Pesquisa Ciclomobilidade

Resumo de levantamento de pesquisa de textos:

 Os textos pesquisados abordavam o uso da bicicleta principalmente no transporte diário, visando apresentar a utilização da bicicleta como solução para uma melhor mobilidade nas cidades, seja pela análise e melhoramento técnico dos projetos das vias de circulação destinadas ao ciclismo, como na mudança do conceito da bicicleta saindo da visão de transporte individual, propondo um uso integrado e compartilhado.

 O primeiro texto, a dissertação de mestrado de Ricardo Corrêa da Silva, apresentada à FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da Universidade de São Paulo, sob o título A Bicicleta no Planejamento Urbano: Situação e perspectiva da inserção da bicicleta no planejamento de mobilidade em São Paulo e no Brasil, aponta o andamento na introdução da bicicleta no planejamento de mobilidade das cidades no Brasil. Tratou-se de observar o uso da bicicleta no espaço urbano através da identificação do processo histórico de formação das cidades brasileiras, a acumulação entravada, aglomeração residencial sem prévia estruturação para circulação adequada do transporte público. Também  observa-se modelos em centros urbanos estrangeiros apontados como exemplos de planejamento de mobilidade cicloviária que lograram êxito, verificando-se sua implantação e eficiência na utilização. Foi feita a análise de elaboração de uma consultoria, focada no planejamento e produção de projetos cicloviários, visando um maior aprofundamento técnico mais detalhado na questão da avaliação dos impactos e funcionamento de sistemas de mobilidade voltados ao uso da bicicleta em todas as regiões do país. O autor apresenta um projeto de organização do espaço destinado à circulação de bicicletas na região central da cidade de São Paulo.

No segundo texto, artigo da Revista Eletrônica dos Pós-Graduando em Sociologia Política da UFSC , vol. 3, Nº 2, de autoria e contribuição de Giselle Noceti Ammon Xavier, Roelof Wittink, Jaap Rijnsburger, Warner Vonk, Roberta Raquel e André Geraldo Soares, sob o título Programa de Parcerias pela Bicicleta (BPP): Contribuindo para a inclusão da bicicleta como componente do transporte (público) nas cidades brasileiras, destaca a importância da mudança de conceito do uso da bicicleta como algo individual, expondo a capacidade do  funcionamento como meio de transporte em massa.

Observa-se o que tem-se de melhor desenvolvido no quesito de mobilidade por bicicleta no país, passando pela própria análise da mentalidade do uso do automóvel como sendo símbolo de prosperidade em detrimento do uso da bicicleta ou do caminhar como algo relacionado a pessoas mal sucedidas social-financeiramente. O texto  ainda levanta dados sobre a atual situação geral da mobilidade cicloviária no Brasil, tais quais a frota atual de bicicletas ser de 60 milhões de unidades, enquanto a de veículos motorizados é de 38 milhões (dados de 2007), exibindo que, contradizendo-se o que parece o uso da bicicleta como veículo de locomoção diária é quase tão comum nas ruas e estradas das pequenas cidades do interior quanto nas capitais, 25 milhões, quase metade da frota de bicicletas nacional. O artigo explana os programas federais voltados à inclusão de alternativas a atual política de mobilidade pública, trocando o foco outrora voltado à reformulação da estrutura viária para o transporte motorizado destacando-se o Projeto de Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). É observado em uma visão mais ampla da sociedade a organização civil no que diz respeito à elaboração e execução de projetos de implantação de infraestrutura de alternativas de mobilidade, inclusive citando-se exemplos da situação em algumas cidades brasileiras. Há uma apresentação das experiências e do projeto do Programa de Parcerias pela Bicicleta no Brasil, coordenado pela ONG holandesa I-Ce, citando seu desenrolar em cidades onde fora bem implementado. Versa-se também sobre a especificidade da implementação dos projetos, preparando a metodologia de elaboração de projetos, respeito às características já preestabelecidas nas cidades.