Resenha Cidadania Mutiladas

Cidadanias Mutiladas

Milton Santos, em seu texto “As cidadanias mutiladas” relata que vivemos em um país que não se preocupa com direitos e sim com privilégios, e que existe uma democracia na qual o homem não é o centro e sim o mercado, não há preocupação com os valores humanos e sim com recursos financeiros, e onde a competitividade se impõe como norma central, um mundo consumista, que aprecia o “ter” no lugar do “ser”.

De acordo com ele o Brasil tem um grau elevado de desigualdade, em que grande parte da população vive na miséria e, uma minoria, no comando de considerável parcela da riqueza nacional. Estes têm privilégios como ótimos empregos, instituições de ensino de boa qualidade e confortáveis moradias, enquanto as classes mais baixas vivem numa luta constante sobrevivendo com restos que lhes sobram. Contudo, essa pequena parte da população com alta renda é essencialmente branca e a outra parte dos brasileiros que vivem em situação de pobreza são em sua grande maioria negros.

E, o que mais chama a atenção é que apesar das condições de vida terem melhorado bastante para os dois grupos populacionais ao longo das últimas décadas, as distâncias entre negros e brancos permanecem constantes. Todos melhoram, mas os negros sempre estão em desvantagem em relação aos brancos. Isso se deve ao fato das raízes históricas da escravidão do Brasil, país que foi o principal destinatário do comércio internacional de escravos africanos. Ele afirma ainda que globalização não trás a cidadania, mas sim a tira de muitos que a deseja, ela apenas torna o rico mais rico e o pobre cada vez mais pobre.

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