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Subjetividade E Objetividade Em Weber

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Por:   •  21/3/2015  •  1.612 Palavras (7 Páginas)  •  3.492 Visualizações

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Pergunta: Em a “objetividade” do conhecimento nas ciências sociais, Max Weber discute a especificidade das ciências sociais quando comparadas com as ciências da natureza. Segundo ele, as ciências sociais teriam uma “objetividade” de outro tipo, marcada por uma interação entre “objetividade” e “subjetividade”.

Sua tarefa é recuperar – a partir da bibliografia de Weber e seus comentadores apresentados durante o curso – a relação entre objetividade e subjetividade presente na metodologia weberiana. Você deverá, também, discutir as formas de obter a validade científica dos conhecimentos produzidos pelas ciências sociais e suas principais ferramentas metodológicas.

Resposta: A história das ciências sociais está estreitamente vinculada ao nascimento da modernidade e da sociedade industrial, conforme sabemos. Weber, por sua vez, foi um intelectual que nasceu e teve sua formação em um período em que os primeiros debates sobre a metodologia das ciências sociais começaram aparecer na Europa.

Em seu artigo publicado na revista Arquivo , Weber nos apresenta suas considerações a respeito da “objetividade” nas ciências sociais e a partir destas ponderações, ele nos oferece suas observações a respeito de sua metodologia nas ciências sociais.

A ciência constitui-se, para Weber, em interpretação da realidade, é a tentativa de dar sentido ao que se apresenta como confuso e desprovido de relação causal. Logo, para este autor a ciência é uma construção teórica da realidade que não nos é imediata. Ao pensar desta maneira Weber abandona a idéia de totalidade e assimila a idéia de que a ciência nos apresenta um conhecimento parcial da realidade.

Neste sentido, os ensinamentos metodológicos deste autor pensa a possibilidade de uma sociologia objetiva da “subjetividade”. Seu mérito metodológico, nas ciências sociais, está no fato de buscar a “objetividade” na “subjetividade”. Ele enfrenta o problema da possibilidade de extrair uma “objetividade” da “subjetividade”, de como buscar as condições objetivas da “subjetividade” dos agentes sociais. Ou conforme afirma Aron (2003, p. 743), para Weber, os resultados científicos devem ser obtidos, a partir de uma escolha subjetiva, por procedimentos sujeitos a verificação, que se imponha a todos os espíritos.

Neste contexto, a vocação para a ciência decorreria de um processo de "desencantamento do mundo", de uma racionalização que na sociedade moderna, caracterizada pelo politeísmo de valores, opõe religião, ciência, arte, religião e ética como potências ou "vocações" antagônicas (Weber, 2002).

Weber, pergunta-se, então, como poderíamos ter uma ciência objetiva tendo como matéria-prima elementos subjetivos. Sua resposta repousa-se na consideração de que a conclusão final do pesquisador ter que ser compreensível, ou seja, “se uma demonstração científica pretende ter alcançado seu fim, tem que ser aceita como sendo correta também por um chinês” (Weber, 1992, p. 114).

Portanto, neste ensaio sobre a “objetividade” Weber afirma que, nas ciências sociais, o que interessa são os fenômenos cuja compreensão empática é claramente singular a toda tarefa realizada na ciência. Sendo assim, nas ciências sociais, o que importa é tornar compreensível a base subjetiva em que a análise científica social se coloca. Mas a “subjetividade” deve ser cuidadosamente focalizada, já que as ciências sociais são diferentes das naturais.

O conhecimento científico social, para Weber, não é um reflexo da realidade societária, mas na verdade, um ordenamento conceitual dela. Deste modo, para o autor, a ciência social ordena conceitualmente a realidade para determinados fins.

Vale ressaltar aqui, que a ciência para Weber não precisa ter ausência de interesses para ser objetiva. “Objetividade” para Weber é intersubjetividade; e, um conhecimento objetivo para este autor é um conhecimento válido para determinados fins, sejam eles práticos ou intelectuais.

Como seria, então, uma explicação válida e, portanto, objetiva para Weber. Uma explicação sociologicamente válida – “objetiva” – deve ser: neutra axiologicamente; parcial, renunciando a idéia de totalidade, visto que prejudica a exatidão do conhecimento; sensível ao substrato subjetivo dos fenômenos sociais e, por último, fazer uso de tipos. Explicitando melhor:

As ciências sociais são motivadas por interesses práticos, de mudanças sociais desejáveis. Foi a partir destes interesses que elas se originaram. Foi com estes desejos de intervir no campo humano que ela se desenvolveu. Mas, a sua criação não surgiu unida a uma clara visão da descontinuidade lógica fundamental entre dois tipos de proposições, as fatuais de um lado, e as normativas de outro. Separar o entendimento do “ser” do entendimento do “dever ser”. Para Weber, essa confusão deve ser revolvida para se atingir um conhecimento científico verdadeiramente “objetivo”. Logo, este é o primeiro princípio da “objetividade”. É a neutralidade axiológica – “uma ciência empírica não pode ensinar a ninguém o que deve fazer, só lhe é dado – em certas circunstâncias – o que quer fazer” (Weber, 1992, p. 111).

Segundo Weber a ciência é movida por “interesses”, mas estes não são inerentes a ela. Eles vêm de fora da ciência, se originam nos valores do cientista enquanto pessoa, enquanto membro de uma de terminada sociedade. Os valores “moram” na ciência, mas não nascem nela.

Ao analisar a “objetividade” este autor almeja eliminar as confusões que escondem, na maioria das vezes, a relação lógica entre os juízos científicos e os juízos de valores. Logo, a ciência, para Weber, é essencialmente valorativa, ou seja, ela é também atravessada por valores e, quanto a isso, não se podemos fazer nada.

O principal objetivo da pesquisa seria, assim, entender a originalidade da realidade, ou seja, o principal objetivo da ciência é entender o porquê dos fenômenos serem o que são não de outra maneira. Weber diz que não pode haver uma descrição científica total da realidade. A realidade é indivisível. Todo estudo científico da realidade implica uma seleção, alguns cortes metodológicos. Desta idéia origina-se o segundo princípio para a “objetividade” científica: aceitar que o conhecimento produzido pela ciência social é sempre parcial. Para ele, o cientista social não deve buscar “a causa” de um fenômeno social, mas “uma causa”, e isso é diferente.

Dado isto, como devemos selecionar uma causa entre a infinidade de causas possíveis de um fenômeno social? É

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