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A Caracterização das Sociedades Modernas em A.

Por:   •  16/3/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  52 Visualizações

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Parte 1. A caracterização das sociedades modernas em A. Giddens e U. Beck

Anthony Giddens descreve que a sociedade moderna é uma ordem pós-tradicional com início na transição do Feudalismo para o mundo industrializado e capitalista.

Destaca que o surgimento das instituições modernas têm como maior característica o extremo dinamismo, as alterações na vida social dos indivíduos e também as mudanças geradas pela globalização, aspectos que a diferencia da organização anterior.

Ressalta ainda que, nesta nova organização, os indivíduos vivem e colaboram com estas mudanças que são globais e geram impactos, assim percebe-se que os seres humanos fazem escolhas e não reagem passivamente aos acontecimentos do seu tempo, sendo capazes de construir e reconstruir, ativa e reflexivamente, a estrutura social no curso das suas atividades individuais e coletivas

De acordo com Giddens, o que explica este dinamismo são três elementos: "O primeiro seria a separação entre espaço e tempo. O segundo, o desencaixe das instituições sociais em fichas simbólicas e sistemas especializados, onde todos podemos ser considerados leigos. O terceiro seria a reflexividade institucional, onde há uma constante revisão do conhecimento e da informação usados para guiar a vida cotidiana". Percebe-se assim, que para ele, a vida social moderna é caracterizada por reestruturações do tempo e do espaço, juntamente com ampla e profundas mudanças que atingem as práticas sociais e modos comportamentais em grande escala, e também pela produção de conhecimento, gerando situações que alteram o cotidiano das pessoas. Desse modo, a modernidade produziu o surgimento de um duplo processo, de um lado homogeneização universalizadora e a quebra das territorialidades humanas tradicionais.

Ele afirma também que, na Modernidade estabelece-se o princípio da dúvida, destacando que todo conhecimento deve ser visto como uma hipótese, assim percebe-se o caráter provisório da verdade, podendo ser sempre revista. Observa-se então, que as referências de apoio da vida social estão em constante

mudança. Para ele, a intensificação dessa complexidade é denominada modernidade "alta" ou "tardia", ou seja, o mundo hodierno.

Também destacou, a "noção de confiança e risco" importante nesse processo de socialização, descrevendo que “a confiança nem sempre é o resultado de decisões conscientes”, mas a relação de confiança dependerá da credibilidade que os indivíduos atribuem, na qual, confiar é, em certo sentido, arriscar.

Para ele, a modernidade é uma cultura do risco, uma vez que o futuro é, frequentemente, objeto de estudo e reflexão nos ambientes de conhecimento, e os projetos, muitas vezes, apresentam resultados diferentes daqueles previamente planejados. Entretanto, lembra que, esta instituição moderna diminui o risco geral, quando há descobertas de novos medicamentos, novas tecnologias, mas estas não deixam de introduzir novos parâmetros de risco, que não existiam, podendo gerar consequências catastróficas e às vezes irreversíveis, resultado do caráter do mundo globalizado.

Ressalta que a Alta Modernidade é "apocalíptica", quando se observa as armas de destruição em massa e o conhecimento para fazê-la, situações que geram risco de guerras, de destruição e de tragédias ecológicas.

Ademais, para ele, o mundo globalizado, com mídia impressa e eletrônica, trouxe uma aproximação dos continentes, que influenciou grandemente na auto-identidade e na organização das relações sociais, favorecendo as desigualdades sociais e a segregação. Segundo Giddens “a ciência, tecnologia e especialização desempenham um papel fundamental na segregação da experiência”, pois os indivíduos muito raramente têm contato com etapas de sua vida que ligam-se com temas mais amplo de moralidade.

Ressalta ainda que, “a alta modernidade é caracterizada pelo ceticismo generalizado juntamente a razão provençal”, visto que os indivíduos estão sempre confrontados com diversos discursos especializados e frequentemente divergentes quanto aos mesmos aspectos interpretados.

Para U. Beck, houve uma separação dentro da modernidade que a afasta da sociedade industrial e dá início a sociedade industrial de risco, sendo esta muito profunda, do mesmo modo que foi a sociedade industrial sobre a feudal.

Destacou também, que do mesmo modo que a sociedade industrial questionou as práticas sociais típicas da tradição, a sociedade de risco também questiona as premissas da sociedade industrial.

Ressalta que, os riscos sociais, políticos, econômicos e industriais tomam dimensões exorbitantes, na fase de desenvolvimento da sociedade moderna, escapando do controle das instituições de proteção da sociedade. Não esquecendo que, os problemas da sociedade industrial de risco foram gerados pelo próprio avanço técnico-econômico e que afetam as várias camadas da sociedade de forma diferenciada, gerando conflitos sociais que não podem mais serem compreendidos através da luta de classes. Assim, os riscos não rompem com o capitalismo, mas o modificam, do mesmo modo como as relações de trabalho e os modos de vida.

Para ele, a ciência, a mídia e o governo fabricam o aspecto institucional, sendo isso que diferencia os riscos contemporâneos dos de outras épocas.

Do mesmo modo que A.Giddens, U.Beck caracteriza a sociedade contemporânea pela “ausência de fronteira espacial e temporal e pela invisibilidade”, esclarecendo que a primeira é devido a globalização e a segunda pelos efeitos das substâncias químicas serem imperceptíveis aos humanos.

Ademais, Beck também ressalta que a própria modernização trouxe consequências que estão hoje arriscando as condições básicas de vida “uma civilização que ameaça a si mesma, na qual a incessante produção de riqueza é acompanhada por uma igualmente incessante produção social de riscos globalizados, que atingem da mesma forma todas as nações, sem distinção. Assim, a incerteza produzida pela Sociedade de Risco expressa a acumulação de riscos ecológicos, financeiros, militares, terroristas, bioquímicos, informacionais, que tem presença esmagadora hoje em no mundo.

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