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Resenha crítica do livro de Peka Himanen A Ética dos Hacker e o Espírito da Era da Informação

Por:   •  20/5/2018  •  Resenha  •  586 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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Resenha crítica do livro de Peka Himanen A Ética dos Hacker e o Espírito da Era da Informação

O filósofo Peka Himanen em seu livro A Ética dos Hacker e o Espírito da Era da Informação, faz reflexões a respeito do trabalho produzido pelo hacker. Para ele, o hacker, é aquele que se dedica entusiasticamente ao trabalho, podendo ser peritos, programadores de computação, ou qualquer outro profissional enquadrado nessa ideia do trabalho como extensão do indivíduo, associado ao prazer, a interação social em rede e a ascensão financeira, mas sem a pressão da obrigação, construindo um novo estilo de vida e de relação com o trabalho. As posturas desses hackers envolvem, portanto, a ética do trabalho, do capital e da rede, contempla aspectos sociais que estão para além dos computadores, numa relação obsessiva com o trabalho, cada dia mais comum na sociedade da informação.

A ideia tradicional de realizar o trabalho a partir da ética protestante, dogmática, cartesiana, é quebrada pela ética hacker que aprecia uma relação com o tempo dedicado ao trabalho de maneira mais individual, peculiar. Porém o imperativo do tempo e a centralidade do trabalho permanecem, pois ao associar tais atividades a lazer, trocando a noção de tempo dedicado ao trabalho, por tempo dedicado ao entretenimento que é a principal motivação do hacker, desloca o trabalho do centro das atenções e apenas mascara a ética protestante.

A ética hacker cria um sutil mecanismo de alienação fundamental e estruturante para sua promoção, dissocia trabalho de um tempo próprio para tal, afasta-o da ideia de maneira de ganhar dinheiro e eleva-o a uma condição de ludicidade. O trabalho torna-se então uma atividade interessante, inspiradora e prazerosa, e os trabalhadores gestores de si próprios.

A partir dessa premissa podemos perceber que para as empresas essa nova forma de relação com o trabalho, por tarefas, é interessante, pois quebra a lógica de uma remuneração pelo tempo que o empregado permanece na empresa. Sendo virtualizado, não considera o tempo total gasto pelo empregado, mas sim os resultados alcançados. Embora permita que qualquer um, em qualquer lugar crie novas possibilidades de remuneração pessoal pois “estão livres do controle” exercido pelo chefe e pelo espaço físico restrito a empresa, tal flexibilização do trabalho tem sido estimulada.

Na economia da informação o maior bem é a criatividade, e para que seja estimulada é preciso liberta-la da pressa, do relógio e do autoritarismo, permitindo que outros interesses e paixões sejam relacionados diretamente ao trabalho, que estejam imbricados nele, para que o trabalho seja fonte geradora de prazer, para o trabalhador e fonte de lucro para as corporações, mesmo reforçando as individualidades e a competição. Percebe-se então que o trabalhador e as empresas têm agora novas formas de organização do trabalho, pressupondo-se novas lutas para garantir direitos e a criação de espaços para garanti-los e defendê-los.

O hacker se reinventa, se autodetermina, ressignifica suas práticas e sua relação com o trabalho, num constante reinventar-se, reprogramar-se. Nesse contexto os manuais de autoajuda dão um suporte essencial, para o equilíbrio individual, pois apesar de estar interagindo socialmente nas redes, fora delas

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