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Resenha Crítica Do Filme "El Método"

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Por:   •  21/11/2014  •  1.025 Palavras (5 Páginas)  •  27.096 Visualizações

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O filme se inicia com sete pessoas que disputam uma única vaga em uma empresa multinacional, presos em um escritório de um prédio executivo em Madri, onde são submetidas a diversos testes que irão determinar qual o candidato ideal para a empresa. Este é enredo dramático, porém bem realista da trama do filme.

O processo seletivo desenvolve-se segundo o “Método Gronholm”, método norte-americano, no qual os candidatos somente recebem ordens mediante computadores e eles mesmos devem decidir qual deles será eliminado. Como crítica inicial, já se pode citar a utilização de um método importado dos Estados Unidos em uma seleção de empregados na Espanha, onde a estratégia empresarial norte-americana é utilizada num contexto diferente, sem ao menos questioná-las ou adaptá-las às especificidades de sua cultura.

Enquanto isso, na portaria do prédio onde o drama seletivo se desenrola, acontece uma grande manifestação, pelo que se pode perceber, crítica a reunião dos países mais ricos do mundo e o FMI, contra os rumos da globalização e do capitalismo mundial. Os candidatos observam a manifestação do alto do arranha-céu, com as janelas fechadas, a prova de som, passando a idéia da desigualdade entre os sujeitos protagonistas das relações de trabalho, bem como a indiferença dos executivos perante as reivindicações trabalhistas, parte bem adaptável ao conteúdo do “Conflito Capital e Trabalho”, estudado na disciplina.

A tensão não se resume aos fatos em acontecimento das ruas, mas transporta-se para a sala, quando os candidatos são informados de que entre eles há um espião da empresa, que irá observar os seus comportamentos e avaliá-los, passando-nos a clara idéia de os conflitos estão em todas as esferas das relações trabalhistas e não apenas entre proletários economicamente mais frágeis. No entanto, ao contrário da manifestação das ruas, o que verifica-se dentro da sala de seleção, são candidatos tentando caminhar na direção inversa: querem ser parte do sistema.

Durante o processo, todos os candidatos são ilegalmente filmados por câmeras escondidas no escritório, no banheiro e nos corredores da empresa, em uma espécie de reality show, o que demonstra que o direito à intimidade do empregado não é bem compatível com os preceitos das grandes empresas em nosso mundo capitalista, gerando a idéia de um “trabalhador-propriedade” da corporação e deve estar sempre disponível e ser fiscalizado sempre que necessária, ou seja, constantemente.

O método americano utilizado para o processo seletivo simula situações aleatórias que incitam conflitos, em razão das mais diferentes personalidades dos respectivos candidatos, fazendo com estes lutem para resistir às pressões. O “vencedor” será aquele capaz de demonstrar o maior “equilíbrio emocional” e sagacidade, uma espécie de escolha psíquica.

Interessante é que durante a utilização do Método, pelo que se pode perceber, a capacidade técnico-profissional dos candidatos é o que menos importa, sugerindo que muitos processos seletivos da atualidade são dominados por outros fatores que nada se relacionam com a função a ser exercida na vaga disputada: beleza, idade, ética ou ambição exagerada. O resultado acaba sendo um ambiente completamente hostil provocado pela própria empresa, bem exemplificado, pela candidata mais velha, quando seria eliminada por seus colegas durante um dos testes realizados: “Estão me eliminando por ser mulher, por ter mais de 40 anos ou pelas duas coisas?”

Em outro momento, um dos personagens chamado Enrique, pressionado pela suposta secretária (na verdade era uma psicóloga da empresa), denuncia seu colega que havia lhe dito em segredo que teve um passado marcado por um envolvimento em causas ideológicas, por meio do movimento sindical. Verificamos, a partir desta cena, não apenas uma conduta antissindical por parte da então secretária, insinuando que um candidato que possui um passado que envolve movimentos sindicais é um perigo para a empresa, como também podemos observar a falta de escrúpulos do candidato, que havia prometido sigilo ao colega sobre o passado e não

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