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O BOIA-FRIA: COMO ATOR SOCIAL E SUJEITO HISTÓRICO

Por:   •  1/9/2018  •  Resenha  •  6.991 Palavras (28 Páginas)  •  141 Visualizações

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O BOIA-FRIA: COMO ATOR SOCIAL E SUJEITO HISTÓRICO.

RESUMO

Esse artigo tem por objetivo investigar os processos socias, políticos e econômicos que transformou o camponês ou o trabalhador Rural no assalariado rural no contexto histórico brasileiro do meado da  década do século XX. E o  processo no qual essa classe se articula e se organiza se apresentando como atores sociais e políticos no cenário brasileiro no fim do século XX.

O trabalhador rural ou o camponês brasileiro, passa no meados do século XX por um processo legal e político de expropriação dos recursos e do acesso aos meios de produção da sua existência, passando por um processo de degradação, levado a viver em condições precárias e de miserabilidade. Levando-o a emigrar para as regiões urbanas em busca de trabalho e melhores condiçãoes de vida, se deslocando para as regiões urbanas, e deslocarem de fazenda a fazenda, em busca de trabalhos temporários em lavouras e com salários por tarefa, e  muitos passaram  também pelo trabalho assalariado em processo análogo ao da escravidão.

Na miséria, pelo trabalho e tomada de consciência de sua realidade social, esse trabalhador assalariado rural, reconhecendo seus pares e com o conhecimento de que muitos outros viviam a mesma realidade, entraram no  processo de   reconhecimento de elementos que os caracterizavam dando a eles uma identidade comum, reconhecendo uma unidade , que vivendo a mesma realidade, tinham os mesmos   interesses, logo se unindo para reinvindicar e lutar por diretos juntos, teriam maior possibilidade de conquistas e destas serem coletivas e não individuais, sendo assim  inclusive mais chances a serem garantidas por lei. Entrando numa    luta política pela democratização de direitos sociais, econômicos  e políticos, abrindo o debate   intelectual e político no Brasil para    uma outra  perspectiva, mais ampla, mais humanizante, mais democrática se tornando o que viria a ser "um" dos maiores movimentos sociais e o  maior movimento rural brasileiro o Movimento dos Trabalhadores sem Terra, o MST  a questionar a estrutura  fundiária brasileira e a exigir a reforma agrária como principal pauta.

INTRODUÇÃO

O Boia-fria foi ator social de seu tempo, ao vivenviar as mazelas impostas por um Estado omisso em dar soluções concretas das especificidades dos problemas do campo e do trabalhador rural. Sujeito histórico por ter unidade e força e de ter levado politicamente o Brasil às novas concepções políticas, econômicas e sociológicas, num processo de ampliação democrática histórica. Durante o processo de transição de novas políticas públicas implementadas ao redor do discurso de modernidade, nacionalismo e desenvolvimentismo, o trabalhador rural se percebe em novas concepções sociais que implicam na sua própria existência, levando-o a passagem de trabalhador rural ou camponês a mera condição de trabalhador assalariado rural dentro da estrutura de produção capitalista, no processo de industrialização nacional, migrando para a marginalização do sistema e de trabalhador precarizado.

O Boia-fria se tornou um estranho dentro de seu próprio território de origem e vivência por uma nova lógica de organização social, que ao se expandir, transformava sujeitos em outra coisa qualquer, que não mais o sujeito em si que existia. Aprendendo a lhe dar com a própria    natureza de sua expropriação, do acesso as condições básicas de produzir suas condições de existência, num contexto de migrações em serviços temporários para poder garantir o mínimo em baixos pagamentos pago por trabalhos lavourais pequenos e temporários, passa a viver uma realidade que não supre suas expectativas de vida e realizações pessoais. Esse sujeito se vê dentro de um processo em que em nada são favorecidos ou sequer estão amparados pelo sistema político de Estado, nem em leis, nem em políticas públicas de alocações de recursos destinados aos déficets desse setor agrário, obviamente que destinados aos pequenos agricultores e aos trabalhadores rurais.

Uma vez que não são visto e nem ouvidos, o que precisa ser feito é a articulação e a organização dessa categoria negligenciada pelo Governo de Estado e suas políticas, e explorados pelo grande latifundiário, que muito se beneficia dessa condição quase que de indigentes dos trabalhadores rurais, que estando desamparados pelo Constituição Federal, nada tem a perder com a sua ação política coletiva de agir em prol de seus interesses contra o grande latifúndio e até mesmo contra o Estado, ao apresentar a este, reivindições mediante a grande mobilização que chamam a atenção em vias nacionais e internacionas, fazendo surgir ainda no período de governo de Ditadura Civil Militar, e a sua abertura democrática após vasto período de sensuras. Sugem no cenário político nacional diversos movimentos socias que buscam identidades culturais, numa lógica nova de organização das diversas categorias em disputas por identidade cultural e direitos e que travam lutas políticas diretas, em conflito e confronto com o Estado, inclusive pedindo Diretas Já. Mas a mobilização do trabalhador rural nesse quadro político de novos atores socias que vão surgindo dentro de uma nova lógica de  movimento social que ganha peso e nome no cenário político como força política e de ação coletiva leva o nome de Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, assim também como outro movimento social de expressão o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), assim também como movimentos do campo associados a igreja católica como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a partidária como a Liga Camponesa do PCB e da aliança entre os católicos e os comunistas com os trabalhadores rurais, assalariados rurais, o campesinato, surgiu o mais importante resultado político para os trabalhadores campo que foi a CONTAG (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura, com estrutura sindical a travar lutas de sindicato da classe.

Esses movimentos socias surgem da necessidade de novas transformações de ações políticas mediadas pela urgência de ações diretas de preservação do meio ambiente em degradação, da ampliação de leis para grupos específicos, que seja na luta feminista, luta racial, luta de gênero etc, assim como também a luta dos trabalhadores assalariados rurais, os bóias-frias, considerados em determinado período histórico nacional do século XX como os mais abandonados pelas políticas públicas, pelos direitos trabalhistas,  pelos programas e projetos políticos principalmente voltada ao trabalho, direitos e leis trabalhistas, de uma nação que precisava com urgência de passar por uma reforma agrária (entendida como justiça, para quem nela trabalha), para garantir o uso da terra democraticamente e para fins produtivos.

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