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A ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DOS PRÉ-SOCRÁTICOS

Por:   •  29/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  11.465 Palavras (46 Páginas)  •  344 Visualizações

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ESTUDO FILOSÓFICO

ABORDAGEM SOBRE O HOMEM

ESTUDO DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DOS PRÉ-SOCRÁTICOS

AOS FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS

PARA USO DOS ESTUDANTES DE FILOSOFIA

DA FACULDADE DE ILHEUS

PROF. Dr. Edivaldo dos Santos Oliveira

ILHÉUS/2015

SUMÁRIO

  1.  INTRODUÇÃO.................................................................... 3
  1.  O interrogativo sobre o homem (parte introdutória)........... 3

2. O pensamento antropológico como o primeiro pensar............... 7

    2.1 O homem no pensamento grego......................................... 11

    2.2 O homem no pensamento cristão...................................... 14

    2.3 O homem no pensamento moderno.................................... 18

3. O afirmar-se da antropologia filosófica................................... 18

    3.1 o materialismo............................................................... 18

    3.2 o positivismo................................................................. 19

    3.3 o evolucionismo............................................................. 19

    3.4 o materialismo dialético.................................................. 21

    3.5 o materialismo histórico..................................................21

4. Existencialismo e personalismo..............................................24

5. Fenomenologia e Metafísica ..................................................29

6. CONCLUSÃO ......................................................................31

7. BIBLIOGRAFIA....................................................................32

  1. INTRODUÇÃO

1.1 O INTERROGATIVO SOBRE O HOMEM

        Quem é o homem? Está é uma pergunta que vem a nós como inúmeras outras que se impõe na nossa vida tanto no cotidiano quanto na pesquisa científica. Nós nos interrogamos sobre o mundo e sobre as coisas, sobre a matéria e sobre a vida, sobre a sua natureza e as suas leis. O que é tudo isso e qual o seu sentido? Por fim: o que é o homem? Essa pergunta diz respeito a uma interrogação do homem, sobre ele mesmo e sobre a sua própria realidade.[1] O homem não pode fazer outra coisa senão colocar-se diante dessa pergunta, pois ela, em si mesma é um problema. E se torna ainda mais problema quanto mais o espírito e os acontecimentos do tempo lhe colocam em questão, a ameaça com as confusões e o desenvolvimento de todas as ordens humanas, e a expõe aos enigmas e a aparente falta de sentido da sua existência. Assim se eleva com renovada seriedade e nova urgência a questão acerca da natureza do homem, o seu lugar no mundo e o sentido da sua existência. Mas se colocamos essa questão ela - que diz respeito a nós mesmos – já nos oferece uma resposta: o homem é aquele que pergunta: aquele que pode e deve perguntar.

        Somente o homem pode perguntar. Não pode fazê-lo as pedras, as plantas e nem mesmo os animais. Esta realidade está profundamente inserida na obtusa problematicidade da sua existência. Os animais, ainda que percebam o seu mundo circunstante, o seu próprio ambiente, não podem perguntar. Permanecem de tempo em tempo, ligados ao dar-se sucessivo do fenômeno, sem poder transcender e sem poder perguntar sobre o seu passado presente ou futuro. Os animais se encontram aquém da possibilidade de questionar a sua realidade circunstante. Somente o homem possibilita a si mesmo a necessidade de perguntar: é a singular característica da sua natureza. Mas que tipo de realidade é esta, que se destaca de todas as outras em força de um poder de interrogação, questionamento, pergunta, de um dever perguntar? Que tipo de ser é esse, que no seu ato de perguntar se torna problema e deve inquirir a propósito da sua própria realidade: o que é o homem?

        Somente o homem pode perguntar sobre a sua própria natureza. Essa realidade se encontra no ser de modo inconsciente e, por isso, não se apresenta como problemático. A natureza não pode interrogar-se. O homem interrogando-a transcende o dado do imediato, dirigindo-se ao seu fundamento.

        Mas cada pergunta traz em si as condições da sua própria possibilidade. Eu só posso perguntar se não sei ainda sobre aquilo que pergunto; senão a pergunta vem superada pelo saber e perde a sua possibilidade. Todavia posso perguntar somente se já sei aquilo que pergunto; senão a pergunta não tem nenhuma direção nem meta, ela ainda não é possível como pergunta. Essa pressupõe um saber preliminar acerca daquilo que se pergunta. Este pré-saber é ainda “vuoto”, vazio, indeterminado. É um saber no qual “sei de não saber”, como já dizia Sócrates, isto é, um saber que não sabe tudo e que não sabe nada de modo perfeito, portanto um saber os limites do saber, um doto não-saber: una docta ignorantia, como vem chamada por Agostinho e por Nicolau de Cusa. Mas saber sobre os confins do saber significa já pretender ir além dos limites do dado imediato e do precedentemente sabido, procedendo de modo antecipado em direção a algo ulterior, que ainda não sabe, mas que quer e deseja saber e por isso o homem se torna objeto de pergunta sobre o qual procura informações. É possível perguntar somente no interior de um horizonte já precedentemente desvelado, que transcende o saber particular provocando o movimento da pergunta.

        O homem pergunta acerca da natureza porque ele sempre soube dessa possibilidade; porque é caracterizado pela autoconsciência e pela autocompreensão. É por isso que ele se eleva sobre os entes infra-humanos que se sujeitam a ela. Só porque o homem sabe sobre si mesmo e compreende – de modo autotransparente – a si mesmo pode perguntar sobre si mesmo. Ele é um ser que não deixa a pergunta se perder na superficialidade, mas a torna possível. Porque o homem não compreende plenamente a si mesmo, permanecendo enigmático e cheio de mistério, porque o seu saber é ao mesmo tempo um não saber e a sua autocompreensão uma não-compreensão, ele pode e deve perguntar a cerca da sua verdadeira e própria natureza. Assim o homem se encontra num lugar de estranha ambiguidade. Ele se compreende como ser espiritualmente dono de si, capaz de se autocompreender. Mas está também ligado a obscuridade do ser material e daquilo que lhe envolve, como impedimento de uma plena compreensão de si. Esta dualidade determina a natureza do homem: dela surge a possibilidade e a necessidade do seu perguntar.

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