Relatório do filme a Vênus Negra

RELATÓRIO DO FILME “VÊNUS NEGRA”

DESCRIÇÃO

Sinopse: O filme conta a história de Saartjie Baartman, uma mulher sul-africana da etnia hotentote, que deixa a África do Sul rumo à Europa, acompanhada por Caezar, seu mestre. Caezar promete a Saartjie um emprego fixo em um circo, onde ela facilmente ficaria rica, mas na verdade ela vê-se obrigada a exibir seu corpo para curiosos em Londres. Devido à sua aparência e seus traços corporais de uma hotentote, Saartjie é vista como uma mulher exótica pelos europeus.

Nome original: Vénus noire

Diretor: Abdellatif Kechiche

Elenco: Yahima Torres, Andre Jacobs, Olivier Gourmet, Elina Löwensohn, François Marthouret, Michel Gionti

Duração: 159 min.

Ano: 2010

Data da estreia: 17/06/2011

País: Bélgica

Cor: Colorido

BREVE SINTESE DA HISTÓRIA

O filme começa em Paris, na Real Academia de Medicina em 1815, onde um anatomista demonstra uma escultura do corpo de uma mulher sul africana, a qual foi objeto de estudos dos cientistas franceses empenhados em classificar grupos humanos. Existem dois pontos anatômicos dessa mulher que atraia a curiosidade cientifica e leiga da época: Suas grandes nádegas e sua genitália, para os cientistas as grandes nádegas era devido a uma grande quantidade de gordura acumulada e sua vulva era uma espécie de aba genital. Ambos os pontos foram associados a sexualidade e animalidade onde o cientista considerava sua origem um lugar obscuro e seus povos semelhantes aos macacos. Por fim, ele afirma que nenhuma raça de negro é antecessora do povo que deu origem à civilização do Antigo Egito (de onde o mundo herdou os princípios das leis, das ciências e da religião). Os egípcios no entender deste anatomista, independentemente de sua cor têm o mesmo tamanho e volume de crânio e que por isso pertenciam a mesma raça que eles, diferentemente acontece com os bosquímanos e os hotentotes que por ter os crânios deprimidos e comprimidos (semelhantes à de um animal) eram condenados a uma eterna inferioridade.

O filme retorna para Londres em junho de 1810 a um circo onde os espectadores pagavam dois xelins para ver a jovem negra que em jaula realçava a natureza suspostamente perigosa e selvagem. A mesma, se jogava em cima do público com a pretensão de atacá-los, o que associava a uma noção de incontrolável. Com roupas coladas ao corpo, as volumosas nádegas ficavam delineadas e atrativas ao público e os que quisessem tocar-lhe pagavam uma taxa adicional. O sucesso do espetáculo era devido ao fato de haver poucos negros no local e em geral quase todos homens, o fato de ser mulher negra e fazendo tal performance faz de Saartjie uma visão incomum, uma atração extravagante.

Horrorizados com a apresentação o público e a corte local levaram a julgamento o seu dono Hendrick Cezar, alegando que Saartjie era apresentada como um animal selvagem, onde o “domador” dava as ordens e que se houvesse recusas a mesma era ameaçada. Porém, durante o processo treinada e ameaçada pelo seu dono, ela desmentira qualquer relação escravista existente. Afirmando apenas que era uma artista e tinha ido à Inglaterra fazer espetáculos a convite de Hendrick.

Com medo de ser novamente julgado e alegando que todos invejavam seu sucesso, Hendrick aceita o convite de um exibidor de animais, Réaux, para ir a Paris. Lá, Saartjie recém-chegada é exposta o público e suas apresentações agora eram em festas particulares. Não muito diferente de suas apresentações no circo, é vista como um animal onde os convidados sobem em suas costas e galopam sobre ela.

Tamanho o sucesso acabou atraindo a atenção dos cientistas, que em troca de estudar seu corpo dariam uma boa quantia ao seu dono. Somente um fato fez a negociação não dar certo, ela não teria deixado que os cientistas estudassem seu órgão sexual, o que fez seu dono devolver o dinheiro e ficar extremamente irritado com ela. Em consequência disso, Saartjie fora vendida ao domador de animais, que a tratava como escrava, vendo na mesma a oportunidade de enriquecimento fácil, e a submetia não só