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O CAPITALISMO - MARX WEBER

Por:   •  28/4/2016  •  Artigo  •  2.809 Palavras (12 Páginas)  •  406 Visualizações

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Instituto de Ciências Humanas e Letras[pic 1][pic 2]

Departamento de Comunicação Social

Curso de Jornalismo

Ciência Política e Comunicação

O Capitalismo – Pensamento Marxista

(síntese produzida a partir do texto de Afrânio Catani)

Como afirmamos, a segunda corrente teórica que oferece interpretação do capitalismo é aquela representada pelas idéias de Karl Marx (histórica).

Estas idéias, partindo de uma perspectiva histórica, definem o capitalismo como sendo um determinado modo de produção de mercadorias, gerado historicamente desde o início da Idade Moderna e que encontrou sua plenitude no intenso processo de desenvolvimento industrial inglês, que foi a Revolução Industrial.

Por modo de produção entende-se tanto o modo pelo qual os meios necessários à produção são apropriados como as relações que se estabelecem entre os homens a partir de suas vinculações ao processo de produção.

Por essa perspectiva, capitalismo significa não apenas um sistema de produção de mercadorias, como também um determinado sistema no qual a força de trabalho se transforma em mercadoria e se coloca no mercado como qualquer objeto de troca.

O modo de produção capitalista

Uma conceituação simplificada do capitalismo afirma que ele é um sistema em que os utensílios e as ferramentas, os edifícios e as matérias-primas com que é obtida a produção – capital, numa palavra – são predominantemente de propriedade privada ou individual. Karl Marx diria, mais tecnicamente, que é um modo de produção cujos meios estão em mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da sociedade.

Para Marx, propriedade privada, divisão social do trabalho e troca são características fundamentais da sociedade produtora de mercadorias. E a essa produção dedicam-se os produtores independentes privados que possuem a sua força de trabalho, os meios de produção e os produtos resultantes do seu trabalho.

A divisão social do trabalho é outra condição prévia característica de uma sociedade capitalista. Como nessa sociedade o indivíduo não tem todas as profissões necessárias para satisfazer as suas múltiplas necessidades (de alimentação, de vestuário, de habitação, de meios de produção, etc), uma vez que ele possui apenas uma profissão, só consegue subsistir se puder simultaneamente adquirir os produtos do trabalho de outrem. Como nessa sociedade cada pessoa tem uma profissão particular, todos dependem uns dos outros, e isso decorre da divisão do trabalho no seio da produção mercantil.

Os produtos dos diferentes trabalhos privados têm de ser, na sociedade capitalista, trocados. A troca é condição necessária para a subsistência de todos na sociedade, e esse produto a ser trocado, resultado do trabalho, denomina-se mercadoria. Assim, um produto do trabalho só se torna mercadoria num quadro de condições sociais em que imperem a propriedade privada, a divisão social do trabalho e a troca, não podendo ser considerado como tal caso não se verifiquem essas três condições.

Em O capital, obra clássica de Marx, a mercadoria é concebida, em primeiro lugar, como uma coisa ou um objeto que satisfaz uma necessidade qualquer do homem; em segundo lugar, como uma coisa que se pode trocar por outra. A utilidade de uma coisa faz dela um valor de uso, isto é, ela tem uma utilidade específica para o seu consumidor. Pode-se dizer que as mercadorias se diferenciam umas das outras pelo seu valor de uso, uma vez que a cada necessidade específica corresponde uma mercadoria com características específicas.

Por sua vez, o valor de troca (ou simplesmente valor) poderia ser caracterizado como sendo a relação ou a proporção na troca de um certo número de valores de uso de uma espécie contra um certo número de valores de uso de outra espécie. Se eu trocar, por exemplo, duas mesas por um casaco, porque sou marceneiro e só produzo mesas, mas preciso de um casaco para enfrentar o frio, estarei equiparando o produto do meu trabalho como marceneiro – isto é, duas mesas – ao casaco que desejo comprar. Quando duas coisas são equivalentes e equiparáveis, tais coisas são iguais. Todavia, verifica-se que as mercadorias permutadas têm diferenças entre si, mas não são iguais. O que há de comum entre coisas diferentes, que são tornadas constantemente equivalentes num determinado sistema de relações sociais?

O que elas têm em comum é o fato de serem produtos do trabalho. Enquanto valores de uso, as mercadorias são produto de um trabalho prático específico: as mesas são produto do trabalho do marceneiro; um casaco é produto do trabalho de um alfaiate, etc. Da mesma forma que os valores de uso dos produtos específicos são diferentes, as diferentes espécies de trabalho necessárias à sua produção também não são iguais. No entanto, todas as mercadorias são produto do trabalho humano geral, relativamente ao qual são todas iguais. Isto porque, enquanto trabalho geral em si, e como tal, todas as profissões são iguais, pois todas, por mais diferentes que sejam, constituem uma aplicação e um dispêndio de força de trabalho. A qualidade comum existente é o fato de ter havido pessoas que despenderam força de trabalho para a sua produção.

Na troca, o trabalho particular do marceneiro e o do alfaiate tornam-se equivalentes, ou seja, estão sendo trocados produtos específicos de trabalho. Assim, o que é comum a todas as mercadorias não é o trabalho concreto de um ramo de produção determinando, não é o trabalho de um gênero particular, mas o trabalho humano abstrato, o trabalho humano em geral. Disse Lênin: “Ao equiparar os seus diversos produtos na troca como valores, os homens equipararam os seus diversos trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta, mas fazem-no”.

Dessa maneira, toda mercadoria isolada é simultaneamente valor de uso e valor de troca, conforme for encarada como produto de um trabalho específico, concreto, útil (trabalho concreto, individual) ou como resultado de um trabalho diretamente equivalente (trabalho geral, abstrato). As mesas e o casaco diferem entre si na sua qualidade de valores de uso, mas como valores são equivalentes. Essa dualidade de pontos de vista resulta do caráter duplo da própria mercadoria: o seu valor de uso e o seu valor de troca.

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