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AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS DA RÁDIO NA GUINÉ-BISSAU

Por:   •  23/2/2020  •  Artigo  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  181 Visualizações

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AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS DA RÁDIO NA GUINÉ-BISSAU

Para falar das primeiras experiências das Rádio na Guiné-Bissau na guiné Bissau é preciso sublinhar que a primeira experiência de rádio, remonta o período colonial, em que a então colónia portuguesa teve o seu primeiro serviço de rádio difusão em abril de 1944, serviço este que na época era dependente da Repartição Central dos Serviços dos Correios Telégrafos e Telefones (CTT), conforme a portaria portaria n0 86 de 09 -09 -196 -BO n0 45/1946 segundo o “Anuário da Guiné Portuguesa”, de 1946. A investigadora Patrícia Mota Paula acrescenta que o emissor usado era de 1 KW de potência.

Porém a 9 de outubro de 1946 houve a reorganização da então estação que passou a ser conhecido como Emissora da Guiné, porém a maioria dos programas não eram produzidos localmente mas sim vinham da metrópole conforme António Soares Lopes explica:

A grande parte dos conteúdos e programas eram gravados em Lisboa e enviados para emissão local, incluindo muitos musicais. A rádio instalada em Bissau limitava- -se a retransmitir os programas produzidos por Lisboa e com temas que versavam assuntos da então metrópole. Durante muitos anos o único programa local produzido e apresentado por uma locutora portuguesa era de discos pedidos – “Peça o que Quiser”- para onde os ouvintes escreviam a pedir a canção desejada e a apresentadora, na medida das possibilidades, satisfazia o pedido passando a melodia desejada ou outra em substituição. A quase totalidade das músicas passadas na estação eram essencialmente portuguesas, seguindo-se sambas e marchas brasileiras, coladeiras e mornas cabo-verdianas. (Soares, 2015, p. 38)

Em 1957 conforme jornalista e historiador Joaquim Vieira nos da conta no trabalho 75 anos de telefonia pública em Portugal” (2010) ,

Entrou em funcionamemto mais um emissor de onda curta e, em 1966 em plena guerra colonial, outros quatro, também em Pegões - mas aqui, por razões acrescidas, era o desenrolar de três frentes de guerra colonial em África... As emissões para África,englobavam o Quénia, a futura Tanzânia (Tanganica e Zanzibar) o Uganda e a União Sul-Africana e também as colonias de São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. A emissão para o Brasil era também destinada á Guiné Portuguesa e Cabo Verde Joaquim Vieira (2010 appud (Soares, 2015, p. 38).

No ano de 1964 o PAIGC instalou dentro das fronteiras sul da vizinha Guiné Conacri dando inicio as emissões ainda experimentais da Rádio Libertação direcionada não apenas aos militantes bem como também às populações em geral. As emissões que eram em português e crioulo isto devido a importância que está língua ganhou, sendo “… a língua mais utilizada nas antenas, ganhou uma nova dimensão, passando a ser a língua do debate político, e da comunicação” (Soares, 2015, p. 41).

Porém 1966 foi um ano que apresentou um quadro de mudanças nos serviços radiofónicos para Guiné Bissau visto um a emissora Nacional de Radiodifusão que emitia em ondas de curta frequência para a Guiné a partir de Lisboa desde os anos 50 “recebeu mandato para instalar um emissor regional na Província da Guiné e apropriar-se do material pertencente à província, sem que isso significasse o fim das emissões em onda curta que de resto se viram reforçados com uma maior potência dos seus emissores (Soares, 2015, p. 38).” Tudo isso na tentativa de dinamizar a programação para fazer face a propaganda do PAIGC, algo que não foi bem conseguido:

Uma ténue tentativa de melhorar a programação com a introdução de programas interativos tais como o “Programa da Manhã” com música variada e entretenimento, os “Ecos da Província” com folclore local e pequenos flashs noticiosos da Guiné em línguas nativas, o “Encontro com Cabo-Verde” ou o “Programa da Ação Nacional Popular ”, não reuniu consenso entre os apoiantes da ala mais dura do regime, e revelou- -se insuficiente perante a avalanche comunicacional e propagandística do PAIGC, em crescimento como se pode verificar pela iniciativa editorial e diferentes e renovados conteúdos da Rádio Libertação referenciados neste Estudo. (Soares, 2015, p. 39)

As rádios com as características próprias deste meio como a linguagem simples, quebrando a barreira da alfabetização que o jornal impunha sagrou-se como um meio forte na luta contra o colonialismo português na Guiné e em outras paragens em África.

Após a independência da de Portugal em 1974, também a Emissora da Guiné Portuguesa teve o seu fim juntamente com o colonialismo português sobre o país. Assim a rádio “Libertação” criada pelo PAIGC foi transformada e rebatizada de Radiodifusão Nacional (RDN). Figurando-se assim como a única estação a prestar serviço de radio difusão

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