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GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA

Por:   •  28/4/2016  •  Projeto de pesquisa  •  5.335 Palavras (22 Páginas)  •  184 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O trabalho de Caldas (2008, p. 1), evidencia que a Organização Mundial de Saúde (OMS) identifica à fase da adolescência a idade compreendida entre dez a dezenove anos, delimitação esta adotada também no Brasil. Nessa fase da vida, o jovem encontra-se em pleno amadurecimento físico, sofrendo uma descarga hormonal que afeta toda área psicológica, causando o despertar da sexualidade e a irresponsabilidade própria da idade. Quando ocorre a gravidez na adolescência, a jovem procura esconder até o último momento, evitando a assistência pré-natal e causando complicações para a mãe e para a criança.

Chalem et al (2007, p. 177), destacam que no quinto relatório anual do State of the World’s Mothers, publicado em 2004, 13 milhões de nascimentos (um décimo de todos os nascimentos do mundo) são de mulheres com menos de vinte anos e que mais de 90% destes nascimentos ocorrem nos países em desenvolvimento, onde a proporção de parturientes com menos de vinte anos varia de 8% no leste da Ásia até 55% na África. O relatório alertou que a gravidez e o parto foram a principal causa de morte em mulheres de 15 a 19 anos nos países em desenvolvimento.

Para Júnior (2004, p. 26), no Brasil, é no estrato social mais pobre que se encontram o maior índice de fecundidade na população adolescente. A gravidez na adolescência traz sérias implicações que atingem o indivíduo adolescente e a sociedade como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o engajamento destas jovens na sociedade.

A pesquisa Juventude e Sexualidade, da UNESCO, trazem uma cifra espantosa: uma em cada dez estudantes engravida antes dos 15 anos. Isso significa que a adolescente brasileira tem mais probabilidade de engravidar (acontece com 14%) do que se formar numa faculdade (hoje, só 7% das mulheres possuem diploma de curso superior, segundo o IBGE). Entre as garotas com menos de 19 anos, a proporção de grávidas cresce desde a década de 70, ao contrário do que ocorre em todas as outras faixas etárias. Famílias que ganham até um salário mínimo per capita concentram 65% das adolescentes grávidas - quase a metade delas no Norte e Nordeste, as regiões mais pobres do país. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) mostram que 70% dessas mães ficarão desempregadas depois (COTES; ARANHA; BARBI, 2008).

Os casos acima citados evidenciam que há uma discrepância entre o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a realidade que o país apresenta. O Art. 4 da referida Lei dispõe:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária” (2005, p.13).  

Elevado índice de gravidez indesejada na adolescência é uma questão social que demanda posicionamento em favor de ações que garantam a dignidade e a qualidade de vida prevista pela Constituição Brasileira.

No Brasil, um milhão de adolescentes dá à luz a cada ano. As estatísticas também comprovam que, a cada década, cresce o número de partos de meninas cada vez mais jovens em todo o mundo. Essas adolescentes têm sido consideradas cientificamente como um grupo de risco para a ocorrência de problemas de saúde em si mesma e em seus conceptos, uma vez que a gravidez precoce pode prejudicar seu físico ainda imaturo e seu crescimento normal (SILVA; TONETE, 2006).

Percebe-se neste contexto bibliográfico que a questão da gravidez precoce vem aumentando e atemorizando a sociedade contemporânea, em especial a comunidade que exerce função na área da saúde. As graves conseqüências de uma gravidez na adolescência afeta não só fatores biológicos, mas os planos de vida individual, familiar e social, considerados indispensáveis para que o cidadão possa exercer sua autonomia na fase adulta.

Com base fundamentada nas informações literárias analisadas, esse trabalho busca averiguar a ocorrência e o impacto da gravidez precoce na grande região de Ariquemes, estado de Rondônia, com análise relativa ás interferências biológicas e sociais, através de um estudo de caso-controle entre dois grupos, sendo: as adolescentes (caso) e as mulheres adultas (controle).

REFERENCIAL TEÓRICO

        Azevedo (2008) identifica a adolescência como o período da vida humana iniciado com a puberdade, caracterizando-se pelas transformações corporais e psicológicas que ocorrem atualmente nos jovens entre dez a dezenove anos. O Ministério da Saúde estabeleceu portaria No: 980 de 21/2/1989 “Adolescência - a faixa etária 10 a 20 anos”. As transformações corporais desse período trazem para o adolescente as necessidades da responsabilidade que norteiam escolhas adequada de comportamento.

Para Reverón (2007, p. 35), a palavra adolescente vem do latim adolescere, que significa “crescer.” É a soma de mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais que acontecem no indivíduo durante sua passagem da infância à vida adulta. Ainda segundo a autora, a “puberdade” é a descrição objetiva das transformações da maturidade sexual induzida pelo despertar hormonal e que termina com a aquisição da capacidade reprodutiva.

Segundo a autora, no meio social, a maturidade sexual sucede antes do amadurecimento emocional e a autonomia financeira do adolescente. Assim, um número significativo de jovens que se encontram nessa faixa etária está propenso a iniciar sua vida sexual sem a devida preocupação com o fator gravidez precoce, sendo que para o sexo feminino as consequências apresentam maior relevância do que para o sexo masculino.

  1. Resultantes da gravidez na adolescência

A gravidez precoce compromete a saúde física e psicológica da jovem, pois nesse período seu corpo encontra-se em pleno desenvolvimento e recebe uma carga hormonal maior para sua formação adulta. Na ordem biológica destaca-se o início da menarca, que tem evoluído em média quatro meses a cada dez anos.

        Reverón (2007, p. 36) esclarece que o processo evolutivo do ser humano modificou seu relógio biológico e agora o despertar da puberdade - ativação de estrógenos nos ovários e de testosterona nos testículos - não é aos 13 ou 14 anos, mas aos oito anos nas meninas (sem que seja considerado antecipado) e aos 10 anos e meio nos meninos. Estudos sobre a população adolescente indicam que 75% das meninas têm ciclo ovulatório, a partir dos 14 anos e meio. Nesse sentido, a autora destaca que essa mudança cronológica é muito importante, já que o começo da puberdade dá início à adolescência, com tudo o que ela significa.

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