito à relação com o capitalismo moderno, ou com o que seria o espírito do capitalismo, conceito que Weber busca definir através de uma construção durante toda a obra. Não se trata, portanto, apenas do modelo econômico por si só, mas de todo engendrado cultural, costumes, maneiras de fazer, influências e resultados que formam esse modelo e que estão impregnados nos indivíduos.

Inicialmente, analisando países com predominância mista religiosa ele identifica que a grande maioria dos bem-sucedidos em atividades empreendedoras e de cunho capitalista são protestantes. Assim, para a visão de Weber no estudo em particular, relações religiosas devem ser vistas não como um produto da condição econômica, ao contrário, a primeira viria a influenciar configuração da segunda. Uma análise histórica torna mais clara a compreensão do motivo desse fenômeno, em meados do século XVI muitas cidades com influências econômicas aderiram ao protestantismo, é registrado um marco de rompimento com o tradicionalismo econômico regido pela igreja católica, a qual condenava a usura e dessa forma não abria espaço para um mercado de características capitalistas. Fica claro que a educação proporcionada pela esfera religiosa na vida dos indivíduos influencia diretamente no tipo de carreira profissional a qual venha exercer, afetando como um todo na economia geral. Pessoas que tenham tido uma família de preceitos religiosos protestantes visavam mais trabalhos em fábricas, podendo até mesmo chegar em cargos de alto escalão administrativos, enquanto isso era fácil ver católicos preferindo permanecer como mestres artesãos.

Weber busca definir quais contribuições a reforma protestante trouxe para uma abertura de comércio, e explica as influências do que ele chama de ascetismo laico, um conjunto de vertentes protestantes ascéticas, para a formação desse “espírito do capitalismo”. Dentro desse conjunto fazem parte o Calvinismo, o Pietismo, o Metodismo e as seitas Batistas, buscando analisar o impacto ético e moral que cada um proporcionou Weber dedica um espaço na obra exclusivamente para os fundamentos religiosos de cada vertente.

O Calvinismo batia forte na tecla da predestinação, o que diferiu dos ideais de Lutero, o qual dizia que a prática da fé individual poderia trazer o indivíduo para a salvação, Calvino acreditava que o destino dos homens já estava traçado, parte da humanidade estava salva e parte estava condenada, isso não poderia ser alterado nem de uma forma nem de outra, é aí que entra o papel da vocação, o indivíduo que exerce um trabalho honesto, e dessa maneira uma função no mundo, está fazendo isso para a graça de Deus, e praticando a verdadeira fé, o sucesso na vida profissional era encarado como um sinal de que era um escolhido para a salvação. Uma das mudanças ético-sociais apontadas por

Weber nesse quesito seria um rompimento do místico nas práticas religiosas propostas pelo Calvinismo, a ligação entre o humano e divino não se daria mais no ato da confissão, nos cânticos de funerais, mas sim no seu desenrolar social e econômico. No entanto, ainda pode-se encontrar uma relação paradoxal com o modelo econômico capitalista, visto que para o calvinismo aqueles que possuem suas riquezas deveriam dar suporte também aos que ainda não a possuem, ele defende fortemente a prática da caridade como um dever.

Segundo o autor o pietismo pode ser encarado como uma extensão das condutas metódicas e mais controladoras nas vertentes que não eram calvinistas, no entanto também apresenta suas diferenças, foi uma espécie de reavivamento do místico nas práticas religiosas, observava-se que possuir o conhecimento teológico muitas vezes não era garantia de uma vida voltada para a graça de Deus. O metodismo entra justamente querendo contradizer as bases dogmáticas do ascetismo calvinista, principalmente no que diz respeito à predestinação. Para o metodista a salvação não era algo independente do indivíduo, mas pelo contrário, através de sua conduta

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