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As Teoria Geral da Argumentação

Por:   •  20/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  213 Visualizações

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Parte I

O tratado consagrado à argumentação tem um vinculo com a retorica e a dialética grega, constitui uma ruptura com a concepção da razão e do raciocínio vindas de Descartes, presentes nos últimos 3 séculos.

O que diferencia um ser racional de um ser irracional é o poder de deliberar e argumentar. A deliberação e a argumentação se opõem à necessidade e à evidência, pois não se delibera quando a solução é necessária, e não se argumenta contra a evidência. O campo da argumentação é o do verossímil, do plausível, do provável. Descartes considera “quase como falso tudo quanto era apenas verossímil”. Para ele racional era o que tinha evidência, era o que podia ser demonstrado a partir de ideias claras e distintas.

Para quem adota o método more geométrico a ciência racional não pode contentar-se com opiniões mais ou menos verossímeis, deve haver um sistema de proposições necessárias, que é aplicada a todos os seres racionais e que é inevitavelmente aceita por eles. Assim, o desacordo é sinal de erro. Segundo Descartes, todas as vezes que 2 homens pensam sobre o mesmo assunto é inevitável o juízo contrário, logo um dos dois se engaria. E nenhum deles possui a verdade, pois se algum tivesse dela uma visão clara poderia mostrá-la ao seu adversário, e este acabaria reconhecendo sua convicção.

Para o empirista a prova seria aquela que torna a sua crença conforme o fato. A evidencia reconhecida por ele é a da intuição sensível, e método é o da ciência experimental, reconhecendo que as únicas provas validas são as fornecidas pelas ciências naturais.

Logo, é racional aquilo que segue os métodos científicos, e as obras de logica consagradas ao estudo dos meios de prova, limitadas ao estudo da dedução e do raciocino indutivo, reduzidas aos meios de verificar as hipóteses. Deste modo, inspirado no ideal cartesiano, o logico só funciona em relação ao estudo das provas analíticas, como qualificava Aristóteles, pois fora disso nada era necessário. Isso se acentuou no último século, com a influência de matemáticos, a lógica foi limitada a lógica formal, ou seja, o estudo dos meios de prova utilizados nas ciências matemáticas. Entretanto, os raciocínios que não são do campo puramente formal não usam a logica, consequentemente não são racionais.

Na esfera logica, a razão é incompetente nos campos que escapam ao cálculo, então nem a experiencia, e nem a dedução logica podem fornecer a solução de um problema.

Separando o mundo inteligível do mundo sensível, Pascal já procurava expor as influências do método geométrico no homem que não é composto unicamente de razão.

Aristóteles analisava:

Provas dialéticas  provas analíticas

Verossímil  necessárias

Deliberação e argumentação  demonstração

A concepção cartesiana nos obriga a apelar a elementos irracionais toda vez que que o objeto do conhecimento não é evidente. Esses elementos seriam obstáculos que devem ser superados, assim como a imaginação, a paixão ou a sugestão, ou em fontes supra-racionais de certeza como, o coração, a graça. Essa distinção introduz uma dicotomia, uma distinção das faculdades humanas inteiramente artificial e contraria aos procedimentos reais de nosso pensamento.

Numa teoria da argumentação que admite o uso da razão para dirigir nossa ação e para influenciar a dos outros, cabe criticar a ideia de evidência como característica una da razão. A evidencia é a força a qual toda mente normal tem de ceder, e também é o sinal de verdade daquilo que se impõe por ser evidente. A evidencia ligaria o psicológico ao logico, permitindo a passagem de um estado para o outro. Toda prova seria reduzida a evidências, e o que é evidente não necessitaria de provas, isso é a aplicação de Pascal da teoria cartesiana da evidencia.

Já Leibniz era contra a essa limitação imposta a lógica. Ele queria que mostrassem o meio de demonstrar todos os axiomas (Na lógica tradicional, um axioma ou postulado é uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria. Por essa razão, é aceito como verdade e serve como ponto inicial para dedução e inferências de outras verdades) que não são primitivos, sem distinguir a opinião que os homens têm deles e sem se preocupar se eles lhe dão o seu consentimento ou não.

A teoria da lógica da demonstração se desenvolveu seguindo Leibniz e não Pascal, e não admitindo a indispensabilidade de prova frente a evidência, de modo que a teoria da argumentação não pode se desenvolver se toda prova é entendida como uma redução à evidencia. O objetivo dessa teoria é o estudo das técnicas discursivas que provoquem ou aumentem a adesão das pessoas as teses que lhes apresentam ao assentimento. O que provoca essa adesão é a sua intensidade variável, nada nos abriga a limitar o nosso estudo a um grau particular de adesão, caracterizado pela evidencia. É bom não confundir os aspectos do raciocínio referentes a verdade com os que são referentes à adesão. Se deve inicialmente estuda-los separadamente e depois se preocupar com a sua eventual correspondência. Só assim é possível desenvolver uma teoria da argumentação de alcance filosófico.

Parte II

Nos últimos 3 séculos foram lançadas obras de eclesiásticos (aqueles ligados a Igreja) preocupados com problemas relacionados a fé e ao aconselhamento. O século XX pode ser qualificado como o século da dedicação à Publicidade e Propaganda. Entre tanto os filósofos e lógicos modernos não se interessaram pela argumentação, por este motivo que essa obra se relaciona com temas renascentistas, e com autores gregos e latinos, que estudaram a argumentação, que estudaram a arte de convencer e persuadir.

Nosso estudo é baseado nas provas que Aristóteles chama de dialética, aquela que está nos Tópicos, e ela é utilizada na retórica. Logo, há uma aproximação da teoria da argumentação com a dialética aristotélica, de modo que se raciocina a partir de opiniões geralmente aceitas. Porem existem varias razões que incentivaram a aproximação da teoria da argumentação com a retórica.

A primeira delas é a confusão que essa referência a Aristóteles poderia gerar. Pois durante anos a palavra dialética serviu para designar o termo logica. Por influencia de Hegel e seus contemporâneos a dialética adquiriu um sentido diferente do primitivo. Não ocorre o mesmo com a palavra retórica, essa caiu em completo desuso.

Outra

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