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O fenômeno do Individualismo, por Tocqueville

Por:   •  17/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  469 Palavras (2 Páginas)  •  251 Visualizações

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ALEXIS DE TOCQUEVILLE

O fenômeno do individualismo

Para Alexis de Tocqueville, o individualismo é um fenômeno recente em seu tempo e se difere de outro comumente tido como seu sinônimo: o egoísmo – uma paixão exagerada que leva o homem a ter uma autopreferência, acima de tudo. Já o individualismo caracteriza-se por ser um sentimento mais tranqüilo que leva cada cidadão a se isolar de seus semelhantes, aproximando-se de sua família e amigos de tal modo que, consequentemente, gera uma pequena sociedade, reduzida a estes membros, para seu usufruto, abandonando, assim, a sociedade como um todo.

Para Tocqueville, o individualismo é de ordem democrática e pode se desenvolver na medida em que as condições de vida se igualam, pois nessas sociedades, novas famílias são incorporadas e excluídas num processo dinâmico, ascendendo e decaindo sem cessar. Esta dinâmica, vista como mobilidade social vem constituir o ponto de distinção entre sociedades democráticas e aristocráticas, uma vez que esta última caracteriza-se, também, por imobilidade social. Desta forma, as sociedades democráticas têm como característica cidadãos interessados apenas por aqueles mais próximos de si, gerando, com isso, um desaparecimento dos vestígios das gerações, o que pode ser explicado devido ao rompimento de uma corrente onde cada elo é posto à parte, segregando cada cidadão de seus contemporâneos, levando-os a encerrar-se em sua própria solidão.

O individualismo está muito presente na sociedade americana, conforme observou Tocqueville, no entanto o mesmo constata que esta sociedade combate diversos efeitos maléficos – advindos deste fenômeno – através do que ele denomina como a doutrina do interesse bem compreendido. Tal doutrina não era inédita, mas entre os americanos de sua época, ela foi admitida de forma universal, abrangendo a toda população, levando ao ponto de transparece-la em todas as ações e discursos, de todas as classes sociais.

Nas religiões, o interesse constitui-se como o principal meio de condução dos indivíduos e, a doutrina do interesse bem compreendido, consequentemente aproxima ainda mais os indivíduos de suas próprias crenças. Assim como em outras sociedades, os americanos são adeptos de determinada religião por interesse em uma felicidade eterna e salvação, contudo transferem tal interesse para a própria vida e para o bem-estar que podem alcançar nesta.

Para Tocqueville, os americanos demonstram como o amor por si mesmos os levam a ajudar uns aos outros e os dispõem a sacrificar parte de seu tempo e de suas riquezas pelo bem de todos. Assim, a doutrina do interesse bem compreendido pode ser pouco “elevada”, mas é clara e segura. Não produz grandes momentos de devoção, mas pequenos sacrifícios diários. Não leva à virtude pela vontade, mas se aproxima dela através dos hábitos. Ao analisar indivíduos isolados, tal doutrina não é sinônimo de virtuosidade, podendo colocar em xeque sua própria moral, no entanto, se esta análise focar na sociedade que a admite como um todo, ela a eleva, dignificando-a

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