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Projeto UFBA de intervenção Social

Por:   •  22/6/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.156 Palavras (9 Páginas)  •  534 Visualizações

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        PROJETO UFBA

Por: Alessandro Nunes Silva

Graduando em Ciências Sociais

Projeto de intervenção Social

Prof. Daniel Oitaven

Introdução

Este resumo se baseia na busca de um projeto de intervenção que intenciona principalmente, dentro de suas limitações, responder sobre quem poderia executar tal intervenção, qual seria o tipo de intervenção, por que ela se faz necessária, como seria sua execução, em que momentos ela ocorreria, em que lugar e qual a sua dimensão, perguntas estas trazidas pela obra produzidas pela obra de Luis Stephanou, Lúcia Helena Müller e Isabel Cristina de Moura Carvalho.

         Os parágrafos seguintes trarão uma elucidação e demonstração sobre o que se busca alcançar uma vez que os mesmos fossem colocados em prática.

Faz-se necessário, contudo, antes de mais nada, o esclarecimento que essa proposta de intervenção se dá a partir das demandas apresentadas pelo “grupo” social que a ela está associado, é de natureza empírica e tem em todo o seu conteúdo a busca pela mudança do que está dado, aparentemente e tornar a realidade dos envolvidos algo mais próximo às expectativas que se apresentam no momento da escolha de cursos a serem estudados.

   

 O Projeto

O ingresso, nos últimos anos, de um número maior de estudantes à universidade pública no Brasil trouxe consigo algumas realidades que devem ser apresentadas a fim de melhor compreender o que se busca com este projeto.        

A decisão governamental trouxe consigo inúmeras questões de ordem social e acadêmica que, aparentemente, geram no discente a sensação de incapacidade e de não conformidade com o modelo apresentado dentro das instituições de ensino, tidas por muitos como demasiada conservadora e cujas funções, durante e no período pós graduação, não parecem ser suficientemente elucidados dentro das salas de aula, provocando um grande número de abandonos e de desestímulo dos que nelas permanecem.

Este resumo de projeto baseia-se na possibilidade de mudar esse quadro, o que ocorreria como uma via de mão dupla, uma vez que se cria um ambiente em que os que executam a ação promotora de mudanças, também sofrem por mudanças ao longo do processo.

Para melhor compreensão do mesmo, este será nomeado a partir de agora como Projeto UFBA, que seria a executora do mesmo.

Baseado na formulação de políticas de cursos livres de curta duração, a universidade abriria espaço para que seus corpos docente e discente trabalhassem no que seria, a início, entendido como a extensão da universidade a limites para além de seus limites físicos. Abrir-se-iam essa possibilidade de cursos de curto prazo com a finalidade de trazer para a universidade indivíduos que queiram ou demandem, pelas suas atividades diversas, algum tipo de conhecimento específico. Para exemplifica-los, poderíamos citar os pequenos comerciantes (bares, restaurantes, mercadinhos e etc.) que se encontram no entorno da universidade, estes, poderiam utilizar de conhecimento especializado para a execução de alguma parte de sua atividade que se encontra débil, no momento deste encontro.

O interesse desta intervenção vai ao encontro da criação de um ambiente mais propício para a realização das atividades que se propõem os que serão assistidos pelo mesmo, o aumento de renda e a possibilidade de acesso ao consumo acadêmico são os principais alvos.

Esses cursos deverão ser disponibilizados levando em conta o conhecimento adquirido, em sala de aula, de forma teórica, pelos alunos, os mais experientes estariam à sua frente, contudo a atuação de alunos recém ingressos deve ser observado como imperativo, visto que estes também terão sua participação em todo o processo, como já mencionado, pela ideia de que os executores deste projeto fazem parte também do grupo que dele se influenciará, como relatarei mais adiante neste texto.

Capacitação de coordenar, arquitetar, monitorar e por fim, mas não menos importante, transferência de conhecimento são o foco deste projeto, que deverá a princípio ocorrer dentro do período letivo, como parte integrante do mesmo e para além deles, para os que assim se interessarem e pelas demandas que poderão surgir desde sua implementação.

As comunidades (e não entenda-se por comunidades a definição do Estado para favelas e áreas pobres, mas sim grupos sociais) que de alguma forma já foram ou estão sendo observadas pelo conjunto acadêmico (docentes e discentes) e que têm dados já coletados deveriam ser as pioneiras neste processo, a fim de também gerar um ambiente de utilização de todo e qualquer material já coletado por outrem e a partir destes dados coletados se estabeleceria o tamanho e dimensão de atuação de cada uma das atividades.

Uma vez apresentados os sujeitos e “objetos” da atuação do projeto, busquemos agora compreender como se dará a sua ação, que é o que me proponho nos próximos parágrafos.

Utilizando-me das falas, inúmeras vezes apresentadas, dentro de sala de aula, por um número considerável de novos ingressos, observa-se a dificuldade trazida por muitos de acompanhamento do que é proposto pelo modelo de ensino proposto pela academia, a saber, estes são queixosos de não compreenderem o que está contido nos livros que leem em suas atividades acadêmicas cotidianas. Para melhor compreender o que acontece, utilizarei da ideia trazida por Bourdieu.

Este autor, em uma de suas obras, mas de fato que influencia muitas outras, traz a ideia de capital cultural, que para ele é um legado socioeconômico da família e ambiente onde cada indivíduo é formado e para ele é no ambiente escolar (acadêmico) que a reprodução de estruturas sociais e transferência de capitais de cada geração ocorrem. Segundo o mesmo, este capital está diretamente relacionado ao desempenho dos alunos na sala de aula. Eles sofrem o julgamento acadêmico da quantidade e qualidade de conhecimento que trazem à academia, além de outras “heranças”, por exemplo a postura corporal e habilidade do discurso em público. Os discentes menos favorecidos terminam por encarar o sucesso dos que melhor se desenvolvem como resultado de seu esforço recompensado. Uma mostra dos mecanismos de perpetuação da desigualdade está no fato, facilmente verificável, de que a frustração com o fracasso acadêmico leva muitos discentes e suas famílias a investir menos esforços no aprendizado formal, desenhando um círculo que se auto alimenta. Bourdieu previu, contudo, a possibilidade de superação dessa situação, caso as instituições abrissem mão da suposição de que a bagagem cultural trazida por cada aluno parte do zero. Não obstante à sua concepção inicial, o autor cresce em pessimismo na sua obra, como se a competição acadêmica fosse vista como incontornável e afim de trazer uma nova perspectiva que vai ao encontro ao que proponho nesse projeto de intervenção a esta realidade faz-se necessário a apresentação do formularam Peter Berger e Thomas Luckmann, estes autores compreendem que o processo de socialização ocorre em duas etapas, sendo que na primeira destas duas, em concordância com o que Bourdieu traz, o indivíduo é apenas resultado de ambientes a que fora exposto e nesse primeiro momento, ele não tem muita alternativa diante da realidade a que fora exposto e como afirmara Bourdieu, seu capital cultural será fruto dessa exposição. Porém, afirmam os autores os autores que os indivíduos passam por um segundo processo de “socialização”, onde os mesmos podem fazer uso desse capital cultural acumulado, seja ele qual for, com a finalidade de geração de uma nova realidade e/ou manutenção da que se estabelecera, a saber, se um indivíduo é filho de um pedreiro e uma doméstica, e esta é a realidade que fora exposto e dela obteve sua capacitação, é possível afirmar que a possibilidade de debilidade apresentada por este indivíduo é fruto do que em outro momento teve contato, da forma como fora dada. Se um pedreiro e uma doméstica não precisam de muito conhecimento acadêmico para exercer suas funções, sua prole também não receberá como herança um conhecimento outro que não o que lhes é comum do dia a dia.

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