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Em Direção A Uma Mundialização Do Fordismo

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Por:   •  14/4/2014  •  1.377 Palavras (6 Páginas)  •  648 Visualizações

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I – INTRODUÇÃO

O texto trata das razões e efeitos, sob diversos aspectos da difusão dos conceitos fordistas em países considerados periféricos, do ponto de vista econômico, tais como a Coréia, o Brasil, a Índia, o México, etc.

No apogeu do fordismo central, em meados dos anos sessenta, os países considerados periféricos não tinham nenhuma importância no conceito de acumulação. A exportação não era relevante, assim como o comércio exterior como um todo.

II – DIFUSÃO LIMITADA DO FORDISMO CENTRAL

O processo de difusão-integração internacional das relações capitalistas, identificável por meio de um aumento da participação do comércio exterior foi retomado nos anos sessenta, por duas séries de fatores:

1) A primeira série trata da lógica própria do fordismo e sua crise latente:

a) A busca por ganhos de produtividade, por meio da ampliação da escala de produção e

b) A procura por regiões com salários mais baixos.

Este processo ocorre primeiro nos países chamado de primeira periferia: bacia do Mediterrâneo e região oriental da Euros, assim como no sul dos EUA e nos arredores do Japão.

Em um segundo momento este processo de busca por baixos salários se estende para países vizinhos, com o deslocamento das tarefas desqualificadas, para países como Portugal, Espanha, Europa do Leste, México e zonas francas do Leste asiático.

Esta extensão tem duas razões principais:

- aumento da escala de produção do fordismo central, e, consequentemente, da ampliação do mercado no qual o fordismo se desdobrava. Contudo, estes países impunham barreiras alfandegárias, obrigando essas fábricas a neles se instarem para atingir seus objetivos.

- mas, a principal delas era a crescente tensão nas relações de trabalho na região central, fazendo com que o fordismo sofresse pressão em sua taxa de lucro, que poderia ser aumentado em países periféricos, com relações trabalhistas incipientes.

2) A segunda série de fatores está relacionada com a existência de regimes políticos nesses países cujas classes dominantes dispusessem de uma mão-de-obra livre e estivessem dispostas a jogar com esse trunfo.

Era fundamental a existência de um proletariado pouco organizado porém taylorizável, já que a montagem de uma classe operária é um difícil processo de mobilização e estabilização.

Além disso, os regimes políticos precisam apresentar uma tripla autonomia, sob os seguintes aspectos:

- Autonomia em relação às formas tradicionais de dominação externa. Era necessário não impor um imperialismo no formado antigo, mas, estabelecer uma forma de aliança de classes internaiconal e local.

- Autonomia do regime político em relação às classes dominantes ligadas ao outros regimes de acumulação anteriormente desenvolvidos, a fim de que os interesses dos latifundiários não se sobrepusessem aos interesses da classe entrante.

- Autonomia em relação as massas populares.

Em resumo, o regime ideal é uma ditadura, que rompa com os antigos equilíbrios e crie espaço para a entrada do novo regime de acumulação e não só a disponibilidade de força de trabalho.

III – DA TAYLORIAZAÇÃO AO FORDISMO PERIFÉRICO

Neste contexto, por meio de variadas estratégias, o fordismo pôde se estabelecer, e houve, nestes países, chamados NPIs, uma mudança dos conteúdos das exportações, saindo do modelo de primo-exportador, desenvolvendo as exportações de bens manufaturados.

Cabe aqui descrever que os NPIs são os países classificados pela OCDE como aqueles nos quais os produtos manufaturados representem 25% do PIB ou 50% das exportações.

Foram utilizadas diferentes estratégias para o desenvolvimento da industrialização destes países: uma que o autor chama de taylorização primitiva e outra de fordismo periférico.

A taylorização primitiva definida pelo autor trata do deslocamento de determinados segmentos da produção para países que gozam de uma alta taxa de exploração, e que, cujos produtos são reexportados para o centro. As principais indústrias são eletrônica e têxtil, nas quais as estações de trabalho parcelizadas e repetitivas possuem aparelhagem leve e individual. São indústrias mão-de-obra intensivas.

Esta estratégia se desenvolveu em países como a Coréia e Taiwan, e Singapura e Hong-Kong, que dispunham de grande volume de mão-de-obra, principalmente mulheres jovens e com habilidades manuais.

Esta lógica objetiva extorquir ao máximo a mais-valia de uma mão-de-obra que ninguém está preocupado em reproduzir regularmente.

Contudo, Salama, Tissier e Martins (1982) contatam que esta estratégia implica um bloqueio a nível muito baixo ou na diminuição drástica do nível de vidas dos trabalhadores urbanos (bloqueio dos salários acompanhados de inflação). Com isso, não há um desenvolvimento de um mercado local.

Mesmo que esse modelo contribua para restabelecer a rentabilidade das empresas centrais comanditárias, ele coloca outros problemas para o fordismo central, quais sejam:

- há um deslocamento de certas produções, sem aumento da demanda mundial. No setor têxtil, por exemplo, esse modelo representa um jogo de soma nula, onde o perdedor é o emprego nas regiões centrais.

- ao longo do tempo, deixa de existir uma força de trabalho tão disponível cada mais se recorre a mão-de-obra imigrada do campo, ou de países próximos, assim, à questão social, rapidamente se acrescentam uma questão urbana e uma questão racial.

O autor utiliza o termo fordismo periférico pela seguintes razões:

- trata-se dum fordismo autêntico, com um verdeiro processo de mecanização e um acoplamento da cumulação intensiva do crescimento dos mercados ao lado dos bens de consumo duráveis.

- mas, permanece periférico, já que os níveis de produção de maior qualificação permanecem, em ampla medida, exteriores a esses países. A relação comercial estabelecida, desta forma, é a exportação de bens com pouco conteúdo tecnológico e baixo custo para os países centrais, e importação de bens manufaturados e mais caros, para consumo pela nova classe

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