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Interdependência entre ciências sociais

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Por:   •  27/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.137 Palavras (9 Páginas)  •  367 Visualizações

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CIÊNCIAS SOCIAIS

Todo o ser humano, desde a sua nascença à sua morte, faz parte de uma realidade com a qual se habitua a conviver — a realidade social. Das pessoas com quem convivemos habitualmente ao tipo de alimentação que preferimos, do local onde habitamos aos meios de comunicação que usamos e às actividades de lazer que realizamos, do processo de procriação até à expansão da esperança média de vida, etc., tudo faz parte da realidade social. Essa realidade, aparentemente simples para quem nela vive, é, porém, muito complexa e qualquer acontecimento, ou decisão, acaba por ter reflexos na vida das outras pessoas, mesmo daquelas que nem sequer conhecemos ou convivemos regularmente

As ciências sociais debruçam-se sobre a mesma realidade social ou “fenômeno social” , só que com “olhos” diferentes.

As diversas Ciências Sociais denominam-se de sociais por se debruçarem sobre realidades Sociais ou fenómenos da realidade Social. Apesar de cada Ciência focar um determinado fenómeno social, todas elas se baseiam na realidade social. É por isto que não se pode deixar de referir a Complementaridade das Ciências Sociais.

Todas as ciências sociais têm como objectivo uma única realidade social que pode ser estudada mediante variadas abordagens.

Tendo em conta este aspecto, cada ciência procurou eleger um conjunto de pressupostos teóricos e instrumentos científicos que delimitem o seu campo de estudo.

Há pois que reconhecer a existência de uma interdependência entre as Ciências Sociais que resulta muitas vezes que avanços numa determinada disciplina possamser utilizados noutras disciplinas das ciências sociais. Esta particularidade, durante muitos anos apontada como uma fragilidade das ciências sociais, é hoje apontada como uma mais-valia na medida em que a partilha de conhecimentos interdisciplinares pode ser um importante contributo para a construção do conhecimento humano

É errado pensar que a realidade social se reparte em sectores distintos e que cada ciencia social estuda o seu campo especifico do real.

Na verdade, a pluralidade dos ramos das ciencias sociais não significa que se possa dividir quer a realidade social, quer os seus fenomenos particulares em compartimentos perfeitamente separados.

A realidade social constitui uma unidade indivisivel e complexa, cuja analise pode ser efectuada segundo perspectivas disciplinares ou olhares cientificos diferentes.

Quando por isso os cientistas sociais se referem a analise economica, ou outra, estão apenas a usar um recurso linguistico que visa ajudar a compreender uma realidade vasta, complexa e pluridimensional, dividindo-a artificialmente de acordo com os seus interesses disciplinares próprios – sem que, todavia, se deva confundir essa divisao disciplinar com a realidade social que é sempre indivisivel.

O problema da ruptura

Partindo da ideia de que os desenvolvimentos sócio-económicos, políticos e teóricos são susceptíveis de ser analisados cientificamente, foi-se constituindo, desde os sécs. XVII, XVIII e XIX, um saber especializado nas ciências sociais, assente na reflexão teórica e naobservação empírica.

1.1- A influência do senso comum nas ciências sociais

As ciências sociais confundem-se com o senso comum já que, para além da inexistência de códigos e instrumentos específicos, todos os indivíduos procuram orientar e racionalizar as suas acções dentro de uma determinada estrutura social, verificando-se assim a dificuldade de eliminar aspectos subjectivos na análise do cientista.

Contrariamente aos factos físicos, os factos sociais são sempre interpretados por uma consciência participante do mundo social, o que torna necessário uma análise sociológica das representações colectivas do quotidiano.

2- Natureza e cultura - as interpretações naturalistas

É usual nas interpretações comuns dos factos sociais atribuírem-se causas físicas ou biológicas, isto é, naturais, a determinados padrões de comportamento. Esta tendência coloca a questão da relação entre a natureza e os diversos contextos sociais do homem.

Contudo, as interpretações naturalistas, que preconizam a evolução da realidade social de acordo com um determinismo biológico, têm sido desmentidas pelas investigações nos domínios da antropologia, sociologia e história, que põem em evidência a importância dos contextos sócio-históricos dos fenómenos.

A sociobiologia pressuponha ter o comportamento social uma base biológica, aplicando por isso teorias biológicas, fundamentadas nos cânones darwinistas, á formação dos contextos sociais. Porém, a extrapolação dos limites do mundo animal é duvidosa quando esses pressupostos são aplicados ao comportamentohumano.

2.1- A interpretação das ciências sociais

Já as ciências sociais afirmam uma relação entre as condicionantes biológicas e a sua evolução nas sociedades, ou seja, sustentam que o comportamento humano é simultaneamente determinado por factores biológicos e culturais.

Temos assim que as influências recíprocas dos factores naturais e culturais torna possível englobar dados físicos e biológicos nos modelos explicativos das ciências sociais. A demografia e a geografia nos seus moldes actuais são dois bons exemplos da interligação entre factores biológicos e sociais.

2.2- As determinantes ideológicas dos argumentos naturalistas

O senso comum tende a formar imagens distorcidas da realidade que, baseadas essencialmente em representações simbólico-ideológicas, determinam os esquemas de socialização dominantes.

3- Indivíduos e sociedade - o individualismo

Estando a naturalização dos factos sociais associada a práticas, interesses e representações ideológicas de determinados grupos sociais, pode-se dizer que os obstáculos epistemológicos das ciências sociais são socialmente determinados.

Segundo as interpretações unitárias do saber prático, as condutas ou comportamentos são justificados por razões ou leis que nos são apresentadas como fruto da vontade individual.

Durante a ascensão da burguesia liberal, o utilitarismo e o individualismo foram o pano de fundo das concepções ideológicas, quer ao nível do senso comum quer ao nível da filosofia política e da ciência, de que constituíam o postulado fundamental.

3.1- Aconcepção individualista aplicada às ciências sociais

Anthony Giddens

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