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Os Estudos Culturais

Por:   •  12/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  716 Palavras (3 Páginas)  •  107 Visualizações

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Estudos Culturais

Introdução

Os Estudos Culturais são caracterizados especificamente por sua natureza interdisciplinar e por sua transitoriedade. Segundo o artigo Os Estudos Culturais, de Ana Carolina Escosteguy, o campo destas pesquisas britânicas se destina a questionar interações entre poder e autoridade, e surge de forma organizada por meio do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos (CCCS). O Centro foi fundado por Richard Hoggart, em 1964, na Universidade de Birmingham, diante da alteração dos valores tradicionais da classe operária inglesa pós-guerra.

Em diálogo com a Escola de Frankfurt, os Estudos Culturais fomentam a pesquisa dos costumes da sociedade a partir da década de 1960. Sua origem acontece da tentativa de encontrar uma resposta aos impactos das mídias e ao aparecimento de subculturas no mundo do pós-modernismo, pós-colonialismo e multiculturalismo. A questão é que, a partir desse momento, o movimento tenta romper a lógica de indústria cultural, na qual o meio social era composto por receptores passivos da cultura de massa. A tríade responsável por obter avanços na área é composta por Richard Hoggart, Raymond Williams e E.G. Thompsom; também conta com grandes contribuições de Stuart Hall e, posteriormente, a partir da leitura semiótica da televisão, de John Fiske.

Hoggart inaugura o olhar de que no âmbito popular não existe apenas submissão, já Williams e Thompson inserem a reflexão de que a cultura é uma rede vivida de práticas e relações que constitui a vida cotidiana, dentro da qual o papel do indivíduo está em primeiro plano.

Quanto a contribuição de Stuart Hall, ele elabora uma tese que culmina no fim da ideia de linearidade comunicativa entre emissor-receptor, considerando a importância do código na compreensão da mensagem. O receptor é visto como um ser social e histórico, e sua maneira de ver televisão ou ler uma revista, por exemplo, está ligada ao seu desenvolvimento nesse aspecto. A parti disso, vale destacar as proposições de John Fiske. Para o pesquisador, antes de serem sujeitos textuais, os telespectadores são sujeitos sociais que vivem uma formação social particular (uma mistura de classes, gêneros, idades), o que constitui uma história cultural complexa. Assim, os textos televisivos têm uma dimensão convencional que deve aparentar naturalidade e, assim, promover a identificação.

Enfoque

A perspectiva marxista contribuiu para os Estudos Culturais no sentido de compreender a cultura em sua autonomia relativa, onde tem e sofre influência na relação político-econômica. Os Estudos Culturais britânicos têm o enfoque no cultural local e regional, portanto, de modo um pouco mais específico, entendemos que três aspectos destacam-se nas pesquisas em comunicação a partir destes Estudos: o desenvolvimento de um tipo de investigação sobre as audiências ou sobre o processo de recepção; a crítica a uma compreensão da comunicação como um fenômeno centrado nas próprias tecnologias de comunicação; e o enfoque fragmentado e esquematizado do processo comunicativo, predominante na área. O autor Barker Shoes sintetiza o propósito dos Estudos Culturais em:

"Os Estudos Culturais constituem um corpo de teoria construída por investigadores que

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