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AS MOEDAS DOENTES, OS NÚMEROS PÚBLICOS E A ANTROPOLOGIA DO DINHEIRO

Por:   •  2/8/2017  •  Resenha  •  755 Palavras (4 Páginas)  •  234 Visualizações

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RESENHA

AS MOEDAS DOENTES, OS NÚMEROS PÚBLICOS E A ANTROPOLOGIA DO DINHEIRO*

Frederico Neiburg, através da análise empírica das inflações brasileira e argentina, observa como os dispositivos monetários criados por especialistas (economistas) influenciam nas práticas de uso das moedas nesses países. Ainda contribui para a Antropologia do dinheiro examinando as articulações entre as ideias e as práticas monetárias eruditas, que são modos de lidar com as moedas dadas por especialistas, e ordinárias, que são a forma como as populações desses países lidam com as moedas no dia-a-dia.

As literaturas que analisam esses fenômenos são duas, e segundo o autor, criam um obstáculo para compreensão dos sentidos sociais e culturais do dinheiro. A primeira, os economistas e sociólogos, estão preocupados em diagnosticar os problemas da moeda, não se preocupa com os problemas habituais do dinheiro, e quando o faz é no sentido de ajusta-los a partir de seus mecanismos. A segunda é a matriz antropológica, que observa a moeda com uma divisão entre as moedas “modernas”, deixando para os economistas o papel de defini-las e analisa-las, e as “outras” como sendo as quais ela se debruça para analisar seus sentidos e práticas.

Ele desenvolve seu argumento em duas partes, primeiro ele descreve os efeitos das dicotomias da Antropologia do dinheiro e que uma melhor compreensão dos sentidos sociais e culturais do dinheiro. Para isso, é necessária a presença da análise dos modelos de dispositivos monetários criados por especialistas; a forma com que os especialistas observam e agem sobre as moedas; que o universo das ideias e de dispositivos monetários podem ser analisados como qualquer outro universo de ideias; e por estarem situados no tempo merecem uma análise histórica.

Num segundo momento Neiburg, descreve sobre a economia erudita e ordinária, analisando como são implementados os índices de medição de preços, ou seja, os mecanismos elaborados pelos especialistas e apresentados para as populações dos dois países como instrumentos para superarem os efeitos da inflação, ou até, tirarem proveito dela. A observação da categoria custo de vida, que relaciona com números o valor da moeda e da vida humana, ganharam maior notabilidade e confiança não só para os economistas, fazendo parte também do universo de ideias de jornalistas, funcionários públicos.

Na última parte desse artigo, o autor chama a tenção para a questão da “performatividade”, as consequências das teorias no mundo social. Diante de duas posições teóricas, que de um lado consideram que a vida econômica é resultado da disciplina econômica e por outro lado que consideram que, as pessoas experimentam o mundo social de acordo com as categorias ordinárias, independentes da vontade dos economistas. Rejeitando essas relações simples de causa e efeito e ainda o que ele chama de “visão romântica sobre a autonomia das práticas e das ideias nativas que permaneceriam alheias aos dispositivos criados pelos especialistas”. Examinando a complexa relação que liga os teóricos e as teorias com as culturas econômicas que esses teóricos consideram e ajudam a produzir.

A análise das situações de crises no Brasil e na Argentina permitiu o autor compreender sobre “a utilidade da reconstrução do longo

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