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Fichamento do Texto: O Reflexo das Relações de Gênero no Cotidiano da Violência Sexual Intrafamiliar.

Por:   •  26/3/2023  •  Resenha  •  1.502 Palavras (7 Páginas)  •  60 Visualizações

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Universidade Federal do Piauí – UFPI

Programa de Pós Graduação Em Sociologia – PPGS

Disciplina – Gênero, Família e Relações de poder

Professora – Mary Alves Mendes

Fichamento do texto: O Reflexo das relações de gênero no cotidiano da violência sexual intrafamiliar.

1. O estudo busca analisar e interpretar as relações assimétricas de poder dentro de famílias inseridas em no contexto de violência intrafamiliar.

 1.1 O objetivo do texto é discorrer como as desigualdades de gênero também respigam nos membros tidos como vulneráveis (mulheres, idosos, crianças).

2. A pesquisa é de cunho bibliográfico e da analise de dados colhidos através do LACRI - USP (Laboratório de estudos da Criança da Universidade de São Paulo) e do portal de atendimento do Governo Federal.

3. A violência intrafamiliar foi apagada constantemente; as práticas de violência física e psicológica foram vistas como legitimas no contexto ocidental, inclusive brasileira.

  3.1 A partir de um novo padrão civilizatório atos que anteriormente eram considerados como socialmente aceitáveis passaram a ser vistos como violentos inclusive aqueles cometidos dentro do seio familiar.

4. A partir de Prado (1989) e Ferrari (2002) as autoras remontam o conceito de família como uma construção social histórica construída, apresenta diferentes modelos estruturais de acordo  com a época e sociedade de inserção.

 4.1 As famílias a partir do século XIX foram estruturadas a partir de uma ordem e modelo patriarcal; ou seja, aquele que concebe aos homens o direito sobre a propriedade, sobre a esposa e consequentemente sobre os filhos.

5. Assim como outras organizações sociais, a família também apresenta hierarquizações entre seus membros a partir de fatores sociais, culturais e econômicos.

6. Transformação e reconstrução constante das famílias na contemporaneidade, contrariando o modelo de “família perfeita” nuclear (pai, mãe e filhos). Mesmo que essas transformações cheguem com mais folego agora na contemporaneidade um numero extensos de famílias estiveram afastados do modelo nuclear anteriormente.

 6.1 Apesar dos avanços e da busca de autonomia e independência no seio familiar, ainda é possível encontrar resquícios da família moldada a partir do patriarcado nas famílias brasileiras.

7. “ A realidade familiar no Brasil atualmente tem definido os papeis esperados de cada membro. Responsabilidade econômica do marido, infraestrutura domestica e afetiva pela mulher, obediência as diretivas paternas (PRADO, 1989, p.76). As relações desiguais entre os membros de uma família continuarão cocorrendo enquanto continuarem a ser fortificadas pela sociedade em geral, na qual segundo Saffioti (1987) o homem branco e adulto ainda é possuidor do poder e do controle.” (pag 5).

8. O imaginário aonde a família seria uma instituição livre de constrangimentos e de violências ainda permeia a sociedade.

 8.1 Para a autora a violência intrafamiliar pode ser definida como: “Toda ação ou omissão que prejudique o bem estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito de pleno desenvolvimento de outro membro da família, incluindo pessoas que possam assumir função parental, ainda que sem laços de consanguinidade, e em relação de poder á outro (BRASIL, 2002; pag 15).”

9. O  serviço disque 100 do governo federal recebeu 195.932 denuncias de violação dos direitos de crianças e adolescentes. Entre essas violências pode-se elencar:

- Violência Psicológica

- Negligência

- Violência física

- Violência sexual

   - Trafico de crianças

   - Exploração sexual

   - Abuso sexual

   - Pornografia infantil

9.1 No tocante a questões de gênero os casos de negligencia e violências física e psicológicas estão praticamente empatadas entre meninos e meninas. O gráfico das violências sexuais revelam que o corpo infanto-juvenil feminino é demasiadamente mais explorado do que o infanto-juvenil masculino.

  9.2 segundo as autoras, esses dados seriam apenas a ponta do iceberg pois um vasto numero de casos “não submergem a superfície” devido ao tabu de se abordar sobre temáticas de violência. Outros aspectos danosos para a ocultação dessa violência é o “adultocentrismo” que deslegitima a fala das crianças; e a ideia imbricada no imaginário social de que a família seria o “o melhor e mais seguro lugar”.

10. Os dados do LACRI mostram que de 1996 – 2007 houveram 159.754 casos de violência domestica contra crianças e adolescente , sendo que destes:

65.669 – Negligência

49.481 – Violência Física

26.590 – Violência Psicológica

532 – Vitimas Fatais

11. A violência intrafamiliar é aquela aonde “Todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra a criança e adolescentes – sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico a vitima – implica de uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro, uma coisificação da infância, isto é, uma negação do direito que crianças e adolescentes tem de serem tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento (AZEVEDO e GUERRA, 2002, 1A/2B – pag 12)” (pag 9).

  11.2 Crianças e adolescentes podem ser vitimas de violência física, psicológica e sexual, tendo como agressores os próprios membros familiares.

12. No caso dos filhos, a mãe sempre é vista como a principal agressora, devido a seu maior contato com a esfera domestica.

13. A autora chama a atenção para a gravidade da violência psicológica, que apesar de não deixar marcas físicas no corpo, mas deixa marcas invisíveis de difícil cicatrização. O abuso psicológico, chantagem emocional como formas de legitimar um poder através do autoritarismo e do medo.

  13.1 as marcas dessa violência invisível variam de acordo com a intensidade, com o tempo que perdura e de quem cometeu determinado ato de violência.

14. “Outro fator favorável á violência sexual contra crianças e adolescentes é o “adultocentrismo”, isto é, a autoridade total conferida ao adulto sobre a criança, em uma relação de desigualdade de poder, na qual o pai é considerado o mediador das relações familiares, quem toma qualquer decisão importante e quem designa o que deve ou não acontecer: “Nessas circunstancias, quer o pai aonde a abordagem sedutora quer prefira a abordagem agressiva para manter relações libidinosas de toda sorte com sua filha, tem pouquíssimas probabilidades de fracasso” (SAFFIOTI, 1989, p.60) “. (pag 17).

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