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Ciências Sociais

Por:   •  10/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.052 Palavras (21 Páginas)  •  154 Visualizações

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CIENCIAS SOCIAIS

CAPITULO I

FORDISMO, TOYOTISMO E ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL

        Na década de 1980 vimos, nos países de capitalismo avançado, muitas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de estrutura produtiva, representação sindical e política. Tão intensas as modificações foram,que se pode afirmar que a classe  que vivendo trabalho sofreu a mais aguda crise, que atingiu não só a sua materialidade, mas teve repercussões na sua  subjetividade e, no íntimo inter-relacionamento destes níveis, afetou a sua forma de ser.

        Pretende com este desenvolver alguns pontos de discussão em sobre o tamanho e significados dessas mudanças e de algumas das consequências possíveis. Ser ter caráter conclusivo, mas pretende apresentar algumas indicações que ofereçam algumas respostas a tantas perguntas.

Enumerando algumas das mudanças e transformações ocorridas nos anos 80. Em uma década de grande salto tecnológico, a automação, a robótica e a microeletrônica invadiram o universo fabril, inserindo e desenvolvendo nas relações de trabalho e de produção do capital. Vivia-se no mundo da produção, um conjunto de experimentos, mais ou menos intensos e consolidados, mais ou menos presentes e tendenciais, mais ou menos embrionários. O fordismo e o taylorismo já não são únicos e misturarem-se com outros processos produtivos (neofordismo, neotaylorismo, pós-fordismo), decorrentes das experiências da "Terceira Itália", na Suécia (na região de Kalmar, do que resultou o chamado "kalmarianismo"), do Vale do Silício nos EUA, em regiões da Alemanha, entre outras, sendo em alguns casos até substituídos, como a experiência japonesa a partir do toyotismo permite constatar.

        Processos novos de trabalho sirguem, o cronômetro e a produção em série são substituídos pela flexibilização da produção, por novos padrões de busca de produtividade, por novas formas de adequação da produção à lógica do mercado. Vemos modalidades de desconcentração industrial, buscam novos padrões de gestão da força de trabalho, onde busca-se a qualidade total, tais expressões vindas não só no mundo japonês, mas em vários países de capitalismo e do terceiro mundo industrializado. O toyotismo mescla-se ou as vezes substitui o padrão fordista antes dominante, em quase todo o mundo. Vivem transições de produção, onde vemos mudanças severas, no que se trata de direito no trabalho. Direitos e conquistas históricas dos trabalhadores são substituídos e eliminados do mundo da produção, diminuindo e mesclando despotismo taylorista, pela participação dentro da ordem e da empresa, pelo envolvimento manipulatório, próprio da sociabilidade contemporânea, pelo sistema produtor de mercadorias.

        Queremos indicar, alguns dos elementos que consideramos mais importantes,e posteriormente apontar as repercussões que essas transformações tiveram no interior do mundo do trabalho. Damos inicio reiterando que o fordismo como a forma pela qual a indústria e o processo de trabalho onde se consolidou neste século, onde os elementos básicos eram dados pela produção em massa,  linha de montagem e de produtos mais iguais, através do controle cronômetro taylorista e da produção em série fordista. Menos do que um modelo de organização de sociedade, que abrangeria igualmente esferas da sociedade, em seguida apontar as repercussões que essas transformações tiveram no interior do mundo do trabalho.  

        Atribui-se a Sabel e Piore um pioneirismo na tese da "especialização flexível": esta seria a expressão de uma processualidade que, tendo especialmente a "Terceira Itália" como experiência concreta, teria possibilitado o advento de uma nova forma produtiva que articula, de um lado, um grande desenvolvimento tecnológico e, de outro, uma desconcentração produtiva baseada em

empresas médias e pequenas. Na medida em que se expande, supera o padrão fordista até então

dominante. Esse novo modelo produtivo expressaria  um modelo produtivo que recusa a produção em serie, típico da indústria fordista, e recupera uma concepção de trabalho mais flexível, estaria isenta da alienação do trabalho intrínseca à acumulação de base fordista.  Seria processo artesanal

desconcentrado e tecnologicamente desenvolvido, produzindo para um mercado mais localizado e regional, comportando experiências bem-sucedidas também em regiões industriais nos EUA, na Alemanha e na França, etc., Inspirado num neoproudonismo, seria responsável pela superação do modelo produtivo que até recentemente dominou a  produção capitalista. A crise capitalista seria encontrado nos excessos do fordismo e da produção em massa, que prejudicavam o trabalho.

        Criticas foram feitas mostrando, de um lado, a impossibilidade de generalização desse modelo, e, de outro, o caráter dessas mudanças. Coriat, afirma que a hipótese nesta tese, da substituição da produção baseada em economia de escala, é irrealizável; como o princípio exclusivo da especialização .flexível sustenta-se num mercado segmentado e instável, é difícil imaginar sua

generalização. Daí Coriat falar na "generalização abusiva" presente na tese da especialização flexível de Sabei e Piore.

        Aguda mesmo é a crítica de Clarke, junto com outros autores, alega que a tese original da especialização flexível não é "universalmente aplicável", é incoerente entre seus vários elementos e não se sustenta quando se refere ao mercado de massa e à incapacidade de esta produção adequar-se às mudanças econômicas, bem como à "suposta correlação entre a nova tecnologia e a escala e as formas sociais da produção". Reafirmando a tese de que a especialização flexível acarretou a intensificação do trabalho e consiste em um meio de desqualificá-lo e desorganizá-lo. Esta ideia é,  mais polêmica e problemática, quando se desenvolve  a tese de que o fordismo é dotado de

dimensão flexível, capaz portanto de assimilar todas as mudanças em curso, dentro de sua lógica.

        O fordismo entende não somente como restrito à esfera fabril e tecnológica, mas também as relações sociais de produção, Clarke vê a crise atual de reprodução do capital não como uma reestruturação pós fordista. Ele conclui: "A crise do fordismo não é nada de novo; é apenas a mais

recente manifestação da crise permanente do capitalismo".

        Outro autor também desenvolve pontos críticos à formulação que defende as positividades e o avanço da especialização flexível. Frank Annunziato mostra que Piore e Sabel veem a produção artesanal como um meio necessário para a preservação do capitalismo. Olhando para EUA, estes autores vislumbram uma "democracia americana dos pequenos proprietários" que Annunziato contesta e diz o fordismo domina a economia dos EUA até hoje, à medida que tem um processo de trabalho taylorizado e é dotado de uma hegemonia capitalista que penetra no interior das organizações de trabalhadores, tanto sindicais quanto nos partidos políticos..

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