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APONTAMENTOS DO TEXTO “BASE E SUPERESTRUTURA NA TEORIA DA CULTURA MARXISTA”

Por:   •  10/7/2016  •  Resenha  •  1.029 Palavras (5 Páginas)  •  1.409 Visualizações

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APONTAMENTOS DO TEXTO “BASE E SUPERESTRUTURA NA TEORIA DA CULTURA MARXISTA”

Raymond Williams

O texto “Base e Superestrutura na Teoria da Cultura Marxista” apresenta uma discussão acerca da relação que envolve a base e a superestrutura na teoria da cultura marxista. O texto tem início com a afirmação que qualquer abordagem moderna de uma teoria marxista da cultura deve iniciar-se partindo do pressuposto de uma base determinante e de uma superestrutura determinada. De início, o autor começa a problematizar o termo determinante, uma vez que este sugere uma relação de tempo e de espaço fixa, definida, estática. Ao resgatar Marx, o autor afirma que o filósofo e sociólogo ao fazer uso do verbo “determinar”, estava se “opondo a uma ideologia que insistia no poder de certas forças fora do homem, ou, em sua versão secular, em uma consciência determinante abstrata” (p. 43).

Raymond Williams critica o sentido comum dado à superestrutura após Marx, sendo o sentido principal o de uma “área unitária dentro da qual as atividades culturais e ideológicas poderiam ser colocadas. Superestrutura como “a imitação ou reprodução da realidade da base de uma forma mais ou menos direta” (p. 45). Mas o que seria então a base? Segundo Raymond Williams, a base é um dos conceitos principais a ser compreendido, já que esta passou a ser tomada como mero objeto. Segundo o autor, é muito comum nos estudos marxistas da cultura encontrar conceitos que afirmam ser a base “a existência real do homem”, “as relações reais de produção que correspondem a uma fase do desenvolvimento das forças produtivas materiais”, ou como um “modo de produção em um determinado estágio de seu desenvolvimento”. O autor faz duras críticas a esses conceitos, uma vez tais preposições divergem da ênfase que Marx deu às contradições profundas existentes nas relações de produção e nas conseqüentes relações sociais. É preciso romper com o conceito estático atribuído à palavra base.

Falar em base significa falar de um processo. Por esse motivo “temos de reavaliar a “superestrutura em direção a uma gama de práticas culturais relacionadas, afastando-a de um conteúdo refletido, reproduzido ou especificamente dependente” (p. 46). É preciso se afastar também de um tipo de análise estática que tem na indústria de base um sentido restrito e único. É necessário sempre questionar de que base estamos nos referindo, uma vez que no caso da indústria de base estamos fazendo referência a um tipo específico de produção e forças produtivas primárias.

Em meio às dificuldades apresentadas com o uso dos termos base e superestrutura, o termo totalidade surge como uma alternativa, especialmente vinculada à produção lukacsiana. Apresenta a ideia de romper com a noção de camadas da base, ao mesmo tempo em que promove a assertiva de ser o ser social quem determina a consciência.  No entanto, Raymond Williams chama atenção para os riscos que este termo corre de se afastar de uma análise marxista.

Outro termo que o autor chama atenção em seu texto é para a expressão hegemonia, que segundo ele, aparece, corriqueiramente, como algo estático, que não leva em consideração a estrutura das atividades centrais que são essenciais no processo de imposição de ideias, pensamentos e práticas sociais.

A formação e a tomada de consciência de uma nova classe complicam qualquer modelo simples de base e superestrutura. Em diálogo com o texto de Thompson, a nossa busca enquanto intelectuais e militantes na cultura seriam por destruir a “falsa consciência” (se é que ela existe) ou a “formação de uma nova classe? É possível, historicamente, construir uma nova classe?

Após a leitura do texto, surgem os seguintes questionamentos: 

  1. O autor nos apresenta na página 48, a diferença entre a produção primária dentro das relações econômicas capitalistas e a produção primária da própria sociedade e dos próprios homens. Quais seriam os elementos para compreender as relações de produção em um sentido mais amplo, ou seja, não restrito ao modo de produção capitalista?
  2. Não ficaram claras as críticas que o autor faz em relação aos usos da palavra totalidade como alternativa às expressões base e superestrutura.

APONTAMENTOS SOBRE O TEXTO: ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A CLASSE E “FALSA CONSCIÊNCIA”

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