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O Suicídio: estudo de sociologia

Por:   •  24/11/2019  •  Resenha  •  1.624 Palavras (7 Páginas)  •  233 Visualizações

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Durkheim, Émile. O suicídio: estudo de sociologia; tradução Monica Stahel. – São Paulo: Martins Fontes, 2000.

RESENHA CRITICA

        Uma análise descritiva crítica é o que se apresenta a seguir, cujo texto-fonte foi a Introdução do livro “O suicídio: estudo de sociologia”, publicado originalmente em 1897, de autoria do de Émile Durkheim, Sociólogo e considerado como um dos pais da Sociologia, Durkheim nasceu na França em 1858 onde viveu até sua morte no ano de 1917. Influenciado pela corrente Positivista de Auguste Comte, teve sua obra dedicada a elaboração de uma ciência que possibilitasse o entendimento de comportamentos coletivos.

        Em seu estudo, Émile Durkheim aborda o suicídio como um fenômeno que não age unicamente sobe o indivíduo, mas se encontra presente em toda sociedade, onde ele passa a considerar o suicídio um fator social. O autor aborda aspectos importantes para o estudo do seu objeto de pesquisa, buscando definições objetivas do suicídio, buscando evitar exclusões arbitrarias e as inclusões enganadoras dentro do próprio conceito do objeto de estudo. Trazendo importantes diferenças entre o suicídio considerado no comportamento individual e o suicídio como um comportamento coletivo, demonstrando através de dados que fomentam a compreensão de taxas sociais de suicídio e uma melhor compreensão de suas constâncias e especificidades.

         Inicialmente Durkheim sente uma necessidade de constituir uma definição objetiva e isolar seu objeto de pesquisa, assim ele traz uma indagação relacionada a definição da palavra suicídio, denotando sua ambiguidade na língua usual, assim determinando uma ordem de fatos que são propostas sobre o estudo de nome suicídio, para isso ele busca saber entre diferentes tipos de mortes, se existem características em comum objetivas para serem reconhecidas tanto em especiais sob o nome de suicídio.

        Entre os vários tipos de morte, existem as que apresentam a característica particular de serem executados pela própria vítima, onde o autor do ato é a si mesmo, a própria vítima, é essa característica que se apresenta de forma comum na ideia que se tem de suicídio. Em geral se tem a ideia do suicídio como algo de natureza de ação positiva e violenta onde se emprega força muscular, porém pode acontecer de forma negativa ou de simples abstenção tendo a mesma consequência, assim se chega a primeira definição: “chama-se suicídio toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo, realizado pela própria vítima”. Mesmo trazendo essa definição, Durkheim a indaga como uma formulação incompleta, porque a mesma não traz distinção entre tipos de morte muito diferentes, ele coloca o exemplo que não se deve colocar na mesma categoria e tratar da mesma maneira a morte de um insano que se joga de uma janela alta acreditando se encontrar no mesmo nível do chão e a de um homem com sanidade que se atinge sabendo das consequências de seu ato.

De maneira geral ele quer nos mostrar que não se pode definir o suicídio apenas pela natureza do seu fim, e sim apenas quando houver a intenção de se matar, seja a morte aceita como uma condição lamentável mas inevitável segundo o objetivo da pessoa. Assim o ponto em comum nas formas de suicídio é a realização do conhecimento de causa, é a vítima no momento de sua ação, saber o resultado de sua conduta, seja qual for a ação que a leve realizar tal ato. Dessa forma a palavra suicídio é conveniente para grande generalização dos fatos que a constituem os casos de suicídio, assim Durkheim chega a uma definição objetiva: “Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que produziria esse resultado.”

        Com essa definição Durkheim exclui de sua pesquisa a categoria de suicídio animais, pois os mesmos não tem cognição para atribuir um desejo antecipado de sua morte, mesmo em casos que os animais produzem seus atos de suas próprias mortes, não existe a previa da consequência de seus atos, assim ele continua com foco no suicídio humano.

        Até esse ponto, Durkheim trás de forma geral um apanhado das ideias que resultam no isolamento do objeto de estudo, colocando uma definição que torna esse objeto de estudo como algo mais objetivo, o suicídio agora tem um ponto em comum, trazendo algumas exclusões e inclusões que permitem direcionar seu estudo a um próximo passo em um panorama de comportamento coletivo.          

A partir desse momento Durkheim da continuidade a seu estudo de uma perspectiva diferente, em vez de enxerga-los como acontecimentos isolados um do outro, no qual se exige um exame particular a cada caso, ele considera o conjunto de suicídios cometidos em determinadas épocas e determinadas sociedades, obtendo assim não apenas a soma das unidades independentes, mas sim algo que constitui um fato novo, único em seu gênero, tendo sua natureza própria, que é acima de tudo social.

Nesse seguimento, se começa o estudo analisando o Quadro I (pagina18), onde mostra os principais países da Europa no século XIX, entre os anos de 1841 a 1872, definindo em números absolutos a quantidade de suicídios em cada região e ano, se percebe com uma observação abrangente em um período extenso, uma grande variável nos números com mudanças mais significativas e graves, porém num curto prazo de um ano para o outro, essa taxa é quase invariável, a explicação para essa análise é que de um ano para o outro , a conjuntura nas que se desenvolve a vida dos povos permanecem a mesma, podendo ocorrer variações mais significativas em alguma situação de crise que afeta a sociedade, como  a Revolução Francesa em 1948.

Em um intervalo de tempo mais longo, se constata mudanças mais graves, que atestam por sua vez características de mudanças profundas nas sociedades. É notável com essa observação, que os número ao mesmo tempo que crescem progressivamente, eles também podem crescer bruscamente, que mesmo com oscilações para mais ou para menos, esse índice se afixa, se acentua, até se fixar, o que nos mostra que existindo uma ruptura social, suas consequências acabam não sendo notadas de imediato, existindo um tempo para notar suas consequências. Assim se percebe que a evolução se compõe de ondas de movimentos, que se desenvolvem durante um tempo, depois se reprimindo, para outra vez recomeçar, nota-se assim que em cada sociedade de acordo com o seu momento histórico, disposições que definem o número de suicídios.

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