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O que é o etnocentrismo

Por:   •  30/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.656 Palavras (11 Páginas)  •  250 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Disciplina: Antropologia - Fundamentos

Aluna: Luisa Freitas da Silva

Fichamento de leitura

ROCHA, Everardo. O que é o Etnocentrismo? São Paulo: Brasiliense, 1994, p.7-73

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Sinopse

1ºcap

Explicação do conceito etnocentrismo de forma geral, com situações-exemplo (padre x índio) e ideias que se contrapõem ao etnocentrismo (relativização e Antropologia Social).

2ºcap

Noção de evolucionismo (primeiros passos da Antropologia Social ou Cultural); “medidor” de progresso; definição de cultura; etnocentrismo ainda vigente mas com um leve princípio de relativização.

3ºcap

Transformações na área da Antropologia com Franz Boas; ampliação do campo de estudo e maior relativização; exemplo do legado de Boas: Gilberto Freyre; alunos de Boas se dividem em grupos de estudo (personalidade e cultura, ambiente e cultura e linguagem e cultura).

4ºcap

Evolucionismo x difusionismo; relação de sincronia x diacronia; o “funcionalismo” de Radcliffe-Brown explicado em uma analogia.

PENSANDO EM PARTIR – 1º capítulo

Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. Grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. Este processo resulta num considerável reforço da identidade do “nosso” grupo. (p. 7)

O etnocentrismo não é propriedade de uma única sociedade, apesar de que, na nossa, revestiu-se de um caráter ativista e colonizador com os mais diferentes empreendimentos de conquista e destruição de outros povos. (p. 8)

(história-exemplo de etnocentrismo, relação padre evangelizador x jovem índio)Para o pastor, o uso inusitado do seu relógio –  que foi “enfeitado” pelo índio - causou tanto espanto quanto o que causaria ao jovem índio conhecer o uso que o pastor deu a seu arco e flecha – como artefatos de decoração - Cada um “traduziu” nos termos de sua própria cultura o significado dos objetos cujo sentido original foi forjado na cultura do “outro”. Em segundo lugar, esta estória representa o que se poderia chamar, se isso fosse possível, de um etnocentrismo “cordial”, já que ambos – o índio e o pastor – tiveram atitudes concretas sem maiores consequências. No mais das vezes, o etnocentrismo implica uma apreensão do “outro” que se reveste de uma forma bastante violenta (p.12)

Aqueles que são diferentes do grupo do eu – os diversos “outros” deste mundo – por não poderem dizer algo de si mesmos, acabam representados pela ótica etnocêntrica e segundo as dinâmicas ideológicas de determinados momentos. (p.15)

Assim, como o “outro” é alguém calado, a quem não é permitido dizer de si mesmo, mera imagem sem voz, manipulado de acordo com desejos ideológicos, o índio é, para o livro didático, apenas uma forma vazia que empresta sentido ao mundo dos brancos.(p.17)

As ideias que temos a respeito dos “outros” com quais temos familiaridade – sejam eles “negros”, “empregados”, “doidões”, “velhos”, “caretas”, “surfistas” etc. são carregadas de formulações ideológicas e estereótipos que transformam a diferença em um juízo de valor altamente etnocêntrico. (p. 19)

Ideias que se contrapõem ao etnocentrismo

Relativização: Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença. É compreender os outros nos seus próprios valores e não apenas nos nossos. É ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. (p.20)

Antropologia social: O percurso que, na Antropologia, busca a superação do etnocentrismo implicou diferentes movimentos e pode, com maior ou menor grau de dificuldade, ser observado a partir de vários ângulos. (p.22)

PRIMEIROS MOVIMENTOS  - 2º capítulo

Destes encontros, entre a sociedade do “eu” e a sociedade do “outro”, o século XVI constituiu-se em uma das arenas principais. Ninguém entendia nada, num certo sentido, mas ali esboçava-se algo que seria uma constante: as formas pelas quais as diferenças foram pensadas. Isto é a Antropologia Social ou Cultural; um esforço de compreensão da diferença, de comparação entre as sociedades sem pensar que uma delas deva ser a “dona da verdade”. (p.26)

O primeiro destes pensamentos, ocorridos na Antropologia e que procuram explicar a diferença, é conhecido como Evolucionismo. A noção de evolução é um marco fundamental para o pensamento antropológico. (p.27)

Evolução: é o desenvolvimento obrigatório de uma determinada unidade que revela, pelo processo evolutivo, uma segunda forma, mostrando, então, sua potencialidade. (p.28)

O evolucionismo biológico e o evolucionismo social se encontram e o segundo passa ser o novo modelo explicador da diferença entre o “eu” e o “outro”. O resultado disso, é claro, vai ser a permanência do etnocentrismo agora traduzido na sociedade do “eu” como o estágio mais adiantado e a sociedade do “outro” como o estágio mais atrasado (p.29)

Para o evolucionismo antropológico a noção de progresso torna-se fundamental: sai-se de estágios mais primitivos numa trajetória de permanente progresso onde o tempo é a teia onde se tece a evolução. Assim, a origem da humanidade tem de ser num passado longínquo para que as etapas se sucedam na direção de uma civilização mais avançada. (p.30)

Havia a necessidade de um “medidor” de progresso:  definição dos critérios pelos quais seria possível medir o estágio de “avanço” de cada uma das sociedades existentes, para fazer um comparativo  (exemplo: se o medidor fosse “futebol” e comparássemos Brasil, EUA e Uruguai, em primeiro lugar teríamos os Brasil como mais “civilizado” – nesse quesito, o melhor entre os citados – seguido por Uruguai e por último os EUA). (p.31)

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