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A SOCIALIZAÇÃO E SUAS FORMAS DE INCLUSÃO

Por:   •  7/7/2020  •  Seminário  •  6.738 Palavras (27 Páginas)  •  175 Visualizações

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SOCIALIZAÇÃO E SUAS FORMAS DE INCLUSÃO

Jocemar Valdo Lunkes (1991131)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 Tutora: Sirlei -------------------

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 Acadêmico EAD, Curso Comércio Exterior.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Período letivo 2020/2 – Turma: FLX 1857 – Sábado/Matutino.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI.

Portaria Ministerial n° 499, de 12/06/2013, publicada no D.O.U em 13/06/2013.

Rodovia BR 470, 1040 – Km 71 – Benedito – 89130-000 – Indaial/SC

 

 PALAVRAS-CHAVE: Socialização, educação, escola, experiência, “ofício” de aluno.

RESUMO: Este texto se propõe a discutir a noção de socialização, que integra a linguagem comum de educadores e dos programas de formação. Essa noção tem incontestavelmente um sentido mais extenso nas ciências humanas. Seja qual for a disciplina de base (Psicologia, Sociologia, Antropologia...), não se pode ignorar as primeiras socializações da criança no centro da família e seu papel constitutivo das personalidades individuais. Assim, pode-se distinguir socializações primárias de socializações secundárias, ampliando o sentido até se vislumbrar as socializações profissionais. A socialização se estende, portanto, como um processo geral que engloba toda a vida humana e constitui os seres humanos como seres sociais.

A noção de socialização faz parte da linguagem comum dos práticos da educação e da formação, designando, na maioria das vezes, uma integração dos indivíduos na sociedade, uma aquisição de “bons” hábitos sociais, uma aprendizagem da vida em coletividade no centro dos grupos constituídos no interior dos estabelecimentos escolares, por exemplo. Essa aplicação difundida parece ter adquirido uma nova atualidade quando se interroga sobre as funções da escola nas cidades, bairros e zonas difíceis. A socialização tem certamente um papel a desempenhar na aquisição de conhecimentos, mas fundamentalmente na constituição de uma ligação social que apresenta muita fragilidade. Neste sentido, a socialização se aproxima da sociabilidade, de um tipo de aptidão a preservar e a respeitar nas relações sociais.  

Essa noção tem incontestavelmente um sentido mais extenso nas ciências humanas. Qualquer que seja a disciplina de base (Psicologia, Sociologia, Antropologia...), não se pode ignorar as primeiras socializações da criança no centro da família e seu papel constitutivo das personalidades. Pode-se distinguir socializações primárias e socializações secundárias, ampliando o sentido até se vislumbrar as socializações profissionais. A socialização se estende, assim, como um processo geral que engloba toda a vida humana, constituindo os seres humanos como seres sociais.  

 

  1. Abordagem Contemporânea

Enquanto as concepções clássicas de socialização colocam em evidência os efeitos da imposição de normas e valores pela interiorização imposta (ver em seguida os aspectos históricos), as concepções contemporâneas insistem na construção do ser social e de sua identidade, através de múltiplas “negociações” com o seu entorno.

 

  1. Socialização da Criança e Transformações da Escola

Nessa evolução das concepções, é sem dúvida necessário observar as mudanças nos quadros teóricos das ciências humanas – mais sensíveis às interações entre os indivíduos e os grupos –, mas também as influências do contexto social no qual as instituições estão sujeitas a profundos questionamentos e onde as convicções estão menos asseguradas. Neste sentido, a situação da escola é totalmente significativa. Atualmente, ela não pode mais se apoiar nos valores e modos de funcionamento considerados como estáveis, os quais contavam com o consentimento de todos. Os movimentos nos liceus e dos estudantes nos anos 1980-1990 (sem remontar até a contestação radical de maio de 68), mostram o espaço cada vez maior ocupado pelos pais no interior do sistema escolar (nos diferentes conselhos escolares, na escolha dos estabelecimentos para seus filhos, alguns desenvolvendo verdadeiras “estratégias” ...), mas demonstram também a queda das grandes ideologias militantes. Tudo isso contribui para enfraquecer os modelos de socialização escolar calcados na imposição de normas e para tornar necessárias as ações negociadas, os arranjos e compromissos.  

Segundo Derouet (1992), os modelos estandardizados e apresentados como generalizáveis se dissiparam ao longo dos anos 80, cedendo lugar à combinação complexa de diferentes “universos de justiça”, negociados entre os envolvidos, por exemplo, no interior dos colégios. Para Dubet (1994), se tornou quase impossível definir a escola em geral como uma instituição de socialização. É ela verdadeiramente uma “instituição”, no sentido forte do termo, isto é, uma organização capaz de transmitir os valores sociais sob a forma de normas de comportamento que, por sua vez, formam as personalidades infantis? A escola seria mais bem definida “como uma construção relativamente instável, como um arranjo” (Dubet, 1994). Uma tal abordagem sociológica não chega, entretanto, a negar à escola toda a função de socialização mas, ao contrário, a mantê-la como fundamental, embora atravessada por tensões e contradições. De um lado, convêm conceber a socialização dos indivíduos-alunos em ligação estreita com sua constituição como sujeitos. Há, ao mesmo tempo, socialização e subjetivação: “Os atores se socializam através de diversas aprendizagens e se constituem como sujeitos na capacidade de controlar sua experiência, na capacidade de dominar sua experiência, tornando-se, assim, os atores de sua educação. Neste sentido, toda educação é uma autoeducação e não somente uma inculcação, ela é também um trabalho sobre si mesmo” (Dubet e Martucelli, 1996). De outro lado, as diferentes funções da escola não estão mais integradas entre si. Os mesmos atores distinguem a função de distribuição das qualificações escolares, que podem ser rentáveis no mercado do trabalho, da função de educação relacionada à difusão de uma cultura escolar, enfim da função de socialização. Neste último caso, “o ator é considerado como um aluno que deve aprender os papéis e um ofício, através dos quais ele interioriza as normas e as aptidões que implantam os dispositivos, permitindo-lhe entrar na sociedade”. Mas a questão central refere-se ao fato de que essas funções não estão “naturalmente” unidas entre si: “ao admitir que a integração das diferentes funções da escola não acontece em si mesma, o processo de socialização, principalmente na sua dimensão de subjetivação, deve ser estudado a partir da atividade dos atores que tanto constroem sua experiência escolar quanto são formados para ela”.

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