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A Formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento

Por:   •  6/5/2018  •  Resenha  •  590 Palavras (3 Páginas)  •  242 Visualizações

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Conhecer é descrever para re-conhecer.

(Bachelar, 2004)

        Bachelard destaca em sua obra os obstáculos epistemológicos que se encontra no período pré-científico, no século XVIII, abordando nos três primeiros capítulos, a noção de obstáculo epistemológico, que é em termos de obstáculos que o problema do conhecimento científico deve ser colocado;  o primeiro obstáculo na formação do espirito científico (experiência primeira), sendo esta, a experiência colocada antes e acima da crítica; e, o conhecimento geral como obstáculo ao conhecimento científico, na qual,  traz que a falsa doutrina do geral, prejudicou o progresso do conhecimento científico.

        Bachelard, elabora o conceito de geometrização que está entre o concreto e o abstrato. Segundo autor a geometria expõe os graus de abstração, partindo do visível para o invisível e apreensível apenas pelo raciocínio de fórmulas matemáticas. O objetivo da obra do autor é mostrar o grandioso destino do pensamento científico abstrato, pois somente a abstração desobstrui o espírito, tornando-o mais leve e mais dinâmico. Enfatiza categoricamente o raciocínio abstrato, o conhecimento objetivo, a racionalidade, o real científico, do ser ciência, do fazer científico – sem essas condições a ciência não é ciência:  é equivoco, é ilusão.

        Segundo o autor, na sua formação, o espírito científico passa, individualmente, por três estados: o concreto, o estado concreto abstrato, e o estado abstrato: 1. estado concreto: restrito às primeiras imagens do fenômeno, apoiado em literaturas filosóficas que exaltam a Natureza; 2. estado concreto-abstrato: onde o espírito acrescenta às suas experiências físicas os esquemas geométricos por ele construídos; 3. estado abstrato: onde o espírito utiliza informações retiradas do espaço real, porém voluntariamente desligadas da experiência imediata de modo uniforme Nesta trajetória de formação, são fundamentais os interesses do espírito, a paciências científica, o prazer, o amor pelo saber, o constante perguntar e responde. O pensamento científico para ele, foi perpassado por “forças psíquicas” que atuam ainda hoje, levando a ciência a tatear entre a lucidez e zonas obscuras, entre o velho e o novo. Os obstáculos epistemológicos causam estagnação e regressão na ciência, cujo progresso não descreve um continuum linear, evolutivo, ocorrendo, ao contrário, de modo descontinuísta, pela negação de erros passados tidos como verdades, por meio de revoluções e não de evoluções.

        O segundo obstáculo epistemológico é o conhecimento geral. Segundo Bachelard, “nada prejudicou tanto o progresso do conhecimento científico quanto a falsa doutrina do geral, que dominou de Aristóteles a Bacon, inclusive, e que continua sendo, para muitos, uma doutrina fundamental do saber, até porque “a generalidade imobiliza o pensamento”, e ainda: “o espírito científico pode 6 enganar-se ao seguir duas tendências contrárias: a atração pelo particular e a atração pelo universal. A tentativa de alcançar o geral, ou universal, opera com o método do raciocínio indutivo, pelo qual, por meio de uma série de fatos particulares, chega-se a generalizações precipitadas (incomprovadas, indefinidas), a definições prévias, a conclusões utilitárias do conhecimento imediato. Trata-se do processo mais usado pelo senso comum ou espírito pré-científico, que dos fatos observados tira leis gerais aplicáveis a outros fatos semelhantes, como em um círculo – é a “atividade do pensamento empírico inventivo

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