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A Barbárie na História

Por:   •  21/10/2019  •  Resenha  •  696 Palavras (3 Páginas)  •  187 Visualizações

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ZEA. Leopoldo. Discurso desde a marginalização e a barbárie: A barbárie na história. Rio de Janeiro: Editora Garamond Ltda, 2005, p.57-96.

RESENHA

Leopoldo Zea, um dos mais importantes pensadores da América Latina, no capítulo intitulado A barbárie na história, em sua obra Discurso desde a marginalização e a barbárie, inicia expondo acerca do logos que subjaz a barbárie. No início, para o pensamento grego, era considerado bárbaro todos os não-gregos, isto é, os que não sabiam pronunciar o grego corretamente, daí a etimologia da palavra que significa aquele que balbucia. Neste mesmo sentido, bárbaro será também correspondente à inculto, selvagem, ou seja, sinônimo de qualquer um que não siga os parâmetros do modo grego de viver, tido por eles como o mais perfeito. Isso se dá, porque neste contexto o logos grego era o dominante neste contexto histórico.

Logos para o autor quer significar a cosmovisão, a cultura, o modo de ser. E o logos dominante torna-se paradigma para qualificar qualquer outro que possa surgir. Logos significa também razão e palavra, nesta perspectiva, tudo o que está fora dele é ambíguo, não é digno da razão. O logos toma a razão e a expressa, isto quer dizer que ele conhece e justamente por isso, pode dar ordens, ou criar a própria ordem como lhe convém, para que se mantenha.

Em seguida o autor ressalta que a ideia grega sobre os bárbaros, como seres de raciocínio e vontade limitados, será transposta para os colonizados pela península Ibérica. Assim, o bárbaro passa a ser o selvagem, nos mesmos moldes, por não se adequar ao logos dominante. A identidade do selvagem, portanto, será definida mediante a sua própria condição em relação aos colonizadores, isto é, será sempre colocado à margem por seu logos diferente do dominante.

Exemplificando a evolução da barbárie na história, o autor ressalta que em dado momento a barbárie foi cristianizada, em que havia a pretensão de converter os bárbaros para os fazerem ingressar na civilização, tida como superior, e isso foi fator fundamental para que a Europa se consolidasse, formando diversos impérios com base cristã. A principal representação deste ponto consiste na descentralização do cristianismo sobre Roma, com a criação do Sacro Império em Constantinopla.

Em seguida o autor apresenta a disputa de poder entre os vários impérios da Europa sobre a América, utilizando diversos meios de agressão, tendo como pano de fundo, a diferenciação do logos. 

Para o autor a Bretanha origina um novo tipo de imperialismo, que tem como escopo o capitalismo. Justificado pela Filosofia Moderna em que o sujeito está no centro, este modo imperialista de ser se espalha pelo mundo, assumindo o posto de logos dominante. Tal modo de pensar em ser, coloca o sujeito como único responsável por sua grandeza ou miséria, isto é, o único responsável por si mesmo. Este modo de ver possibilita apenas aos melhores indivíduos a chance de sucesso. Até mesmo a relação com Deus, mediante a reforma protestante, depende unicamente do próprio indivíduo, sem precisar da instituição para tanto, mantendo assim uma estreita ligação com o regime capitalista, em que Deus está em função, em certo sentido, do mercado.

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