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Etnocentrismo de acordo com os conceitos de Everaldo Rocha

Por:   •  24/11/2021  •  Artigo  •  1.287 Palavras (6 Páginas)  •  276 Visualizações

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Etnocentrismo segundo os conceitos de Everardo Rocha

Resumo

Cada indivíduo possui seus valores e costumes característicos de cada cultura, esses valores são de extrema importância na formação do “eu” como a moral, religião entre outros. Cada um considera o que aprendeu como o certo e muitas vezes por não conhecer o “outro” julga como estranho, bárbaro ou primitivo. Para Everardo Rocha, em seu texto, “O que é Etnocentrismo”, etnocentrismo é a forma como tomamos como certo e o centro de tudo nossas ideias e doutrinas menosprezando as demais o que pode gerar grandes conflitos de relacionamentos sociais.

Palavras chave:

Etnocentrismo; Everardo Rocha; Brasil

Cada cultura tem seus valores que são característicos na formação do indivíduo, como sua moral, comportamentos e costumes, assim muitos se limitam a sua própria cultura, desconhecendo ou desprezam as demais. O etnocentrismo, é a visão depreciativa que tomamos sob a cultura do outro como algo menor, sem valor, errado ou primitivo.

“Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos. ”  (ROCHA, Everardo P. Guimarães, 1988, p.7).

Podemos perceber o etnocentrismo desde o início da história, entre os povos antigos como gregos, romanos, sumérios, chineses entre outros, que sempre retrataram os estrangeiros como inferiores e bárbaros.

Há relatos de que 500 anos antes de Colombo chegar a América, os vikings teriam passado pelo Novo Mundo, e essa visita não teria sido nada amigável gerando grandes confrontos. Os vikings se referiam ao povo americano como skraelingar ou skraeling, a tradução do termo tem diversos significados, na maioria pejorativos, poderia ser algo como estrangeiro, povo miserável ou doente, demostrando assim o etnocentrismo dos vikings diante da cultura encontrada na América. O mesmo aconteceu com a chegada de Colombo, eles consideravam os índios como selvagens e ficaram bastante assustados e curiosos com a cultura dos índios. Em alguns trechos da carta de Colombo ao rei da Espanha podemos perceber nitidamente seu espanto.

“As gentes desta ilha e de todas as outras que encontrei e das quais tive notícia, andam todas desnudas, homens e mulheres, assim como as mães os parem, ainda que algumas mulheres se cubram num único lugar com uma folha de erva, ou uma coberta de algodão feita para isto. Eles não têm ferro, nem aço, nem armas, nem palavra para isto, não porque não sejam gente de boa constituição e de bela estatura, mas porque são medrosos ao extremo. Não têm outras armas, excetuando armas de canas, quando estão com a semente, nas quais põem no fim um palito agudo. ”

Diante do encontro de dois povos completamente distintos nos deparamos com o choque cultural em que os índios, considerados mais fracos, tiveram suas terras invadidas por europeus que tinham o sentimento de poder de conquista do povo indígena e também por acreditarem que além de superiores seriam escolhidos por Deus para civilizar e catequizar os “selvagens”.

        Através dos primórdios da colonização, os índios e posteriormente com a chegada dos negros ao Brasil, difundiu-se no país uma grande diversidade cultural, baseada nos diversos costumes e crenças de cada cultura, que é nítida até hoje, mas apesar de toda essa diversidade ainda é evidente o preconceito embutido na sociedade diante da cultura do outro, como por exemplo a democracia racial ou de gêneros.

O Brasil mesmo possuindo toda essa diversidade cultural, ainda tem dificuldade em compreender essa mistura, em nossa cultura os indivíduos, na maioria, possuem a necessidade extrema do sentimento de pertencimento para encontrar sua autoafirmação e com isso há a massificação ideológica e diante disso, nos deparamos com os conflitos regionais por exemplo.

Os preconceitos são enraizados através da sua formação, pela cultura e religião por exemplo, e dessa forma o indivíduo passa a ter o sentimento de segurança diante de sua cultura tomando-a como centro de tudo e menosprezando as demais, sem no mínimo tentar compreendê-la. Todas essas formas de julgamento dos povos e culturas diferentes baseando-se nos padrões da sua própria cultura são consideradas etnocêntricas.

Para Rocha o etnocentrismo é exatamente esse choque cultural em que temos dois grupos, o “eu” que consiste no grupo em que cada um se encontra e todos os que possuem os mesmo hábitos, crenças e costumes, e o segundo que é o “outro” que se encontram os grupos diferentes que tem costumes e crenças distintas ou até mesmo opostas as nossas, causando estranhamento e até mesmo repulsa.        

Todos temos tendências para acreditar que nosso modo de vida é melhor, que o do outro, isso acontece por que fomos criados e aprendemos assim e passamos acreditar que aquela é a maneira correta de se viver, e sempre acreditamos que não exista outra forma de cultura.

Quando um estrangeiro vindo de um país bastante formal chega ao Brasil, fica impressionado, surpreso e espantado com a recepção e simpatia que lhe é dada mesmo que ninguém o conheça, isso pode gerar fatores positivos, como a aceitação da cultura e costumes, mas também aspectos negativos como a não adaptação e consequentemente o etnocentrismo colocando sua cultura e valores a cima de tudo.

Outro grande exemplo disso é o grupo machista, que coloca seus valores a cima, marginalizando as mulheres, que certamente não possuem os mesmos direitos que os homens tanto na cultura ocidental e oriental.  Essa questão está nítida na nossa própria criação, o homem é criado como mais forte, o protetor, o alfa, aquele que trabalha para alimentar a família, já a mulher é tida como um ser frágil e é criada servir, cuidar das tarefas domésticas e filhos.

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