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ANÁLISE DA ANTROPOLOGIA NEGATIVA DE MAQUIAVEL

Por:   •  2/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.404 Palavras (6 Páginas)  •  692 Visualizações

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ANÁLISE DA ANTROPOLOGIA NEGATIVA DE MAQUIAVEL, Newton Bignotto, UFMG

Newton deixa claro que não pretendeu observar as influências que Maquiavel quanto a reflexão antropológica, mas sim compreender os passos dados pelo autor ao realizar suas obras. Durante o texto, o autor não observa um ponto de partida para construir um saber antropológico.

Entendo que o nome Antropologia Negativa está relacionada ao que o autor entende de Maquiavel, era um filosofo político, não um antropólogo.

Neste artigo, salienta que Maquiavel foi herdeiro de duas viradas teóricas. A primeira quando os antigos modelos de vida, contemplativa, foi abalado pela redescoberta dos clássicos da antiguidade. A segunda, uma antropologia renascentista, com o elogio da dignidade do homem (Pico dela Mirandola, filosofo neoplatônico).

Uma nova psicologia surgiu com a tradução das obras de Platão, passando pelo amadurecimento de uma cultura filosófica toda centrada no homem.

INOVAÇÃO E NATUREZA HUMANA EM MAQUIAVEL

Maquiavel faz considerações sobre a natureza humana, ética e política, usando linguagem peculiar em suas obras.  

Newton, neste artigo, se preocupou com conceito de antropologia filosófica, que nada mais é que a uma ideia do homem observando temas presentes ao longo da tradição filosófica e as contribuições e perspectivas da ciência do homem.

O interesse do autor é analisar a obra de Maquiavel no tempo que foi escrita.

Ele cita o terceiro capitulo do Príncipe, onde são discutidas as condições de conquista e manutenção dos principados novos. Chama a atenção do articulista o modo que Maquiavel retrata o homem, como ser traiçoeiro e violento, “capaz das maiores baixezas”.

Na análise do Cap. 17, surge o resumo de Maquiavel sobre o que ele entende pela natureza humana, entendendo que os homens são “ingratos, volúveis, simuladores e dissimulados, temem o perigo e são gananciosos”.

Antropologia Maquiaveliana – baseada na afirmação da maldade natural dos homens e em sua capacidade de bem agir, quando contrariados em suas vontades. No contexto cristão da época não era algo escandaloso, pois o homem era um ser pecador.

Entre os capítulos 15 e 20, Maquiavel demonstra com mais ênfase a maldade dos homens. Entende que é melhor ser temido que amado, para se conservar o poder e evitar armadilhas. Diz, também, que não se pode evitar o mal na luta pelo poder. Seu alvo principal são os pensamentos da ética dos cristãos sobre política. O inimigo a ser combatido era entender o funcionamento da vida em comum. A Igreja católica se interessava em interpretar o poder segundo seus valores, independente de quem o detivesse.

O autor entende que a referencia a maldade humana é devido ao combate a tradição cristã, fazendo parte de uma filosofia política, e não de uma antropologia.

O autor cita Pocock, que entendia ser o terceiro capitulo do Príncipe o essencial para sua compreensão, que seria a inovação.

Espelho dos Príncipes - Foi um gênero literário que consiste em reflexões filosóficas, morais e/ou políticas em que o cunho principal tenta orientar as pessoas ao horizonte cristão de virtudes, isso a partir os tempos medievais. 

Para Maquiavel, metade de nossas ações é governada pela fortuna, metade pela virtù. A fortuna é o acaso, a sorte, favorável ou desfavorável. Já a virtù, palavra que vem do latim “vir”, varão, designa o agir propriamente viril, varonil, ou seja, tudo que vem de uma deliberação madura e atenta de como agir. Assim, metade do que vivemos se deve à sorte ou azar, à fortuna ou infortúnio, e a outra metade tentamos, a duras penas, que resulte de nosso empenho, de nossa tentativa de colocar ordem no mundo. 

A tarefa humana, e sobretudo a do governante é vencer e ganhar. Mas, nisso, esbarramos no inesperado, no imponderável. 

Virtú - forma do livre-arbítrio do governante, sendo a principal variável na condução do principado. Destaca-se, também, a utilização da variável na contestação aos valores tradicionais.

Fortuna -  constitui-se na indeterminabilidade de parte dos resultados do governo: ela deve ser dominada, conquistada para o benefício do príncipe.

DIFICULDADES – “Os homens mudam voluntariamente de senhor, acreditando assim que melhoram”. Para Maquiavel é uma necessidade natural e ordinária. Há duas ordens no momento da conquista: uma de natureza humana volátil e disposta a mudar; outra o poder do príncipe novo, que para se afirmar não poderá dar garantias de comedimento, causando frustração.

Aos conquistados há o desejo de mudança, que se incorpora no poder do príncipe.

Maquiavel não apenas narra a resistência ao novo poder, mas também aborda a vontade da conquista e da mudança. E entende que nada pode ser reprovado se a conquista for efetivada.

A inovação abre um campo de transformações.

O Príncipe nada mais é que um tratado sobre o poder, suas formas e maneiras de mantê-lo, entende o autor.

Maquiavel não pensava em revoluções, mas sobre a ocupação do poder pelo novo príncipe, e nos ensina que a conquista desperta a vontade de vingança e que a força é a única arma eficaz para combater tal vingança.  

Duas formas de lidar com os homens – acariciar ou destruir.

O novo ocupante do poder deve se preocupar em mantê-lo a todo custo; na conquista de uma república, onde os homens se acostumaram a liberdade, ou a destrói ou pode ser destruído por ela. Enquanto que uma cidade serva não será tão resistente.

Fundamentos dos Regimes – deve-se observar a resistência de cada um quando atacados; pela natureza cambiante dos povos, é fácil persuadi-los de algo, porem difícil conservar tal situação.

 Platão construiu uma antropologia política, em sua obra República;

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