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Fichamento Os Três Estados do Capital Cultural - Pierre Bourdieu

Por:   •  10/11/2015  •  Resenha  •  426 Palavras (2 Páginas)  •  4.417 Visualizações

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BOURDIEU, P. Os três estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (org.) Escritos de Educação, 11ª ed., Petrópolis: Editora Vozes, 2010.

Os três estados do capital cultural

Para Bourdieu, a noção de capital cultural surge da necessidade de compreender as desigualdades de desempenho escolar dos indivíduos oriundos de diferentes classes sociais, relacionando o “sucesso escolar” à distribuição do capital cultural entre as classes. Este ponto de partida implica em uma ruptura com a crença na existência de aptidões naturais, quantos às teorias do “capital humano”. Contrariamente às afirmações de que as desigualdades no desempenho escolar seriam devidas a fatores econômicos ou a "dom", Bourdieu afirma que essas desigualdades são frutos da distribuição, também desigual, do capital cultural entre as classes. Para o autor, o rendimento escolar está intrinsecamente ligado ao capital cultural previamente investido pela família.

O capital cultural pode existir sob três formas: o estado incorporado, o estado objetivado e o estado institucionalizado. No estado incorporado, dá-se na forma de disposições duráveis do organismo. A acumulação de capital cultural exige uma incorporação que, enquanto pressupõem um trabalho de inculcação e assimilação, demanda tempo que deve ser investido pelo próprio sujeito. A internalização exige investimentos de longa duração para tornar o capital cultural parte integrante do sujeito. Este trabalho somente poderá ser realizado pelo próprio sujeito, não pode ser transmitido instantaneamente por doação ou transmissão hereditária, por compra ou troca. O capital cultural no estado incorporado está intimamente relacionado ao contexto familiar, que atua de forma marcante na definição do futuro escolar dos descendentes. As referências culturais, os conhecimentos considerados legítimos e o domínio da língua culta facilitam o aprendizado dos conteúdos e códigos escolares.

No estado objetivado, o capital cultural constitui-se na forma de bens culturais, tais como esculturas, pinturas, livros, etc. Para aquisição dos bens culturais é necessário capital econômico. Entretanto, para apropriar-se simbolicamente desses bens é necessário dominar os códigos necessários para decifrá-los, ou seja, é necessário possuir capital cultural no estado incorporado.

Por último, o capital cultural institucionalizado ocorre na forma de título escolar, é aquele que certifica por meio de um título o capital cultural que um indivíduo possui, distinguindo-o na sociedade. O grau de investimento na carreira escolar está vinculado ao provável retorno que se pode obter com o título escolar, notadamente no mercado de trabalho. Esse retorno, o valor do diploma, pode ser alto ou baixo, altera-se de acordo com a acessibilidade a esse título, quanto mais fácil o acesso a um título escolar, maior a adesão e sua consequente desvalorização. É o que o autor destaca de “inflação de títulos”.

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