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Espaço Institucional E Espaço Profissional

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Por:   •  22/10/2014  •  1.202 Palavras (5 Páginas)  •  3.429 Visualizações

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FALEIROS, Vicente de Paula, 1941-

Saber Profissional e Poder Institucional / Vicente de Paula Faleiros – 10 ed. – São Paulo : Cortez,2011

O autor, logo na introdução, nos apresenta a perspectiva da sua obra. Considera que “(...) saber profissional e poder institucional são formas históricas da relação entre Estado e sociedade.” (1991-p. 7)

Pode-se afirmar que o Serviço Social como uma profissão que assumiu as relações interpessoais como principal forma de ação profissional. Entretanto, sem possuir uma qualificação psicológica a escuta torna-se incômoda para o profissional já que este não conseguia apresentar soluções para as demandas, tomando com elementos norteadores fatores psicossociais e o conhecimento do meio em que vivia sua cliente. Esse processo de escuta humanizada contribuía para a legitimação de processos de exploração. O profissional era visto inicialmente pela classe dominante como um profissional benevolente disposto a ouvir, entretanto, esta ação foi se modificando, em boa medida, os questionamentos da classe dominada e a exigência de produtividade do próprio capitalismo. (Faleiros 1991)

O profissional tornou-se então um agente solucionador de problemas e isso acabou por alargar e esvaziar a prática profissional, pois o assistente social que atuasse na área de distribuição de alimentos focava o problema na ausência de alimentos, o profissional que atuasse na área de habitação identificava o foco do problema como sendo ausência de moradia. Essa pluralidade a partir dos objetos institucionais levou a uma busca de unificação metodológica da atuação profissional. Esse método comum escamateou a discussão central que seria o contexto institucional e o poder da atuação profissional.

Para Faleiros (1991), essa eliminação ocorreu de duas formas: pela redução de metodologia a um apanhado de etapas de conhecimento e pela opção de uma ação anti-institucional a partir de movimentos sociais que combatiam diversas instituições. Os profissionais que viam na metodologia apenas um meio de melhorar sua eficácia e sua eficiência na inserção institucional não souberam distinguir os objetivos profissionais dos institucionais.

Partindo da relação entre profissional e instituição – em o assistente social carecia de maior poder de decisão – e da relação entre assistente social e cliente – que visava romper com a figura de apoio psico-emocianal e financeiro para avanço por parte do cliente – que se apresentou “a necessidade de repensar as mediações da atuação profissional numa perspectiva mais global, a ponto se situá-las no contexto do Estado capitalista”. (Faleiros 1985, p.20)

A reflexão sobre o processo de acumulação contribui para a compreensão do Serviço Social como uma forma de reprodução do capital através da reprodução da força de trabalho. Embora a lógica da acumulação seja atualmente percebida em todos os detalhes da vida cotidiana deve-se compreende-la como um processo contraditório. A relação contraditória da inserção profissional nos processos de intervenção junto ao Estado possibilita diferentes ações que tanto podem reforçar o processo de dominação e acumulação como contribuir para o fortalecimento das organizações populares. Identifica-se aquilo que podemos compreender como as direções pretendidas no exercício profissional de um contexto institucional capitalista e autoritário. É imprescindível ao profissional saber utilizar os recursos institucionais junto aos interesses da população. Não cabendo ser apenas o “bom profissional” na utilização de suas competências individuais, mas um profissional capaz de formar coalizões, saber quando deve avançar e recuar nas estratégias gestadas no âmbito institucional.

O contrato a qual o cliente se submete a uma instituição se constitui, desde o principio como desigual, pois “o cliente é colocado em uma posição passiva. Se não aceita as normas é excluído dos benefícios possíveis. Se integrar-se às normas da instituição é socialmente excluído, é institularizado cliente, marcado pelas etiquetas profissionais e às vezes confinado pela mesma instituição” (VIRILO; BROBOFF; LUCCIONI 1972 apud FALEIROS 1991, p.33). Policia-se a vida do usuário através de fichas, entrevistas, visitas tornando a instituição uma patrulha ideológica da vida social do cliente.

No contexto de modernização, ao qual Faleiros (1991) escreve, os profissionais e técnicos precisam se adequar as diferentes estratégias de administração no âmbito institucional e fornecer respostas para alcançar os fins propostos pelas instituições. Os profissionais acabam por construir estratégias para contrabalancear sua posição e seus compromissos ideológicos neste processo de modernização. As estratégias de ação neste contexto são:

A primeira estratégia possível para esses profissionais é de integrar-se no processo de modernização. Trata-se da modernização conservadora, [...] o objetivo estratégico dessa modernização é conservar e manter o processo de atenção institucional categorial-desigual-controlador,

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