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Defina a partir dos textos apresentados e/ou dê exemplos à noção do "outro" no pós-moderno

Por:   •  19/10/2021  •  Resenha  •  1.254 Palavras (6 Páginas)  •  109 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de Ciências Sociais

Tópicos Especiais em Sociologia XV

Professor: Carlos Eduardo

Aluno: Anderson Ribeiro da Silva


Defina a partir dos textos apresentados e/ou dê exemplos à noção do "outro" no pós-moderno.

- Valendo-me das contribuições de Michel Foucault e Gilles Deleuze em A Microfísica do Poder, é possível afirmar que em uma sociedade pós-moderna a crise de identidade seja sintomática. As esferas de representação, típicas em uma democracia, parecem tender a um sucateamento da relação pessoa-indivíduo. O poder é uma instância de difícil definição, podendo ser alternado entre os 'postulantes'. E é essa disputa que torna o diálogo mais crítico.

          A formação de um caráter identitário perpassa pela possibilidade de se estabelecer um nivelamento. Um parâmetro. Essa possibilidade de tratar as coisas por meio de definições esclarecidas só pode ser possível quando dominamos a devida matéria. Esse nivelamento depende de compreensões. De 'verdades'. A sentença que determina o que deve ser feito costuma conter em seus delineamentos, limitações. Essas limitações podem representar problemas quando se identifica outra forma de consciência. O entrave que é gerado com a imposição de um paradigma é o que é discutido pelos dois filósofos.


                                                                           "M.F.: O intelectual dizia a verdade àqueles que ainda não a

viam e em nome daqueles que não podiam dizê-la: consciência e eloquência. Ora, o que

os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam deles para

saber; elas sabem perfeitamente, claramente, muito melhor do que eles; e elas o dizem

muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e

esse saber. Poder que não se encontra somente nas instâncias superiores da censura, mas

que penetra muito profundamente, muito sutilmente em toda a trama da sociedade. Os

próprios intelectuais fazem parte deste sistema de poder, a ideia de que eles são agentes

da "consciência" e do discurso também faz parte desse sistema. O papel do intelectual

não é mais o de se colocar "um pouco na frente ou um pouco de lado" para dizer a muda

verdade de todos; é antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao

mesmo tempo, o objeto e o instrumento: na ordem do saber, da "verdade", da

"consciência", do discurso. " (FOUCAULT, 1972)

 

          O intelectual 'se põe' em um dilema na transição para a pós-modernidade. No período pós-Guerras, as nações passam a questionar a série de ordenamentos que os cercavam e, por necessidade, as assimilavam. Em um momento de repaginar das instituições e das relações sociais, o que se acumulava no campo simbólico, como também no aspecto teórico foi revisto provocando sérias cisões entre as dimensões representativas e as classes interessadas. O esquema categórico até então, possuía um caráter 'totalizante', repleto de determinações e deliberações que tolhiam a consciência coletiva de boa parte das arenas de discussão pertinentes. Com o crescente questionamento de certas ordens, esse aspecto dominante passa a ser ignorado, sendo revista dentro de um novo cenário relacional. Estamos a nos pôr como dominantes do nosso espírito crítico e, portanto, de nossa consciência. O intelectual, nessa conjuntura, é, como descrito por Foucault, como o que "Luta contra o poder, luta para fazê-lo aparecer e feri-lo onde ele é mais invisível e mais insidioso." Deixa de ser o agente que define o âmbito do saber para ser o que acumula formas de saberes particulares e, intrinsecamente complementares.

            A identidade, nesse sentido, parece ganhar outra condição de formulação na contemporaneidade. Inicialmente, diante de estruturas que lhe impunham determinadas matizes de reflexão, a consciência coletiva ganha enorme liberdade frente às suas pretensões em ser dona de seu estado de espírito. A formação identitária passa a ter um forte componente particular. A fragilidade da composição de uma persona, que independe de norteamentos centralizadores, é a possível tônica de um momento histórico que submete as sociedades à uma intra-reflexão das suas potências e seus resíduos intelegíveis. Zygmunt Bauman bem acentua a combinação que formula a caracterização das identidades contemporâneas ao afirmar que "o mundo em nossa volta está repartido em fragmentos mal coordenados, enquanto as nossas existências individuais são fatiadas numa sessão de episódios fragilmente conectados” (BAUMAN, 2005, p. 18).

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