Resumo do texto “A economia como ordem natural” (FEIJÓ, Ricardo)

Resumo do texto “A economia como ordem natural” (FEIJÓ, Ricardo)

O autor inicia seu texto contextualizando as principais mudanças ocorridas no século XV devido ao avanço do comércio ultramarino que forneceu um fluxo de matérias primas que possibilitaram uma forte expansão da economia europeia. O deslocamento marítimo e suas exigências tecnológicas começaram a se tornar um grande desafio para época que só seria superado com o avanço da ciência que demandava um investimento de alto risco e também repensar a maneira como a ciência era feita desde a teoria até seu método prático.

Uma nova ciência, que se distanciava dos modos medievais, graças a tecnologia foi surgindo, revendo conceitos e conquistando uma certa independência e autonomia: assim surge a Ciência Moderna. Que vai muito além de atender as necessidades tecnológicas mas também permitindo que o Homem possa ter um certo domínio em busca da verdade sobre a natureza. A partir daí, diversos cientistas passam a ser conhecidos por difundirem ideias e conceitos para a contribuição dessa ciência, tal como Bacon que ficou conhecido pelo seu método do empirismo e sendo assim um dos pilares da ciência moderna. Ele desenvolve a ideia de experimentação sistemática em laboratório, opondo-se ao indutivismo com base no senso comum de Aristóteles. O que foi um grande avanço pois passava a eliminar dúvidas ou falsas concepções que surgiam de uma observação mais desatenta.

Depois dele, no século XVIII, surgem outros dois importantes sistemas metodológicos que davam mais sustentação aos de Bacon: Descartes e Newton. Descartes com seu famoso método cartesiano que se prendia a quatro preceitos básicos que eram o de acolher apenas coisas verdadeiras, todos os problemas serem reduzidos a parte elementares, o conhecimento partir dos objetos simples e de que todas as soluções possíveis para um problema serem enumeradas e analisadas uma a uma. Já Newton inaugurou um estilo intermediário entre a tradição aristotélica e o empirismo baconiano. Ambos influenciaram de grande forma no meio social, filosófico e econômico.

Paralelo a todo este processo, foi surgindo também o avanço nas ciências humanas, uma nova visão da sociedade sendo elaborada, o conhecido Renascentismo. O que fez com os estudiosos percebessem que assim como a natureza depende das leis da física para funcionar, a sociedade também possui leis que a regem e organizam.

O texto aborda também Hobbes e sua forma de discutir a sociedade, Locke e sua contribuição a favor do mercado livre e Mandeville mostrando que é necessário emancipar a visão autônoma da economia da visão da moralidade, de modo que a busca pelo auto-interesse tenha como norte a lei da oferta e procura.

Tendo em vista tudo apresentado, o autor aborda sobre como Bouisguilleber, Cantillon e os fisiocratas (em destaque Quesnay que tem como principal obra o livro “Quadro Econômico”) tiveram influencia no pensamento de Adam Smith e o surgimento da Economia Clássica.

Sendo um texto um tanto quanto descritivo, onde expõe diversas figuras importantes na trajetória do surgimento da economia e que resume o quanto o sistema econômico é uma ordem complexa como a anatomia de um corpo humano onde a maioria das partes constituintes estão ligadas.