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A Teoria do Conflito

Por:   •  19/8/2023  •  Resenha  •  1.008 Palavras (5 Páginas)  •  42 Visualizações

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Podemos entender o fenômeno social, ou seja, a união de um grupo de pessoas que possuem relações/interações entre si, através de duas tradições sociológicas, a Perspectiva do Conflito e a Perspectiva do Consenso. A primeira, argumenta que as sociedades são marcadas por divisões e conflitos entre os diversos grupos sociais, estes que são definidos por interesses e recursos desiguais. Nessa tradição podemos destacar critérios como classe social, status, identidade coletiva, etc. Já a segunda, fala da realização do “bem comum”, ou seja, aquilo que é alcançado a partir do diálogo pelo comum acordo. Nessa visão, os comportamentos são vistos como reflexos do processo de socialização e existem preceitos importantes como solidariedade, diálogo, interesse coletivo, etc.

A tradição do conflito (ou coação) tem relação com a dominação dos poderosos e a organização hierárquica da sociedade, ela defende que o fenômeno social é por natureza conflitivo, pois depende e se origina dos interesses próprios. O conceito de poder é de extrema importância para entendermos essa tradição sociológica. No geral, “poder” significa a capacidade de alguém em realizar algo e dentro dessa perspectiva podemos trazer o conceito de poder do pensador alemão Max Weber (1864-1920), que o apresenta como a capacidade de realizar seus fins, onde “um ganha e o outro perde”. Com essa ideia, percebemos como a relação entre os indivíduos é conflituosa, deixando seu interesse individual como o principal foco na interação.

Um dos principais “adeptos” à tradição do conflito é o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), que através da sua teoria nos mostra como sempre houve uma luta de classes na sociedade, ou seja, sempre existiu um conflito pela dominação (Ex: proletariado x trabalhador). Por conseguinte, essa perspectiva não se caracteriza apenas por uma condição natural, mas sim uma condição produzida e mantida por hierarquias sociais, que influenciam as interações, sendo o conflito importante para obter mudanças na sociedade. Sendo assim, observando a sociedade com a visão da tradição do conflito, é notório como o desejo individual tem papel de destaque, fazendo com que a sociedade crie suas ideias e siga uma organização social através dos interesses e ações dos “mais fortes”.

Dessa forma, a relação entre ideias e desejos individuais concebida pela teoria do conflito se estabelece uma vez que são considerados apenas os desejos individuais daqueles que detêm o poder, que usam da narrativa para manipular os dominados, fazendo parecer justo e causando a alienação dessa classe dominada, que seguem suas ideias não só por influência de seus discursos mas também pelo desejo de se tornarem aquilo que eles são.

Da mesma forma que a primeira, a tradição do consenso (ou do equilíbrio) também tenta explicar o fenômeno social, porém utiliza a perspectiva do sistema, que quer entender a sociedade a partir de um todo. Nessa tradição são levados em conta rituais e símbolos, que são processos de aprendizado com um fim, esses rituais variam de acordo com o grupo ou subgrupo que cada um se encontra. E, assim como foi dito, o que explica os comportamentos são as ideias/crenças de cada grupo, seja através do consenso ou da conformidade.

Nessa tradição, tem-se como preceito o fato de que a forma como a sociedade se organiza tem relação com o pensamento coletivo, isto é, não se utiliza mais os interesses individuais para a construção da sociedade, e sim interesses coletivos, que são alcançados pelo consenso entre os indivíduos. Até mesmo o significado de poder sofre mudanças, podemos trazer o conceito de poder da filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), que diz que o poder é a capacidade de realizar

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