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Sociologia - Análise Do Filme 'O Enigma De Kaspar Hauser'

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Por:   •  27/11/2013  •  502 Palavras (3 Páginas)  •  9.650 Visualizações

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Criado em ambiente restrito até a idade adulta e excluído do contato com outros homens, exceto por aquele que, além de alimentá-lo todas as noites, tentou ensinar-lhe a escrever e andar de forma correta, Kaspar Hauser cresceu sem qualquer influência da civilização, incapaz de agir conforme as normas vigentes na época, até ser introduzido na vida social.

Seu súbito aparecimento na cidade provocou grande furor entre a população local, que nunca havia se deparado com um homem que, ao contrário do que se poderia esperar, não teve o desenvolvimento biológico considerado natural da espécie humana, ou seja, desprovido de racionalidade e qualquer repertório cultural.

O processo de “humanização” de Kaspar ocorreu uma vez estabelecida a convivência em grupo; ele aprendeu a se expressar pouco a pouco na língua, sendo ajudado por duas crianças, e por isso seu aprendizado assemelha-se ao de uma, já que lhe ensinaram o que todos os seres humanos sociáveis aprendem ao nascer, como agir, falar, pensar.

Quando Kaspar foi acolhido por um senhor, que lhe proporcionou aulas de música, fazendo com que ele continuasse desenvolvendo novas habilidades, ele também se deparou com dilemas, como o da religião católica. Para alguém que havia crescido num lugar tão pequeno, sem nenhuma noção da realidade do lado de fora do seu “lar’’, ele achava difícil crer no que tentavam lhe incutir, como o de que Deus, segundo a Bíblia, criara o mundo do nada. Ele não tinha sido influenciado por tais idéias desde cedo, e por isso expunha de forma clara e concisa suas opiniões sobre o assunto, ele não acreditava simplesmente, e as pessoas tentavam induzi-lo a aceitar aquilo como verdade absoluta.

Sua socialização é considerada, sob determinados aspectos, tardia, pois ele não parecia no todo com outras pessoas ao seu redor, aprendera várias coisas, certamente, mas alguns hábitos não eram por ele adotados, como o de comer carne e beber álcool. Sua alimentação, durante o tempo em que esteve recluso, consistia em pão e água, cuidava de pequenos pássaros, como se fosse amigo deles, mas por outro lado nutria grande medo pelas galinhas. Permanecia instintivamente selvagem, e a idéia de alimentar-se de outros animais não era algo que lhe passou pela cabeça.

A princípio, a idéia de um individuo como Kaspar é estranha, visto que todos estamos temos profundas raízes culturais e costumes próprios do homem racional. Alimentar-se da carne de outros animais não, para a maioria das pessoas, algo estranho, pois o homem ocupa o topo da cadeia alimentar, e precisamos sobreviver, e para podermos comer precisamos trabalhar de forma ininterrupta. Preocupados com isso, poucos se limitam a tentativa de apreciar pequenas coisas, até invenções humanas, como a musica, que tanto fascinou Kaspar, mesmo ele sendo um selvagem, a princípio.

Para concluir, hoje em dia dificilmente alguém como Kaspar Hauser voltará a existir, a menos que de forma proposital, a título de experiências cientificas, pois o intenso processo de globalização permitiu a aproximação de todas as culturas, e a civilização, caracterizada pelo processo de “humanização’’, já é algo premente em todos os povos.

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