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Atps De Filosofia

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Por:   •  9/10/2014  •  1.599 Palavras (7 Páginas)  •  244 Visualizações

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PASSO 3:

Proposta escolhida;

a) “A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”. – Merleau-Ponty

Por Filosofia, compreende-se a reflexão, o pensar, buscar enfim um conhecimento sobre o homem, sobre as coisas. Pode-se dizer que a Filosofia é a mãe de todas as ciências, pois foi a partir dela que o indivíduo iniciou uma busca que permanece até a atualidade: a de saber quem somos nós, por que estamos aqui e de onde viemos afinal.

Entretanto, desde a tenra idade somos condicionados a adotar determinada cultura, e isso algumas vezes faz-nos perder essa visão filosófica; faz com que adotemos o senso comum, como verdade única e incontestável, não que seja errado, mas o ato de não se questionar, leva-nos ao não conhecer outras culturas, outras formas de pensar, outras maneiras de ver o mundo e é isso que leva a alienação.

Fato é que todos nascemos em determinada cultura e, mesmo que nos afastemos dela, carregaremos conosco seus resquícios consciente ou inconscientemente; o que a filosofia busca então não é que neguemos ou julguemos esta ou aquela cultura como sendo a certa ou errada, mas que conheçamos a nós mesmos, nossa história e o porquê de optarmos por determinada ideologia em detrimento de outras, por exemplo; busca que a escola seja uma academia em que o conhecimento seja valorizado e expandido e não o doutrinamento cego e avesso às muitas formas de pensar; busca que o professor seja realmente um mestre que liberte seus discípulos das vendas que ideologias mancas impõe; busca enfim que reaprendamos a ver o mundo com os olhos de criança, pois assim não perderemos a capacidade de nos admirarmos com as coisas.

Parafraseando Jostein Gaarder, em sua obra O Mundo de Sofia, imaginemos o mundo como um grande coelho e nele vivem pessoas, preocupadas com o seu cotidiano; imersas em seus problemas, discutindo sobre assuntos rotineiros: o alto preço do tomate, o time de futebol que ganhou o último campeonato ou aquele artista que ganhou o Big Brother. Nele as pessoas vivem submersas em suas rotinas, dedicando pouca ou nenhuma atenção a assuntos que não façam parte dela. Realizam suas tarefas de maneira sistemática; pensar exige demasiado esforço, então o melhor a se fazer é adotar a verdade que é consenso de todos. Agora imaginemos que deste meio surge alguém com uma visão diferente e que questiona a maneira cuja qual todos pensam. Esta pessoa decide desafiar o sistema vigente subindo pelos pelos do coelho, aventurando-se pelo desconhecido e chamando a todos para segui-lo, pois há um novo mundo para se conhecer. Ninguém lhe dá atenção e ainda o criticam, chamam-no de louco. Esta pessoa é o filósofo.

Filosofar é buscar a sabedoria; é ver o mundo por uma perspectiva cética, pois não há uma verdade, considerando que o que hoje é tido como certo, amanhã pode ser rechaçado por uma nova descoberta científica, por exemplo. Entretanto, o senso comum, as ideologias e as culturas de massa, estão longe de adotar uma visão filosófica sobre o mundo que nos rodeia. Não é tarefa fácil, considerando que somos fruto da cultura em nascemos. Basta analisarmos a própria História: todos que desafiaram os conceitos vigentes em determinada época, sofreram severas punições. É mais fácil seguir a correnteza do que ir contra ela, mesmo que tenha-se dedicado anos de estudo comprovando determinada teoria. É do conformismo e da acomodação que surge a massa alienada que nutre um sistema de poder que, de outra forma, jamais seria investido deste, mas principalmente, devemos a esta educação sofrível que temos a manutenção de tais sistemas, afinal educar é formar para a vida. Mas que vida teremos com seres não pensantes? Que escolas insistiremos em manter repassando velhos sofismas? Com algumas exceções, que lutam bravamente para que se tenha uma escola capaz de formar pessoas conscientes, como o fez Sócrates na antiguidade utilizando-se da maiêutica, a maioria dos docentes segue com uma didática sofista, ou seja, não há preocupação em levar o ouvinte a questionar-se sobre a verdade dos fatos, o que é passado é visto como verdade, pois quem detém o poder é quem tem e transmite as informações, sejam elas verdadeiras ou não, além do que estamos acostumados a aceitar os fatos sem verificar a credibilidade das fontes.

É certo que muito tem-se feito para melhoramos o sistema de ensino. A visão tradicionalista-firmada em alguns pensamentos acima mencionados-, que vê o indivíduo apenas como mais uma mão de obra para o mercado capitalista, sem voz ativa, sem pensamento crítico e sem importância para o governo (a não ser para mantê-lo no poder), tem sido severamente criticada por educadores que seguem vertentes mais humanistas da educação embasados, por exemplo, na Psicologia. Vale lembrar que a sociedade sempre funcionará como um sistema, o problema é como este sistema lida com cada indivíduo: alienando-o com falsas verdades, transformando-o apenas em máquina de consumo e produção ou incluindo-o como ser reflexivo capaz de opinar e dialogar com os demais; capaz de julgar o que é melhor para si livre de paradigmas; ajudando a criar um ambiente mais justo e igualitário para todos?

Freinet dizia que: “Se não encontrarmos respostas adequadas a todas as questões sobre educação, continuaremos a forjar almas de escravos em nossos filhos.” Podemos compreender assim a importância que se deve dedicar às escolas, para que estas não sirvam de fermento para sistemas “escravistas”, camuflados que estão em diversas ideologias existentes. Cabe então, a comunidade escolar modificar não apenas as estruturas externas, mas internas (o interior de cada um), de maneira que perceba o significado de educar no sentido de transformar o meio em que se vive de forma menos egoísta, mecanicista e consumista e mais criativa, livre e igualitária. Ao professor cabe não ser agente alienador, mas guia para os alunos, ajudando-os a conhecerem-se a si mesmo, compreenderem o ambiente em que vivem entenderem a própria história para saberem lutar por um presente e futuro mais justo, enfim saberem o porquê estão aqui e o que realmente querem; filosofar em seu sentido mais

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