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O AVANÇO DA MODERNIDADE

Por:   •  3/6/2018  •  Resenha  •  1.209 Palavras (5 Páginas)  •  183 Visualizações

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BRASIL 1870-1914: A FORÇA DA TRADIÇÃO

O AVANÇO DA MODERNIDADE

  • Mesmo havendo consenso na literatura sobre o avanço da modernidade no Brasil após 1870, a tradição foi forte para manter os valores de uma sociedade rural, patriarcal, hierárquica.
  • É um período marcado em toda América Latina como o auge do desenvolvimento pra fora, da integração da economia capitalista em fase de expansão imperialista.
  • No Brasil é o ponto alto do ciclo cafeeiro e também tempo do ciclo da borracha.
  • É o tempo de investimento estrangeiro, sobretudo inglês ( ferrovias, navegação, serviços urbanos e comércio e até mesmo na valorização do café.
  • Socialmente é a época da extinção da escravidão, acelerada em 1871 pela libertação do ventre escravo e completada em 1888 pela abolição total.
  • Ao mesmo tempo em que extinguia a escravidão, promovia-se a imigração estrangeira, que chega ao ponto máximo no período.
  • Nesse período ocorrem várias correntes ( recrutamento militar, reforma do sistemas de pesos e medidas, desenvolvimento do partido republicano...) e elas se consideram portadoras do progresso contra o atraso monárquico.
  • O progresso avança por fases historicamente definidas. O Brasil estava na fase teológico-metafísica da monarquia e devia avançar para a fase positiva do regime industrial republicano.
  • A nova versão da ideia de progresso dá ainda maior ênfase à ciência e à técnica como fatores de transformação social. No caso brasileiro talvez se devesse mais ainda ao surgimento de um grupo social urbano e educado que se sentia sufocado na sociedade escravista e rural. Sua única credencial para ascender socialmente era a competência técnica.
  • Houve várias mudanças por todo o espaço, o esforço modernizador manifestou-se em várias campanhas civilizadoras, verdadeiras missões, nos quais usavam métodos distintos de catequese, mas o evangelho era o mesmo : o progresso, a civilização. A modernidade.
  • O furor missionário, as crenças ingênuas no poder da ciência e da técnica e na inevitabilidade do progresso refletem-se na famosa frase de Euclides da Cunha em OS SERTÕES “Estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos”

A FORÇA DA TRADIÇÃO

  • Não se pode negar que houve mudanças, sobretudo na mentalidade dos grupos de elite que chegaram ao poder com a proclamação da república. Mas é preciso ter cautela na avaliação do fenômeno. A tese da mudança pode ser em parte fruto da visão dos próprios modernizadores.
  • As missões civilizatórias se encarregavam de revelar, por oposição, um Brasil que estava longe de participar dos valores dos missionários e estes reagiu contra um governo que feria seus valores, suas tradições, seus costumes...
  • Os sertanejos defendiam sua prática religiosa tradicional, o casamento religioso, as procissões. Contra eles de desencadeou a ira do governo e do jacobinismo republicanos em nome da civilização e do progresso. Uma luta resídua de um passado longínqua e os “ideais modernos”
  • Contudo havia ainda o vasto mundo rural que se mantinha silencioso, submetido ao poder dos grandes proprietários de terra, inclusive nas áreas agrícolas de exportação.
  • O resto do mundo rural era o reino dos coronéis que dominavam os partidos republicanos estaduais e davam sustentação ao governo federal e estabilidade à republica oligárquica. Este mundo assim como essa república nada tinha de moderno. Era um mundo de analfabetismo, de trabalho semi-servil, de ausência de direito, de paternalismo.
  • Não só do mundo rural vinha a reafirmação de valores tradicionais. A própria capital foi palco de reações. A começar pela revolta armada. Mas a reação mais espetacular foi sem duvidas a revolta da população, em 1904, contra a vacinação obrigatória e a reforma da cidade, empreendidas no melhor espirito das missões civilizadoras.
  • Não há duvidas de que a reação popular se deveu á prevalência entre a população de valores incompatíveis com os que presidiam á ação do governo. Havia para começar, fortes e rígidos padrões de moralidade familiar, aplicados especialmente às mulheres.  Havia também uma concepção tradicional de relacionamento entre cidadão e governo, onde o governo não devia interferir nas normas tradicionais e regiam o cotidiano das pessoas, sobretudo em sua vida doméstica e os cidadãos não teriam participação ativa nos negócios públicos. Violado o pacto por parte do governo, a população se viu no direito de reagir com violência.
  • O avanço do estado na regulamentação da vida das pessoas  foi uma das causas mais frequentes de revoltas populares. A causa mais tradicional de revolta era, naturalmente, o aumento de impostos e tarifas.
  • Não somente as populações do  interior mostrava a força da tradição. Parte da população da capital regia por valores diferentes aos da elite modernizante.

QUE MODERNIDADE?

  • A força da tradição não se revelava somente como reação as mudanças, ela estava presente no próprio conteúdo do que era visto e considerado como moderno por setores da elite.
  • A modernidade significava muita coisa, era a eletricidade, o telefone, o cinema, era as instituições cientificas, a moda... Mas  a maneira pela qual se combinavam é que vai dar sentido da modernidade, seu maior ou menor grau de rompimento com a tradição.
  • De tudo,  podemos ver o que a modernidade brasileira não era. Não incorporava a ideia de igualdade e democracia. O povo era na maior parte hostil ou indiferente ao novo regime. A república brasileira foi uma originalidade, não tinha povo.
  • Mais que indiferente, a modernidade era alérgica ao povo brasileiro.
  • A república foi particularmente hostil aos negros e mestiços que formavam a maior parte da população de Canudos, do contestado e mesmo das classes populares do Rio de Janeiro.
  • Se considerarmos democracia como parte da modernidade, os reformistas não tiveram desempenho brilhante. Não havia consenso entre eles quanto ao próprio sistema representativo.
  • Outra indicação de ambiguidade era a relação da modernidade com a ideia de civilização. Indicava a criação de um espaço urbano para as elites, afastando a presença deselegante da pobreza.

  • A ambiguidade penetrava a própria cabeça dos intelectuais supostamente modernos.
  • A ambiguidade estava no próprio coração do positivismo ortodoxo, onde o positivismo via a historia da humanidade como marcha continua em direção ao progresso sob impulso da ciência. Ao mesmo tempo, no entanto, salientava os aspectos afetivos e religiosos da ação humana, colocando-os acima da razão e da ciência.

UMA SOCIEDADE CONSERVADORA

  • O Brasil era uma sociedade agrária, exportadora de produtos primários, governada por uma oligarquia de grandes proprietários, com elite europeizada desdenhosa do grosso da população formada por pobres, analfabetos e negros.
  • Pra alguns autores, éramos de formação comunitária, familista, nossa solidariedade se esgotava no pequeno círculo da família, dos amigos. Não éramos capazes de solidariedade de interesses que fosse além desses limites. Em consequência não tínhamos espirito cívico e ficávamos dependentes do Estado.
  • Acreditando ou não no povo, os modernizadores chegavam a mesma solução, o autoritarismo, violento ou paternalista. O estado deve assumir a tarefa de organizar a nação, de modernizar esse país. Era o programa de modernização conservadora, no qual militares e técnicos tiveram grande participação.
  • Era uma modernidade que não se baseava na força da iniciativa individual da tradição anglo-saxônica, nem tinha lugar para o exercício da fraternidade da tradição popular brasileira.
  • A relação do estado com o individuo era uma combinação de repressão e paternalismo.
  • Não gerava a cidadania, no máximo criava a estadania, a incorporação ao sistema politico pelo envolvimento na malha crescente da burocracia estatal.
  • Deturpava-se ao mesmo tempo, a boa modernidade e a boa tradição.

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