Produção das Identidades Culturais

Quando falamos em “identidade” devemos sempre estar bastante atentos, pois trata-se de um tema que envolve comportamentos, sentimentos, o modo de ser, de viver e de amar de cada um, e tudo isso é carregado de uma história de vida, ocorrida dentro de um determinado contexto social, com laços familiares e afetivos específicos, recheada de crenças e valores peculiares.

A identidade de um indivíduo é única, “identidade designa algo como uma compreensão de quem somos, nossas características fundamentais como seres humanos. É simplesmente aquilo que se é: "sou brasileiro", "sou negro", "sou heterossexual", "sou jovem", "sou homem". A identidade assim concebida parece ser uma característica independente, um "fato" autônomo. Nessa perspectiva, a identidade é autocontida e autossuficiente. Na mesma linha de raciocínio, também a diferença é concebida como uma entidade independente. Em oposição à identidade, a diferença é aquilo que o outro é: "ela é italiana", "ela é branca", "ela é homossexual", "ela é velha", "ela é mulher". Da mesma forma que a identidade, a diferença é, como algo que remete a si própria. A diferença, tal como a identidade, simplesmente existe.

É fácil compreender que identidade e diferença estão em uma relação de estreita dependência. A identidade e a diferença têm que ser ativamente produzidas. Elas são criaturas do mundo cultural e social, são criações sociais e culturais. A identidade brasileira, por exemplo, é o resultado da criação de variados e complexos atos linguísticos que a definem como sendo diferente de outras identidades nacionais. Marcada pela multiplicidade de culturas étnicas que formaram o país em suas raízes históricas. A identidade cultural brasileira vai refletir os vários povos que constituíram demograficamente nosso país, é o resultado das miscigenações de povos e costumes que geraram uma terceira geração cultural, a qual pode se denominar a real identidade nacional.

A identidade e a diferença se traduzem em declarações sobre quem pertence e sobre quem não pertence, sobre quem está incluído e quem está excluído. Afirmar a identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro e o que fica fora. Está sempre ligada a uma forte separação entre "nós" e "eles". Essa demarcação de fronteiras, essa separação e distinção, supõem e, ao mesmo tempo, afirmam e reafirmam relações de poder.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Gestão em Arquivos, Capacitação em EAD. Educação, Identidade e Diferença. Conteúdo didático do quarto encontro – Unidade B. Santa Maria, UFSM, 2017.

Silva, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. UFPEL – 2007. Disponível em: http://ccs.ufpel.edu.br/wp/wp-content/uploads/2011/07/a-producao-social-da-identidade-e-da-diferenca.pdf. Acessado em 09/04/2017.