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DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE EM SOCIOLOGIA ANÁLISE DAS VIVÊNCIAS EDUCATIVAS EM FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Por:   •  8/7/2017  •  Artigo  •  1.971 Palavras (8 Páginas)  •  232 Visualizações

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DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE EM SOCIOLOGIA: ANÁLISE DAS VIVÊNCIAS EDUCATIVAS EM FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA (UFRN/PIBID)

INTRODUÇÃO

Esse trabalho nasce a partir de uma série de reflexões acerca da formação docente que as universidades brasileiras oferecem aos seus licenciandos e licenciandas, pensadas desde o início da licenciatura em Ciências Sociais e o acesso ao PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), onde foi possível absorver uma série de experiências na dinâmica do ambiente escolar e perceber diversas angústias compartilhadas pelos colegas bolsistas que estariam encaminhando-se à reta final do curso, em que teriam as disciplinas voltadas à educação e as vivências nos estágios obrigatórios ao cumprimento da carga horária necessária para a conclusão da graduação. Tomando como ponto inicial este conjunto de ideias e a experiência e qualificação nas discussões dos professores da Universidade e da rede estadual de ensino (campo de atuação do PIBID), foi possível perceber correntemente que os debates giravam sempre em torno da (falta de) preocupação com que os mais diversos departamentos e cursos de graduação tinham em relação à formação de professores, no sentido de oferecer aos estudantes uma real formação para a docência, saindo da lógica bacharelesca que grande parte das licenciaturas enfrentam e da falta de um real acompanhamento deste graduando nos estágios, que pode se tornar um divisor de águas na relação entre o professor e a profissão pela qual já dedicou vários semestres de formação acadêmica para exercer. É percebendo uma série de lacunas no acompanhamento dos estágios obrigatórios, denunciadas pelas relatos dos licenciandos e

licenciandas quando chegam à essa etapa do curso e da própria estrutura curricular da

licenciatura em Ciências Sociais da UFRN, mais especificamente, que programas como o

PIBID se tornam fundamentais na preparação docente dentro da academia, não apenas pela

oportunidade de estar em sala de aula, mas pelo compromisso e atenção dados aos bolsistas

do programa. Se objetivamente é aprendido o planejamento de aulas, elaboração de

sequências didáticas ou dinâmicas para o exercício da docência, subjetivamente aprendemos a

responsabilidade e o compromisso necessários não só com os estudantes, mas com o pensar a

educação sob uma lógica mais emancipadora – elemento fundamental numa conjuntura em

que a profissão é extremamente descreditada e mal remunerada.

A RELAÇÃO UNIVERSIDADE-LICENCIATURA

Para melhor compreensão do que essa relação representa entre a Universidade e o

ensino da licenciatura na vida do professor em formação, resolvi me ater à grade curricular da

modalidade em Ciências Sociais da UFRN, sem deixar de observar, ainda que ligeiramente, as

grades curriculares das licenciaturas em Ciências Sociais em pelo menos uma universidade

pública por estado brasileiro1, em busca de entender outras formas que as universidades

encontraram para fornecer a formação docente, preparando a capacitação do profissional não

só no exercício de ministrar aulas, mas de entender a educação enquanto direito e ferramenta

de autonomia – e qual a importância e responsabilidade do professor nesse percurso, sabendo

de todas as dificuldades e anseios que o exercício da docência pode oferecer a quem ainda não

possui experiência.

Na UFRN, essa jornada se inicia apenas no 4° período do curso, com a disciplina de

Didática. Até essa etapa, é difícil assistir aulas que direcionem o pensamento do estudante à

sala de aula sob a ótica do professor: como ministrar esse conteúdo no ensino médio? Quais

dinâmicas podem ser utilizadas para melhorar a absorção do conteúdo fora da graduação?

Qual o filtro que o professor deve ter na hora de ministrar suas aulas, ou seja, o que é

importante para o ensino médio e o que são discussões próprias do ensino superior?

Essas são questões que, devido à lógica de bacharelado que o curso possui, o graduando

só reflete durante um planejamento, olhando os materiais didáticos – essa prática se torna

1 Foram observadas as estruturas curriculares das licenciaturas em Ciências Sociais em 26 universidades públicas

federais: UFAC UFAL UFAM UFBA UFC UFES UFG UFMA UFMG UFMS UFMT UFPA UFPB UFPE

UFPI UFPR UFRGS UFRJ UFRN UFRR UFS UFSC UFT UNB UNIFAP UNIFESP, UFMG, UFRR, UFT,

UFAC e UNIFAP.

prejudicial não só pela falta de tempo para refletir a educação subjetivamente, mas para

aprender a ser professor, conforme Roldão (2007): “O professor profissional (...) é aquele

que ensina não apenas porque sabe, mas porque sabe ensinar. E saber ensinar é ser

especialista dessa complexa capacidade de mediar e transformar o saber”. O conhecimento

necessário ao exercício da função de professor não é naturalizado nas salas de aula da

universidade, onde se assiste aulas sob uma ótica bacharelesca, se aprende as teorias de forma

bacharelesca, fechando o campo de visão ao nível superior de educação – ou seja, deixando de

dialogar com a realidade do estudante. Vale citar, dentro desta pequena observação das grades

curriculares de outras licenciaturas, algumas alternativas que pensem o profissional docente

desde o início da graduação

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