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O processo civilizador. Resenha

Por:   •  25/7/2017  •  Resenha  •  403 Palavras (2 Páginas)  •  476 Visualizações

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ELIAS

O processo civilizador caminha paralelamente à constituição do estado moderno promovendo mudanças na conduta dos indivíduos e no modo como estes interagem. Ou seja, numa linguagem Bourdieusiana, uma mudança no habitus. Segundo Elias, a mudança no comportamento não caminhou racionalmente, no sentido de que não foi previamente planejado por alguém, mas caminhou numa direção muito clara, dita “civilizatória”. As mudanças ocorrem de dentro pra fora e de fora pra dentro, numa via de mão dupla entre o indivíduo e a sociedade, originando um novo ethos civilizatório do modo de ser.

A teoria clássica de Weber nos conta que o Estado Moderno caracteriza-se pelo uso legítimo da força – dominação racional legal. Hobbes, Locke e Rousseau dissertam acerca do contrato social onde o indivíduo abdica o uso da força. Neste contexto, para que o Estado faça monopólio da violência, o indivíduo desenvolveu o autocontrole afim de se adequar nessa sociedade em transformação – a corte.

Portanto, o tema central é o auto controle que o indivíduo adquire nesse processo. As práticas antes vistas com naturalidade, passam a ser constrangidas. Os desejos e pulsões são, segundo Freud, recalcados. Surgem novos padrões de comportamento, que são internalizados desde a tenra idade, afim de moldar os indivíduos para as regras que promovem a manutenção da vida na corte através do estímulo aos sentimentos de medo, vergonha, embaraço e nojo. Elias cita exemplos do modo de comer – não destrinchar animais - , vestir – pudor - , higiene - escarro/fezes/urina -, a restrição do uso da faca e até como esta deve ser entregue a outrem. Ou seja, mecanismos como a moral, os tabus, a família, a religião, as proibições, reprime,/ controlam os indivíduos como agentes externos, e ao longo processo civilizatório, o próprio indivíduo desenvolveu uma espécie de segunda natureza, criando o que o autor chama de “autocontrole”.

Nesse sentido, há também um processo de diferenciação social. Os cavaleiros passam a ser parte da nobreza e esta passa a criar cada vez mais modos de se diferenciar das classes inferiores para manter o status. Sendo assim, era a sociedade de corte quem ditava os bons modos.

Em suma, Elias faz uma sociogênese daquilo que ele chama de processo civilizador, o processo de afastamento cada vez maior da “naturalidade”, ou, uma caminhada ao controle dos impulsos infindável. Um processo onde as estruturas emocionais incorporam controles instintuais e se modificam de acordo com as transformações que acontecem na própria sociedade.

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