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Jovens E Saúde

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Por:   •  27/3/2015  •  3.604 Palavras (15 Páginas)  •  158 Visualizações

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Introdução

Quem és Tu Criança?

“Criança tu és bela

Tua sinceridade revelas

Não te importas se pisas

Para ti a verdade é tudo

Só vês com o coração.

Sabes sorrir só quando gostas

Quando não gostas não iludes

Exiges os teus direitos

Que nem sempre são atendidos.

Chora e luta, mas nunca percas as tuas ideias

Cresce, cresce mas não mudes

A criança que hoje és

Guarda-a no coração de adulto

Só assim o homem que irás ser

Pensará sempre com o coração

Amando e espalhando toda a razão

De um ser humano.”

Doutor Manuel Tomás

Definir “Criança” é algo que se mostra de uma dificuldade extrema, dependendo do prisma que adoptarmos para a sua caracterização.

Para alguns a infância é algo de bom, desde que não se interfira nela e que cada criança possa descobrir as coisas por ela própria. Jean-Jacques Rosseau é um dos teóricos que está de acordo com esta ideia, e que nos diz que “Deus fez tudo bom, o homem interfere e torna tudo mau.” (Tucker, 1979, p. 7).

Para outros autores, a criança eleva-se acima dos adultos em sabedoria. John Holt, por exemplo, escreveu que “nas questões importantes, ninguém sabe melhor que a própria criança. As crianças devem ter os direitos, os privilégios, os deveres e as responsabilidades dos adultos” (Tucker, 1979, p. 8).

As influências dos pais e familiares nas aspirações educacionais da criança, põem em relevo aspectos fulcrais do quotidiano escolar: a relação interpessoal e a influência nos e dos companheiros de escola.

O seu estatuto, o sexo e a idade, o maior ou menor apoio do contexto familiar vão ainda ser responsáveis, entre outros factores, pelos comportamentos.

Ao citar-se outro autor é afirmado que a criança é naturalmente boa, contudo necessita “de disciplina firme e do tacto de pais com valores esclarecidos.” (Tucker, 1979, p. 8).

A condição social de ser criança

A ideia de infância, tal e qual a concebemos hoje, surge simultaneamente com o sentimento de família e com o desenvolvimento da educação escolar. Certamente não se trata de uma coincidência. Tais transformações resultaram da organização das relações sociais de produção da sociedade industrial. Na Idade Média e no início dos tempos modernos, os filhos eram, evidentemente, cuidados e protegidos pelos pais, no seio de uma organização familiar.

Mas a existência de família não implicava um sentimento de família que unisse emocionalmente os membros em núcleos isolados, o que iria desenvolver-se lentamente a partir do século XVII, em torno do sentimento de infância (Ariès, 981).

Anteriormente à sociedade industrial, a duração da infância limitava-se à tenra idade em que ela necessitava que os cuidados físicos fossem assegurados (aproximadamente aos sete anos).

Daí em diante, a criança passava a conviver directamente com os adultos, compartilhando do trabalho e dos jogos, em todos os momentos. A aprendizagem de valores e costumes dava-se a partir do contacto com os adultos: a criança aprendia ajudando os mais velhos. Logo, a socialização acontecia no convívio com a sociedade, não sendo determinada ou controlada pela unidade familiar. Nesta forma colectiva de vida misturavam-se idades e condições sociais distintas, não havendo lugar para a intimidade e a privacidade.

As considerações destes factos históricos permitem-nos compreender como a ideia moderna de infância foi determinada socialmente pela organização social capitalista, definida pelos interesses de uma classe ascendente: a burguesia. Contudo, a ideia de infância que se desenvolveu e chegou até aos nossos tempos não exprime o seu fundamento histórico. Pelo contrário, suprime-o ao apresentar-se como se fosse um conceito eterno, universal e natural. Não existe, portanto, uma natureza infantil, mas uma condição de ser criança, socialmente determinada por factores que vão do biológico ao social, produzindo uma realidade concreta. Assim, a dependência da criança é um facto social e não um facto natural.

Para a Pedagogia tradicional, a ideia de criança é a ideia do que ela deverá ser se for adequadamente educada. Quando relegada à sua própria sorte é facilmente corrompida pelo mal. Cabe à educação ensinar normas e conteúdos moralmente sadios que contrariem a sua natureza selvagem. Já a Pedagogia nova, vê a criança como um ser pleno para a auto-realização em cada etapa de desenvolvimento.

É, portanto, naturalmente boa e ingénua, podendo ser corrompida se não for protegida e respeitada. Assim, o processo de socialização da criança é concretamente determinado pela sua condição histórico-social. Além disso, enquanto sujeito da história, a criança tem a possibilidade de recriar o seu processo de socialização e através dele interferir na realidade social.

Aprendizagem Social - A Interacção Adulto – Criança

Poderíamos dizer que faz parte do senso comum a afirmação de que as pessoas, sobretudo as crianças, aprendem observando e imitando os outros. Contudo, foi Albert Bandura que desenvolveu numerosas experiências que fundamentaram a importância da aprendizagem por observação, isto é, a aprendizagem que resulta da interacção e da imitação social.

De acordo com este psicólogo, muitos dos nossos comportamentos são aprendidos através da observação e imitação de um modelo - modelação ou modelagem. É pela observação que aprendemos a serrar uma tábua, a abrir uma caixa, a ligar uma máquina, a cozinhar, a pintar...Com certeza precisamos de prática para desenvolver estas aptidões, mas na base da sua aquisição está a observação. De facto, grande parte da aprendizagem humana está baseada na observação: o processo de socialização passa necessariamente pela observação, imitação e identificação com os modelos sociais (pais, professores, cuidadores,

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