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Fichamento texto - Algumas chaves analíticas

Por:   •  7/12/2017  •  Resenha  •  694 Palavras (3 Páginas)  •  700 Visualizações

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Fichamento texto “Algumas chaves analíticas”. José Maurício Domingues

  • O pensamento moderno típico, que enquanto tal pode ser datado nos séculos

VII-XVIII, colocou em seu centro a noção de indivíduo. Para autores como Hobbes e Locke os indivíduos chegariam, em dado momento, a um acordo que fundaria a sociedade, e o Estado seria a entidade que emergiria desse acordo. A sociologia surgiu precisamente como alternativa crítica a essa concepção de vida social.

  • UNIDADE DE ANÁLISE: categoria chave para a compreensão da sociologia. Quais os elementos básicos de que se vale o sociólogo para analisar um fenômeno qualquer? Como ele divide a realidade de modo a conhece-la melhor?
  • A física de Newton, que inspirou, em particular Hobbes, apontou os átomos, que existiram independentemente uns dos outros, como o elemento básico da natureza, eles se relacionariam mediante uma causalidade externa. A unidade de análise fundamental nesse caso seria o átomo, pois a própria realidade seria organizada dessa forma.
  • No caso dos individualistas metodológicos, este não é necessariamente o caso. Como o rótulo salienta, seu individualismo se afirma, em princípio, a partir do método de análise. Pois, é quase inevitável supor um individuo autônomo e independente como substrato da vida social no caso desses autores.
  • É mister reter aqui a ideia de que eles estabelecem uma unidade de análise específica, no caso o próprio indivíduo, cuja causalidade ativa é responsável pela construção de toda a vida social.
  • Já os pensadores conservadores e românticos que reagiram à Ilustração e à Revolução Francesa, como Bonald e Maistre, ou que acentuaram as características culturais de cada país europeu. Estes viam a sociedade sobretudo como uma ordem cultural e moral que preexistia ao indivíduo. Sua unidade fundamental de análise se colocava, deste modo, como a própria sociedade.
  • Dentro os “clássicos” da sociologia, foi Durkheim, sobretudo, que abraçou uma perspectiva próxima a essa. O condicionamento do indivíduo pela sociedade.
  • Para muitos, hoje isso implicaria uma clara divisão entre holistas e individualistas. Mas não nos interessa opor holismo e individualismo e sim entender como o indivíduo e sociedade se relacionam na teoria social e como a sociedade é em sua multiplicidade de “instâncias” e coletividades, definida.
  • É mister ter em mente, contudo, que o que chamei de “unidade de análise” deveria ser entendido como uma categoria analítica. Categorias analíticas não existem na realidade, a qual consiste no entrelaçamento dos fenômenos concretos; categorias analíticas são conceitos forjados pelos sociólogos com o objetivo de, por meio da abstração do entrelaçamento dos fenômenos concretos, poder observar aspectos discretos e específicos da realidade social.
  • Outro eixo fundamental de análise para a teoria sociológica é o que se convencionou chamar de relação “ação” e “estrutura”. Até certo ponto, trata-se de uma outra forma de falar das unidades de análise. Seria o indivíduo totalmente autônomo, ou até que ponto estaria determinado pela sociedade?
  • O conceito de estrutura ou, de modo mais amplo, as diversas formulações conceituais que buscam mostrar ou mesmo salientar o peso de arranjos sociais prévios exercem sobre os atores destacam ou o aspecto coercitivo desses arranjos, ou, se bem que dando atenção a esse aspecto, chamam a atenção para o fato de que a estrutura é também capacitadora dos atores. De pensar a sociedade como formativa das possibilidades de existência e ação do indivíduo.
  • Assim, com maior ou menor força, a ideia de que a ação individual depende de memórias compartilhadas pelos indivíduos se faz presente. Sem dúvida, há muitas formas de pensar o surgimento dessas memórias, que fornecem então os parâmetros para o comportamento dos indivíduos e a partir das quais se estrutura a vida social.
  • Internalizadas pelo sujeito ou mantendo-se meramente externas a ele, mais ou menos determinísticas, assim como mais ou menos fluidas ou rígidas, as memórias sociais permitem-nos sempre pensar, no entanto, a estruturação da vida social para além do indivíduo.
  • É importante ter em mente que a relação entre memórias e criatividade é crucial para se entender e analisar as diversas teorias sociológicas. Com isso não quero dizer que elas façam uso desta terminologia, que elas mesmas elaboram esse conceito. De todo modo, eles fornecerão uma chave importante para análises subsequentes.

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