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Avaliação De Filosofia

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Por:   •  21/12/2014  •  2.156 Palavras (9 Páginas)  •  647 Visualizações

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1) Considere o seguinte relato do antropólogo norte-americano Ralph Linton:

O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornou doméstica na Índia, ou de linho ou de lã de carneiro, um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo emprego foi descoberto na China. Todos estes materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao levantar da cama faz uso dos mocassins que foram inventados pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos e entra no banheiro cujos aparelhos são uma mistura de invenções europeias e norte-americanas. Uma e outras recentes. Tira o pijama, que é vestuário inventado na Índia e lava-se com sabão, que foi inventado pelos antigos gauleses, faz a barba que é um rito masoquístico que parece provir dos sumerianos do antigo Egito.

Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão sobre uma cadeira do tipo europeu meridional e veste-as. As peças do seu vestuário têm a forma das vestes de pele originais dos nômades das estepes asiáticas; seus sapatos são feitos de peles curtidas por um processo inventado no Antigo Egito e cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações clássicas do Mediterrâneo; a tira de pano de cores vivas que amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos ombros pelos croatas do século XVII. Antes de ir tomar o seu breakfast, ele olha a rua através da vidraça feita de vidro inventado no Egito; e se estiver chovendo calça galochas de borracha descoberta pelos índios da América Central e toma um guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito de feltro, material inventados nas estepes asiáticas.

De caminho para o breakfast, para comprar um jornal, pagando-o com moedas, invenção da Líbia antiga. No restaurante, toda uma série de elementos tomados de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul, o garfo é inventado na Itália medieval, a colher vem de um original romano. Começa o seu breakfast com uma laranja vinda do Mediterrâneo Oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abissínia, com nata e açúcar. A domesticação do gado bovino e a ideia de aproveitar o seu leite são originárias do Oriente Próximo, ao passo que o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do café vem waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria-prima o trigo, que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-se com xaropa de maple, inventado pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de uma espécie de ave domesticada na Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, salgada e defumada por um processo desenvolvido no Norte da Europa.

Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar. Hábito implantado pelos índios americanos e que consome uma planta originária do Brasil. Fuma cachimbo que procede dos índios da Virgínia, ou cigarro, proveniente do México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê as notícias do dia, impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China por um processo inventado na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas e dos problemas estrangeiros, se for bom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-europeia, o fato de ser cem por cento americano.

Citado em: LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Um conceito antropológico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.

1 – O fenômeno apresentado por Ralph Linton, no qual ele vai nos apresentando o cidadão norte-americano com seus objetos adquiridos e incorporados de outras culturas pode ser chamado de:

A - Etnocentrismo

B - Biosfera

C – Cultura Erudita

D – Senso Comum

E – Aculturação

2 - Uma das mais difundidas definições de cultura, segundo Raymond Williams, é a que designa

“... um modo particular de vida, que seja de um povo, um período, um grupo ou da humanidade em geral...”

WILLIAMS, Raymond, Palavras-chave – um vocabulário de cultura e sociedade, São Paulo: Bontempo Editorial, 2007. p. 121.

A partir da definição de cultura apresentada, marque a alternativa INCORRETA.

a) A relação entre culturas humanas e condições de vida de cada agrupamento evidencia que as diferenças culturais não são quantitativas ou de níveis.

b) As diferenças culturais referem-se a circunstâncias que as envolvem, tais como obstáculos a serem enfrentados e tradições passadas, sem que se possa estabelecer, portanto, uma hierarquia entre culturas distintas.

c) As formas de interpretação da vida expressam-se em ritos; os mitos são o resultado de conhecimento acumulado nas tradições. Ambos possibilitam transformações em qualquer cultura.

d) O caráter processual e dinâmico da vida social não se verifica em todas as culturas, mas apenas naquelas que, pelo acúmulo de conhecimento científico, reúnem condições para a elaboração de novas respostas a desafios e problemas igualmente novos.

e) As culturas são sistemas de crenças, valores, costumes e normas repassadas pelo convívio social, permitindo alterações durante tais processos de repasse social.

3 – Por relativismo cultural entende-se:

a) Um processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contacto contínuo entre si, originam mudanças importantes numa delas ou em ambas.

b) quando um determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, por sua forma de se vestir, ou até mesmo pela sua cultura.

c) é um método de se observar sistemas culturais, sem estereótipos, realizar a observação sem usar nenhum meio ou parâmetro pré-concebido pela cultura ocidental e, assim, realizar um estudo e/ou observação do sistema cultural

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