TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Desenvolvimento Econômico do Brasil

Por:   •  25/5/2019  •  Ensaio  •  1.292 Palavras (6 Páginas)  •  83 Visualizações

Página 1 de 6

De acordo com dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) , o Brasil ocupa o 9º lugar entre as maiores economias do mundo, tendo movimentado em 2018 cerca de 1,7 bilhões de euros. Por outro lado, a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018 coordenada pelo economista Thomas Piketty, indica que apenas 1% dos habitantes do país detém quase 30% de toda a renda brasileira.

Para compreendermos tamanha disparidade que acarreta em níveis tão significativos de desigualdade econômica, é necessário analisar a forma como a economia brasileira foi estabelecida ao longo dos séculos desde o período da colonização. Segundo Caio Prado Jr. em Formação do Brasil Contemporâneo, devemos considerar os acontecimentos como parte de um todo e não de maneira independente. Para o autor, desde o movimento de Expansão Marítima realizado por Portugal entre os séculos XV e XVI, proporcionou uma rota comercial de produtos agrícolas da colônia para a metrópole, sendo que esta se preocupou basicamente com a exploração e não com a formação de uma estrutura no interior. Tais fatores geraram a criação de uma sociedade voltada ao mercado externo, onde grande parte das capitais foi fundada na região costeira do país a fim de facilitar a rota marítima, havendo um maior desenvolvimento comparado com o interior. Outro fator apontado pelo autor, diz respeito à origem dos indivíduos que formavam a sociedade, que em sua maioria eram compostos por descendentes de escravizados que viviam em péssimas condições e com poucas chances de se integrarem no mercado de trabalho, criando um modo de vida específico.

Tendo em vista a criação de um pensamento voltado para as questões relacionadas aos países latinos foi fundada a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), a fim de analisar o desenvolvimento econômico da região comparando as diferentes trajetórias históricas dos países e estabelecendo a relação centro-periferia, onde os países industrializados se ocupam da produção de bens de maior valor agregado enquanto os outros fornecem matéria-prima e alimentos. Isto fez surgir às linhas teóricas do subdesenvolvimento e da dependência. Entre seus principais teóricos destaca-se a figura de Celso Furtado (2013) que faz uma análise geoeconômica e geopolítica dos países da América Latina e sua dependência aos países mais desenvolvidos. Para ele, as condições periféricas e de dependência são os dois pilares que sustentam a categoria de subdesenvolvimento. A ordem do capitalismo mundial torna os países periféricos como meros exportadores de matéria-prima para os países centrais, detentores da produção e exportação da tecnologia existente. O capital estrangeiro acaba por privilegiar as atividades comerciais e financeiras em detrimento as atividades produtivas. Desta maneira, os países periféricos consomem via comercio exterior bens industrializados produzidos nos países centrais, criando uma dependência tecnológica. Raul Prebisch (2000) também apontou que desde o final do século XIX os preços dos produtos primários produzidos pelos países periféricos vêm se deteriorando comparado aos preços dos produtos manufaturados do centro. A industrialização dos países periféricos se torna fundamental para equilibrar o déficit comercial causado pelo alto custo de importação dos produtos industrializados, o que o autor denomina de substituição de importações. É necessário, portanto, que a produção nacional seja capaz de reproduzir bens semelhantes aos antes importados. Para isto, é preciso uma redefinição nos valores destinados ao investimento interno voltado para a industrialização, desviando-se da produção de matéria-prima para a exportação.

Devido ao controle do capital estrangeiro sobre as atividades comerciais, fica bastante difícil a consolidação de um sistema produtivo nacional, criando um quadro de desequilíbrio estrutural nos países periféricos. É necessário que sejam adotadas diversas medidas para a estabilidade econômica e conter a posição de subdesenvolvimento e dependência. Outro fator importante a ser considerado é a adoção de uma política cambial que amenize a inflação de oferta dos produtos importados e a criação de um mercado de consumo de massa para fortalecer o mercado de trabalho.

O Brasil continua sendo um grande exportador de matéria-prima. Dados divulgados baseado no volume de exportações brasileiras em 2017 mostra que entre os 10 produtos mais exportados pelo Brasil, sete estão relacionados com o agronegócio. A lista é encabeçada pela soja, seguida por minério de ferro, petróleo, açúcar, automóveis, carne de frango, celulose, farelo de soja, grão de café e carne bovina, demonstrando que o país ainda não perdeu sua condição de exportador de matéria-prima para os países centrais. Prebisch não desconsidera a importância da agricultura no mercado interno e externo, o que ele critica é o enriquecimento dos proprietários de terra e a posse do solo, daí a necessidade de uma reforma agrária.

Contra a tese de que é preciso primeiro crescer e depois distribuir, Prebisch acreditava que este modelo era o causador de distúrbios sociais. Para ele, as desigualdades encontradas na América Latina estão relacionadas com a concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, do protecionismo industrial, da restrição à concorrência, da inflação e da intervenção do Estado

...

Baixar como (para membros premium)  txt (8.8 Kb)   pdf (44.1 Kb)   docx (10.2 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com