TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha de "A institucionalização das políticas e da gestão ambiental no Brasil: avanços, obstáculos e contradições" por Gustavo Ferreira da Costa Lima

Por:   •  18/10/2022  •  Resenha  •  587 Palavras (3 Páginas)  •  64 Visualizações

Página 1 de 3

O entendimento da comunidade internacional de que diversos tipos de poluição e exploração de recursos naturais estavam ocasionando, já na década de 1970, uma crise ambiental, incluindo também os obstáculos impostos pelo sistema econômico foi essencial para haver a regularização e pactos mundiais voltados para a gestão dos ecossistemas. Criando assim um marco na esfera ambiental: a Conferência de Estocolmo em 1972. No Brasil, não podemos negar a intensa atuação dos movimentos ambientais que participaram dessa pressão para que houvesse mudanças de fato.

É preciso reconhecer que os impactos dessa crise vão além dos danos ao meio ambiente, ela afeta diversas áreas como a cultura, economia e a sociedade como um todo. Exemplos desse fato, pensando na atualidade, são: quando há a perda de espaços históricos ao

desabar pedras; quando o Estado não pode mais utilizar um ponto turístico por conta da poluição de corpos hídricos; quando a nossa saúde é comprometida ao comer peixes com altos índices de micro plásticos e mercúrio… e por aí vai. Os impactos não são isolados a uma determinada localidade, a probabilidade deles se espalharem por todo o globo é enorme.

Evidencio, sabendo que o sistema econômico e político andam juntos, na época, as políticas públicas socioambientais foram acometidas em função do endividamento público e déficits no balanço de pagamentos. Surgindo estratégias mais baratas para os setores governamentais e privados, em contraponto, extremamente prejudiciais ao meio ambiente e populações residentes dos lugares em que haviam explorações advindas dessas estratégias. O avanço do neoliberalismo também foi parte importante dessa destruição, visto que o

descrédito de que o Estado é capaz de gerir e progredir economicamente os fazem lutar pela expansão da privatização.

Com a elaboração da Constituição Federal de 1988, após a reivindicação dos movimentos sociais e o debate entre outros grupos, a “cara” dessa estrutura política e da organização social mudou. Tornando-a mais representativa e descentralizada através de uma democracia que permite, em algumas escalas, a participação do povo e deixa de concentrar o poder nas mãos das elites que sempre ditaram o que deveria ou não ser feito pensando apenas em seus próprios benefícios. É notório que sempre houveram obstáculos para que essa constituinte funcione na prática e não é considerada totalmente sustentável, mas não podemos negar os avanços institucionais e em âmbito legal.

Ainda sobre a Conferência de Estocolmo, pensando na questão ambiental, foi fundamental essa pauta ser posta, pela primeira vez, em um lugar de compartilhamento da gestão entre os setores privado e público. Além do entendimento de qual seria o papel do desenvolvimento sustentável como um conciliador de conflitos.

Foram criados pelo setor público instituições com iniciativas direcionadas para o meio ambiente e sua diversidade, a partir de 1973, intituladas: a SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente); o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); o Ministério do Meio Ambiente; a ANA (Agência Nacional de Águas) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Concomitantemente, foram criados órgãos jurídicos

...

Baixar como (para membros premium)  txt (3.9 Kb)   pdf (40.3 Kb)   docx (8.4 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com