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Introdução A Weber - Ética Protestante

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Por:   •  3/3/2015  •  2.933 Palavras (12 Páginas)  •  238 Visualizações

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Introdução do autor

Ao estudarmos qualquer problema da história universal, o produto da moderna civilização

européia estará sujeito à indagação de quais combinações de circunstâncias se pode atribuir

o fato de na civilização ocidental, e só nela, terem aparecido fenômenos culturais que,

como queremos crer, apresentam uma linha de desenvolvimento de significado e valor

universais.

Apenas no Ocidente existe uma ciência num estágio de desenvolvimento que

reconhecemos, hoje, como válido. O conhecimento empírico, as reflexões sobre o universo

e a vida, a sabedoria filosófica e teológica das mais profundas não estão aqui confinadas,

embora no caso desta última o pleno desenvolvimento da teologia sistemática deva ser

creditado ao cristianismo sob a influência do helenismo, uma vez que dela houve apenas

fragmentos no islamismo e numas poucas seitas hindus. Em poucas palavras, conhecimento

e observação de grande finura sempre existiram em toda parte, principalmente na índia, na

China, na Babilônia e no Egito. Mas à astronomia da Babilônia e às demais faltavam – o

que torna seu desenvolvimento mais assombroso – as bases matemáticas recebidas

primeiramente dos gregos. A geometria hindu não tinha provas racionais, que foram outro

produto do intelecto grego, criador também da mecânica e da física. As ciências naturais da

índia, embora de todo desenvolvidas sobre a observação, careciam de método de

experimentação o que foi, longe de seus alvores na Antiguidade, um produto

essencialmente do Renascimento, assim como o moderno laboratório. A medicina,

especialmente na índia, embora altamente desenvolvida quanto às técnicas empíricas,

carecia de fundamentos biológicos e particularmente bioquímicos. Uma química racional

tem estado ausente de todas as áreas dá cultura que não a ocidental.

A erudição histórica chinesa, altamente desenvolvida, não possuía o método de Tucídides.

É verdade que Maquiavel teve predecessores na índia; mas todo o pensamento político da

índia carecia de um método sistematizado como o de Aristóteles e, de fato, de conceitos

racionais. Nem todas as antecipações da índia (Escola de Mimamsa), nem as extensas

codificações, especialmente no Oriente Próximo, nem todos os livros de leis da índia e de

outros lugares possuíam formas estritamente sistemáticas de pensamento, tão essenciais a

uma jurisprudência racional como a lei romana e o direito ocidental por ela influenciado.

Uma estrutura como o cânone jurídico é conhecida apenas no Ocidente.

A mesma observação é válida no tocante às artes. O ouvido musical dos outros povos era,

provavelmente, de sensibilidade até mais desenvolvida do que o nosso; e certamente não o

era menos. A música polifônica de diversos tipos era amplamente distribuída sobre o

planeta. Diversos instrumentos tocando em conjunto, assim como o canto de partes da

música, existiram em toda parte. Todos os nossos intervalos racionais de tons eram

Max Weber

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conhecidos e calculados. Mas a música de harmonia racional tanto o contraponto quanto a

harmonia , a formação do tom básico sobre três tríades com o terceiro harmônico; nossa

cromática e enarmônica, não interpretadas em termos de espaço mas, desde o

Renascimento, em termos de harmonia; nossa orquestra, com seu núcleo de quarteto de

cordas e a organização do conjunto de sopros; nosso acompanhamento de graves; nosso

sistema de notação, que tornou possível a composição e o moderno trabalho musical e,

pois, a sua própria sobrevivência; nossas sonatas, sinfonias, óperas e, finalmente, nossos

instrumentos fundamentais que são expressão daquelas: o órgão, o piano, o violino etc.

Todas essas coisas são conhecidas apenas no Ocidente, embora a música descritiva, a

poesia tonal, as alterações de tonalidade e cromáticas tenham existido como meios de

expressão de várias tradições musicais.

Em arquitetura, o arco ogival tem sido usado em toda parte como meio de decoração, na

Antiguidade e na Ásia; presumivelmente, a combinação do arco ogival com a abóbada em

cruz não era desconhecida no Oriente. Mas o uso racional da abóbada gótica como meio de

distribuição de cargas e cobertura de espaços de todas as formas e, como um princípio

construtivo de grandes edificações monumentais e como fundamento de um estilo,

extensivo à escultura e à pintura, como as criadas pela Idade Média, não ocorreu em

nenhum outro lugar. As bases técnicas de nossa arquitetura nos vieram do Oriente. Nelas

porém faltava a solução do problema da cúpula e o tipo de racionalização de toda a as artes

– no caso da pintura, a utilização racional das linhas e a perspectiva espacial que o

Renascimento

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