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Educação Escolar E Cultura(s): Construindo Caminhos

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Por:   •  5/11/2014  •  1.160 Palavras (5 Páginas)  •  1.045 Visualizações

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Segundo Featherstone, a importância da cultura no mundo contemporâneo tem sido enfatizada por autores de diferentes tendências. No âmbito do pensamento pós-moderno, a cultura adquire cada vez mais um papel mais significativo na vida social: hoje, tudo chega mesmo a ser visto como cultural. A cultura estaria, assim, além do social, descentralizando-se, livrando-se de seus determinismos tradicionais na vida econômica, nas classes sociais, no gênero, na etnicidade e na religião. No entanto, trata-se, na verdade, de uma recentralização da cultura, expressa no aumento da importância atribuída ao estudo da cultura no âmbito da vida acadêmica. A cultura, há muito situada na periferia do campo das ciências sociais, tem-se movido em direção ao centro, o que talvez se explique pela tendência mais ampla de enfraquecimento das divisões entre as áreas de estudo e de intensificação de estudos inter e transdisciplinares. Em síntese, a descentralização mais geral da cultura tem sido acompanhada por sua recentralização na vida acadêmica.

A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser concebidas como entre dois pólos independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente articulados. Se partimos dessas afirmações, se aceitamos a íntima associação entre escola e cultura, se vemos suas relações como intrinsecamente constitutivas do universo educacional, cabe indagar por que hoje essa constatação parece se revestir de novidade, sendo mesmo vista por vários autores como especialmente desafiadora para as práticas educativas.

A escola é uma instituição construída historicamente no contexto da modernidade, considerada como mediação privilegiada para desenvolver uma função social fundamental: transmitir cultura, oferecer às novas gerações o que de mais significativo culturalmente produziu a humanidade. Essa afirmação suscita várias questões: Que entendemos por produções culturais significativas? Quem define os aspectos da cultura, das diferentes culturas que devem fazer parte dos conteúdos escolares? Como se têm dado as mudanças e trans-formações nessas seleções? Quais os aspectos que têm exercido maior influência nesses processos? Como se configuram em cada contexto concreto?

Segundo Gimeno Sacristán, a educação contribuiu consideravelmente para fundamentar e para manter a idéia de progresso como processo de marcha ascendente na História; assim, ajudou a sustentar a esperança em alguns indivíduos, em uma sociedade, em um mundo e em um porvir melhores.

Uma das questões fundamentais de serem trabalhadas no cotidiano escolar, na perspectiva da promoção de uma educação atenta à diversidade cultural e à diferença, diz respeito ao combate à discriminação e ao preconceito, tão presentes na nossa sociedade e nas nossas escolas. Em recente pesquisa (Candau, 2003) realizada com o objetivo de identificar as diferentes manifestações do preconceito e da discriminação nesses espaços, foram claramente evidenciados os sutis processos de discriminação que permeiam nossas práticas sociais e educacionais em suas diversas dimensões.

Os dados levantados coincidem com a literatura sobre o tema, que afirma a existência de pluralidade de expressões de discriminação na sociedade brasileira, sendo a de caráter étnico (mais especificamente em relação ao segmento negro da população), bem como a discriminação social, as formas mais freqüentemente apontadas. É importante salientar o caráter dialético da relação entre esses dois tipos de discriminação, o que faz com que um não possa ser reduzido ao outro.

Outro tema que suscitou um amplo diálogo entre os educadores pode ser assim sintetizado: favorecer o

É fundamental você associar ao seu conteúdo [...]. Você não deixa de dar a informação que todo ser humano precisa, não, mas você associa um conhecimento técnico e científico a uma questão social. [...] Como ia trabalhar a maçã de Newton caindo se os corpos que estavam caindo eram outros? Você associa força, um conceito físico, a força enquanto violência [...] se você trabalha a biodiversidade na matéria, você trabalha sociodiversidade. Eu te-nho um livro – História de uma Folha –, um livro infantil, lindo, que conta a história de uma folha, a folha vai morrer, mas tem uma hora que pergunta “mas, por que somos diferentes e estamos na mesma árvore, por que há cores diferentes?” Aí esta pergunta é

todo um trabalho que você pode fazer.

Nessa perspectiva, afetar o projeto político-pe-dagógico da escola

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