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A Realidade Entre os Muros da Escola

Por:   •  29/9/2016  •  Resenha  •  656 Palavras (3 Páginas)  •  209 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO

MEN7070 – METODOLOGIA DO ENSINO DO INGLÊS

PROFESSORA VERA LUCIA BAZZO

ALUNO: ALBERTO DIAS ALMEIDA JUNIOR

A Realidade Entre os Muros da Escola

Inicialmente, Entre os Muros da Escola, filme baseado no livro de mesmo nome de François Bégaudeau, dirigido por Laurent Cantet, aparenta ser mais um filme sobre escolas em que alunos mal-encarados passam de verdadeiros bandidos a alunos geniais à medida que vão sendo modelados e motivados por professores persistentes e revolucionários. No entanto, com sua direção e jogos de câmera fundados nos moldes de filmes de documentário, o filme foge desta perspectiva hollywoodiana ao apresentar uma escola em que o professor não é um herói, e que o aluno considerado fracassado não se revela um grande gênio do conhecimento, não passando de ano em um final feliz. Ao contrário, mostra uma sala de aula – e porque não, uma escola – onde alunos e professores engajam em batalhas sem vencedores, motivados por preconceitos absorvidos ao longo de suas vivências na comunidade francesa.

Utilizando-se de cenas com forte teor verossímil, Entre os Muros da Escola tenta reportar aos seus espectadores a real situação do ensino público francês, mostrando professores impacientes e alunos insolentes. Porém, estes mesmos espectadores devem estar atentos ao fato de que o retrato apresentado pelo filme não foi produzido com lentes impessoais. Portanto, o filme Entre os Muros da Escola deve ser considerado apenas como o ponto de vista de um dos sujeitos do processo educacional, e não uma verdade absoluta.

O primeiro indício de que o filme trabalha com cenas muito próximas a realidade está logo em uma das primeiras cenas, na qual um professor mostra ao outro quais são os alunos ‘bons’ e quais são os alunos ‘ruins’. Praticamente todos os professores – e eu me incluo neste grupo –, ao iniciarem suas carreiras como docentes, passaram pela experiência de serem enquadrados nos moldes de colegas mais antigos cujos conceitos e preconceitos estão marmorizados devido a anos de exaustiva prestação de seus serviços. Esta proximidade da realidade faz com que os espectadores acreditem que o sistema educacional é falho, e que seus integrantes sejam corruptos. Contudo, os professores-personagem, incluindo François, o protagonista do filme francês, não devem ser avaliados como professores maus.

Mesmo sendo pertencente ao grupo de docentes marmorizados, François, apesar de incitar muitas das discussões e desentendimentos que ocorreram dentro da sala de aula, tendo inclusive xingado duas de suas alunas, tem consciência de que as punições ortodoxas adotadas pela escola não tem valor pedagógico e, na sua maneira, tenta lutar contra o sistema estabelecido pela instituição de ensino.

Outro ponto que deve ser analisado para uma correta interpretação do cenário apresentado por Entre os Muros da Escola é a autonomia didática que a aluna Esmeralda apresenta. A despeito do fato de que a aquela sala de aula não proporcionava o melhor ambiente para a aprendizagem, somado ao fato de que a própria aluna não se empenhava nas atividades desenvolvidas com a turma, Esmeralda surpreende seu professor de Francês ao relatar que já havia lido e dominado os conceitos de A República de Platão. Mais uma vez, o conceito de verossimilhança se faz presente no filme, visto que conhecemos diversos alunos bem sucedidos no ensino público.

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