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As Ciências Sociais

Por:   •  18/2/2018  •  Dissertação  •  2.874 Palavras (12 Páginas)  •  126 Visualizações

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Olá pessoal,

Estou encaminhando algumas sínteses, que são o resultado dos debates desenvolvidos ao longo dos fóruns e também da análise dos exercícios realizados por vocês.

As Ciências Sociais

As Ciências Sociais se constituem como uma ferramenta importante para o desenvolvimento da compreensão crítico-reflexiva sobre a realidade, compreendendo em seu campo de conhecimento três disciplinas que são a Sociologia, a Antropologia e a Ciência Política. Elas funcionam como “lentes” que ao serem apontadas para determinado setor da vida social, permitem que esta parcela da sociedade seja observada por um ângulo diferente. A Sociologia tem como objeto de estudo a sociedade, com ênfase nas suas instituições e diferentes formas de organização, bem como nos processos que interligam os indivíduos e os diferentes grupos sociais. Já a Antropologia analisa e interpreta os aspectos culturais das sociedades, como costumes, crenças e valores morais, em sua diversidade, ou seja, a partir dos diferentes grupos e comunidades. Sua abordagem possui um caráter integrativo, cuja propósito é não “parcelar o homem”. Ao contrário do positivismo, o olhar antropológico não percebe as sociedades, a partir de uma ótica evolucionista. Neste sentido, para a Antropologia não há culturas ou sociedades inferiores ou superiores e sim diferentes.

A análise antropológica da cultura

É preciso ter cuidado para não utilizar as concepções de senso comum, que percebem a cultura como sinônimo de cultura erudita, ou acadêmica. Seria a ideia do indivíduo culto, letrado. Para a Antropologia, o conceito de cultura representa o modo de vida de uma determinada sociedade ou grupo. As pesquisas antropológicas nos permitiram ver com outros olhos a nossa própria cultura e perceber, simultaneamente, a existência de uma imensa diversidade cultural. Na tentativa de tornar o conceito mais objetivo, o antropólogo Clifford Geertz afirma que “o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu e que exerce diferentes formas de controle sobre os membros dos diferentes grupos e sociedades. Logo, a cultura de pode ser percebida como sendo o conjunto dessas teias (Geertz, Clifford. A Interpretação das Culturas, Rio de Janeiro, Ed. LTC. 2012, pg.4)”. 

Toda vez que nos deparamos com hábitos e práticas provenientes de outras culturas, nós os consideramos inadequados, repulsivos, ou ao menos estranhos. A esta tendência, de perceber a nossa cultura como uma espécie de modelo para todas as demais damos o nome de rações etnocêntricas. O etnocentrismo dependendo do nível de consciência das partes envolvidas pode produzir reações que vão da simples discriminação ou preconceito, até a guerra. Entretanto, a partir de um aumento da conscientização para o qual foram importantes as contribuições da Antropologia podemos, nos dias de hoje, assumir posturas mais relativistas frente a estas diferenças culturais.

O positivismo

A grande contribuição de Auguste Comte para as Ciências Sociais foi o caráter precursor de sua iniciativa de fundar a, então, nova disciplina que receberia o nome de Física social e, posteriormente, Sociologia. O positivismo de Auguste Comte é considerado, nos dias de hoje, uma corrente filosófica que tinha como propósito explicar a sociedade, a partir do princípio de que esta seria regida por um conjunto de leis, de modo semelhante ao que ocorre com fenômenos analisados por outras disciplinas como a física, ou a biologia. 

Esta teoria possui uma conotação evolucionista e cientificista, tendo na Lei dos Três Estados (Teológico, Metafísico e Positivo) a sua principal referência teórica. Importante ressaltar que o positivismo, principalmente em função de sua visão evolucionista, não é mais considerado, hoje, uma referência metodológica, para as pesquisas em Ciências Sociais. Neste sentido, os princípios positivistas podem ser caracterizados, como resultantes da construção de um olhar etnocêntrico sobre as culturas e povos que viviam fora da Europa.

A LEI DOS TRÊS ESTADOS:

TEOLÓGICO: A explicação do mundo com base em concepções místicas e no pensamento religioso. Predomina a imaginação.

METAFÍSICO: Predomínio de princípios e construções teóricas de natureza filosófica. Predomina a argumentação.

POSITIVO: A conduta humana pautada nas convicções e deliberações da ciência. Predomina a observação e a comprovação com base nos métodos científicos.



Os clássicos da Sociologia

Émile Durkheim

Para Émile Durkheim o objeto de estudo da sociologia seriam os fatos sociais, que se apresentariam como estruturas exteriores aos indivíduos e que exerceriam sobre eles algum tipo de coerção. Segundo este autor existiria sempre uma preponderância do coletivo sobre o individual. O uso da moeda como intermediária nas trocas realizadas em sociedade ilustra esta generalidade dos fatos sociais, ao mesmo tempo em que demonstra a sua coerção sobre os membros do grupo ou sociedade. Ressalto que para ser social o fato precisa estar presente na sociedade de forma generalizada.

Reforçando, segundo Durkheim, os fatos sociais são estruturas que se apresentam de forma generalizada na sociedade como a educação, o Estado, o sistema jurídico, a economia de mercado, o crime, a guerra etc., ou seja, para ser considerado um fato social ele precisa estar presente na sociedade de forma generalizada e exercer sobre os indivíduos algum tipo de coerção. Um fato social para ser considerado patológico precisa ameaçar a própria integridade das instituições sociais, como ocorre com as situações de guerra, por exemplo.

Para compreender bem o conceito de fato social patológico em Durkheim é preciso não confundir fato com fato social. Os fatos sociais são estruturas que se apresentam de forma generalizada na sociedade como a educação, o Estado, o sistema jurídico, a economia de mercado, o crime, a guerra etc. Um fato ocorrido, que pode ser até um crime, é simplesmente um fato. Para ser considerado um fato social ele precisa estar presente na sociedade de forma generalizada e exercer sobre os indivíduos algum tipo de coerção. Para dar um exemplo, o crime bárbaro contra o índio pataxó, que foi queimado há alguns anos em Brasília foi um fato ocorrido. O fato social ao qual este fato se vincula é o crime de homicídio qualificado. João se casou com Maria. Isto é um fato e o fato social, neste caso, seria a instituição do casamento. Por esta razão um fato social para ser considerado patológico precisa ameaçar a própria integridade das instituições sociais. O crime de estupro se ocorresse numa localidade com uma intensidade determinada, que forçasse as mulheres do lugar a abandonarem a sua rotina e a deixarem de ir ao trabalho poderia ser considerado um fato social patológico. Um exemplo genuíno de fato social patológico seria a guerra.

As formas de solidariedade, ou cooperação social: segundo Durkheim, os processos de coesão social estariam ligados aos mecanismos de solidariedade social. Ele considerava que a solidariedade mecânica seria característica das sociedades pré-capitalistas, que seriam marcadas por uma pequena divisão interna do trabalho social (especializações) e possuiriam forte consciência coletiva (ideia de grupo). Nestes casos, o processo de coesão do grupo se daria pelo sentimento de identidade, ou forte semelhança entre os seus membros. Já nas sociedades em que predomina a solidariedade orgânica, as sociedades capitalistas industriais capitalistas, a consciência coletiva é fraca, existindo uma grande divisão interna do trabalho social. Neste segundo caso, a coesão do grupo se estruturaria a partir da interdependência entre os seus membros.

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